Nova edição da Acrobata será lançada neste sábado (9) no Salipi

09/06/2018 08h06


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarNova edição da Acrobata será lançada neste sábado (9) no Salipi.(Imagem:CidadeVerde.com)

Cinco anos de estrada, a revista Acrobata já rompeu os muros do estado e ganha cada vez mais participações de poetas e escritores nacionais.

Na oitava edição, a publicação traz entrevista com o poeta e pesquisador Elio Ferreira, além de um ensaio da professora Assunção Sousa, abordando as mulheres negras na literatura. A revista conta com a colaboração de cerca de 10 poetas e tem capa ilustrada por Rogério Narciso. Neste sábado (9), a revista será lançada dentro da programação do Salipi (Salão do Livro do Piauí) a partir das 17h30. O Cidadeverde.com conversou com Demetrios Galvão e Aristides Oliveira, os editores da revista, e eles nos antecipa algumas novidades.

Que proposta de reflexão e desequilíbrio traz a edição Nº 8 da revista Acrobata?

Chegamos a atual edição mantendo a proposta inicial – construir pontes e aproximar pessoas, linguagens, sensibilidades, estéticas, ideias, espaços. Falamos de uma das muitas margens e nossa intenção é pensar com essa singularidade, fazer esse olhar funcionar dialogando com o campo das diversidades, tomando como ponto de partida a literatura e as artes visuais contemporâneas.

A Acrobata Nº 8 traz duas linhas de discussão. Uma, perpassa as questões afro, a partir da entrevista com o poeta e pesquisador Elio Ferreira, o ensaio da professora Assunção Sousa, abordando as mulheres negras na literatura e uma análise da trajetória do ator Antônio Pitanga, realizada pela Izabel de Fátima. A outra, se concentra nas questões femininas e na atuação de mulheres no campo cinematográfico, destacando a experiência de Samantha Brasil com a militância cineclubista dedicada às cineastas e Paola Marugán, explorando os desafios de uma curadoria audiovisual com a presença das mulheres, bem como as artes visuais, com a artista Fátima Peixoto e o projeto Vulva Power. Além dessas linhas principais, a edição ainda traz um ensaio sobre a poeta Hilda Hilst e uma boa mostra da poesia contemporânea feita no Brasil.

O artista plástico Fernando Costa é um dos temas que desenham a pluralidade de temáticas da revista. Sua obra foi revisitada por Kleber Lima, abrindo uma pauta urgente, que é problematizar o legado deste artista pouco conhecido pelos piauienses e mergulhar nas questões plástico-existenciais que compõem os traços deste poeta visual talvez incompreendido por nós. A inquietação de Fernando dialoga com o cineasta pernambucano Márcio Farias, que apresenta para o leitor seu premiado filme Tarja Preta, embarcando numa viagem sobre o vazio, a depressão e a morte.

Qual é o artista que ilustra a capa da revista? Fale um pouco sobre ele.

O artista que ilustra a edição é o Rogério Narciso. Um artista visual que trabalha fora do lugar comum. O seu traço dialoga com o universo dos quadrinhos e com elementos futuristas. Atualmente o Narciso trabalha tatuando seus desenhos em quem admira sua arte.

Acreditamos que essa é uma das edições mais bonitas visualmente. Todo o corpo da revista é atravessado por uma dimensão futurista e nos provoca a lançar o pensamento em uma dimensão, mais adiante. Talvez essa seja uma boa metáfora para o nosso tempo presente. Buscar uma esperança no tempo futuro.

O futurismo de Narciso é o Brasil que desejamos, desde Stefan Zweig. Estaria no adiante uma possibilidade de mudança?

Quais são os poetas/escritores convidados para participar dessa edição?

Como toda edição da revista, existe uma média de 8 a 10 poetas, colaborando com escritas bem distintas. O entrevistado é um poeta experiente que fala de sua trajetória e de sua linguagem, além dele podemos destacar o poeta português Jorge Vicente, que nos ajuda nessa ponte sobre o Atlântico. Completando a seleção de poetas temos: Renata Flávia (PI), Matheus Guménin Barreto (MT), Josoaldo Lima Rêgo (MA), Nina Rizzi (SP/CE), Ronald Augusto (RS), Christiana Nóvoa (RJ) e Edimilsom de Almeida Pereira (MG).

Como está a circulação da Acrobata?

A Acrobata tem um ritmo particular e circula na medida das possibilidades dos seus editores. No entanto, ao longo de 8 edições, temos a alegria de saber que ela está presente em várias partes do Brasil e do Mundo, seguindo um movimento lento. Porém, contínuo e garantido a qualidade edição a edição. Nossa equipe faz a revista circular não apenas no meio impresso, mas disponibilizamos todas as edições numa plataforma virtual (https://issuu.com/revistaacrobata), com acesso gratuito aos leitores mais distantes geograficamente, pois acreditamos que a Acrobata precisa esticar seus braços e pernas para outras zonas desconhecidas, tornando-a universal e livre dos seus criadores.

Cada dia fica mais caro a produção de uma revista. Como a equipe da Acrobata está se virando e como o público pode ajudar a mantê-la circulando?


Essa é uma boa pergunta. O nó da questão de quem realiza produtos culturais é a venda. Se houvesse um púbico, realmente interessado em apoiar a produção cultural e consumisse, a venda da revista garantiria o custo da gráfica. Mas no nosso caso, temos que fazer alguns malabarismos e correr atrás de anunciantes, que nem sempre conseguimos. Dessa vez, tivemos a ajuda financeira de 10 amig@s que nos apoiaram em troca de algumas recompensas, o que nos trouxe muita alegria e fez toda a diferença. Imaginamos que essa, será uma saída que iremos buscar mais vezes. Inclusive, tentando ampliar a rede de colaboradores-financiadores. Que no fundo, são parceiros fieis, “Amigos da Acrobata”.

Qual o propósito da revista? A equipe está conseguindo alcançar seus objetivos?

A revista tem o propósito de criar um espaço de reflexões ao passo que, dá visibilidade aos autores e aos temas abordados. Acreditamos que, ao nosso modo e no nosso tempo, conseguimos atingir esse objetivo. Estamos em atividade desde 2013 e ao longo desse percurso muita coisa legal já aconteceu por conta da revista. Tanto para nós, como para os nossos colaboradores. A cada edição, novas pontes são construídas e estamos atravessando esses canais, ramificando uma série de projetos paralelos e explorando horizontes que só foram possíveis por causa dos impactos da revista em outras paisagens.

Nesse tempo, a Acrobata vem se reinventando nos bastidores. Alguns membros originais saíram para seguir outros projetos e desde a edição anterior, a diagramação tem ficado por conta do poeta Lucas Rolim, com colaboração do design Nonato Oliveira. Hoje em dia a Acrobata também é uma associação, na forma de um coletivo. Portanto, agregando mais atividades, além da revista. Nisso, temos a atuação de um novo membro, o Dante Galvão. Ele toma conta da banca de publicações do Coletivo Acrobata e ajuda na divulgação da revista e das demais publicações dos membros do coletivo.

O trabalho segue e novas demandas aparecem. A vontade de produzir é constante e imaginamos que ainda podemos fazer mais. Nesse momento, já estamos pensando na edição que vai sair no segundo semestre.


 

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Tópicos: brasil, artista, poeta