Edson e Enzo Celulari entregam relação de pai e filho e revelam histórias nunca antes contadas

13/08/2023 19h59


Fonte Glamour

Mais que amigos, friends. Essa expressão combina em cheio com Edson Celulari e Enzo Celulari. Pai e filho tem uma relação saudável, recheada de experiências e histórias marcantes. Da primeira taça de vinho do empresário na companhia do ator, aos 17 anos, à conversas sobre namoro, sexo, esportes e moda. Não há nada que os dois não troquem. Inclusive em relação à peças de roupa. "Eu não sei se vocês já imaginaram Edson Celulari usando calça jeans e All Star no pé, mas sim. Essa desconstrução do Edson que ainda é cheio de vida e super jovem se traduz no estilo dele. Acho muito bonitinho. Temos estilos diferentes, porém complementares. Sempre há coisas a se roubar do guarda-roupa de um e do outro", afirma Enzo.

"O homem brasileiro é um pouco mais conservador. E agora eu vejo o Enzo se vestindo da maneira que ele se veste, quebrando algumas regras que esse brasileiro um pouco mais conservador poderia se escandalizar, digamos, e ele encara isso com a maior naturalidade, o que eu acho que é maravilhoso. E a gente conversa sobre isso e eu acho incrível essa liberdade adquirida por ele e por outras pessoas da geração dele, a gente troca figurinhas, e eu estou sempre aprendendo com ele", emenda Edson.

Em um bate-papo descontraído e cheio de revelações, Edson e Enzo se abriram com a Glamour à respeito da relação e entregaram alguns momentos especiais, nunca revelados ao público. Filho do ator com a atriz Claudia Raia, o empresário posou com o pai para a nova campanha do Dia dos Pais da Farfetch.
Imagem: DivulgaçãoEdson e Enzo Celulari(Imagem:Divulgação)Edson e Enzo Celulari

Como você descreveria a sua relação com o Enzo?

Edson: O Enzo em primeiro lugar é um ariano, e o ariano tem uma necessidade de independência muito grande, mas ao mesmo tempo é extremamente família. O Enzo é um garoto família, é um homem família, foi um adolescente família, uma criança família. Ele sempre foi muito agregador também, dentro dessa própria família. Então quando ele teve esses momentos de necessidade de independência, que chega na adolescência, não escuta muito os pais, mesmo nesta fase não foi assim tão difícil, porque como ele tem essa necessidade de impulso da individualidade, da independência, ele começou a praticar isso desde cedo.

Então, acho que o pai tem que ficar atento. Eu fui percebendo aquilo e dando espaço pra ele, e ele sempre voltava e a gente conversava sobre as experiências dele. É uma relação muito saudável hoje e acho que vai ser sempre, porque ele vai ter as experiências dele, ele vai executar os projetos e realizar os sonhos, e está sempre dividindo com a família, e isso não é diferente comigo, com o pai. Então eu me sinto muito próximo dele o tempo todo.

O que mais admira no seu pai e por quê?

Enzo: O que eu mais admiro no meu pai é a determinação, força de vontade, o ser CDF quando precisa ser CDF, o estudar o estudado, revisar o revisado, para atingir aquele êxito, aquela perfeição no resultado e na entrega. Eu acho isso lindo, e eu tento muito fazer isso dentro dos meus processos, das minhas buscas e das minhas escolhas. Eu acho que sem treino, sem trabalho árduo, duro, determinação e força de vontade, a gente não chega na excelência que a gente quer chegar. Sobre assuntos que nós temos, não tem nada a esconder. Nunca teve nada a esconder. Conversamos sobre tudo, sobre namoro, sexo, vinho, esporte, tendências do mundo, inovação, sobre história. Sobre tudo. Sobre a vida.

Ao longo dos anos, como você viu o Enzo crescer e se transformar em quem ele é hoje? Há algum momento específico que você se lembre com carinho, que simbolize esse crescimento?

Edson: Tem vários momentos em que a gente registra em um filho a transformação. Eu me lembro do Enzo uma vez em uma viagem que a gente fez, em que ele se sentou, ele tinha 17 anos, e se sentou na mesa com a gente. Ele tinha a taça de vinho dele, a primeira taça de vinho dele. Abrimos um vinho em homenagem àquele momento e ele se sentiu muito orgulhoso de estar ali, uma maturidade adquirida que foi conquistada e foi muito legal. E me lembro de outro momento também em que ele estava pensando em fazer uma universidade relacionada à música e chegou a fazer a aplicação, e um dia ele chegou pra mim e falou "Papai, eu não quero fazer isso." E aí ele me explicou os motivos, ele estava nessa idade de 18 anos, e eu achei muito madura a argumentação dele e ele tinha uma motivação pra aquilo e ele queria fazer outra coisa para ter um negócio próprio e poder administrar aquilo que ele fosse construir.

Eu acho que foram dois momentos que ele demonstrou segurança no que ele queria e também aproveitando essas fases que sempre vão acontecer na vida dele, como acontece na vida de todos nós independente da idade, eu achei que ele encarou com muita propriedade, ele sabia o que ele queria, o que é fundamental. A coisa mais importante do ser humano é a opinião, e ele já tinha criado uma opinião sobre aquela decisão que ele estava tomando, então são dois momentos em que foram maravilhosos poder acompanhar e ver como ele resolveu.

Quais são as principais lições de vida que você aprendeu com seu pai? Como ele influenciou sua forma de encarar desafios e conquistas?

Enzo: Acho que as principais lições de vida que aprendi com meu pai estão justamente no dar a devida importância às coisas que merecem aquela devida importância, na medida certa. Não supervalorize aquilo que não precisa, não menospreze ou valorize de menos aquilo que merece mais atenção e mais valor. Entender o peso de cada coisa na balança da sua vida e com isso conseguir distribuir de forma mais inteligente o valor que você dá a cada coisa.

Hoje é o Enzo quem te ensina algo? O que, por exemplo?

Edson:
Eu acho que não só nos dias de hoje, ele me ensinou desde que nasceu. Eu acho que a disponibilidade nas relações passam por essa troca constante, depende de cada um querer estar aberto para absorver. E o Enzo foi tomando um caminho e uma relação com o planeta que eu acho que faz de uma nova geração, tem uma relação com essas questões que é muito maior que a minha geração. Então sem dúvidas, ele me instala dentro desse universo através da informação dele, da opinião dele, e eu tô sempre conversando com ele sobre isso e aprendendo. Sobre moda também. Eu na idade dele adorava experimentar coisas novas, porque a gente sabe, o homem brasileiro é um pouco mais conservador. E agora eu vejo o Enzo se vestindo da maneira que ele se veste, quebrando algumas regras que esse brasileiro um pouco mais conservador poderia se escandalizar, digamos, e ele encara isso com a maior naturalidade, o que eu acho que é maravilhoso. E a gente conversa sobre isso e eu acho incrível essa liberdade adquirida por ele e por outras pessoas da geração dele, com relação à moda por exemplo. Então a gente troca figurinhas sim, e eu tô sempre aprendendo com ele.

Enzo: Quando o assunto é moda, eu acho que a gente mais descombina do que combina. Brincadeira. Acho que são estilos diferentes. Tem coisa que ele usava antigamente, as calças mais flares, polos mais grudadinhas por dentro da calça flare, com um cinto… Eu acho que isso é uma coisa que eu herdei bastante. Acho que é uma coisa da época, dos anos 1970-1980, que eu uso até hoje, que voltou a virar tendência. Eu acho que ele tem um estilo muito mais clássico que o meu. Ele vê que eu tenho um estilo mais ousado, um pouco mais streetstyle muitas vezes, um pouco mais contemporâneo. Eu acho que muitas vezes ele ousa sim. Eu não sei se vocês já imaginaram Edson Celulari usando calça jeans e all star no pé, mas sim. Essa desconstrução do Edson que ainda é cheio de vida e super jovem, cheio de vontade, também se traduz no estilo dele. É muito lindo isso. Eu acho muito bonitinho. Mas temos estilos diferentes, porém complementares. Sempre há coisas a se roubar do guarda-roupa de um e do outro.

Você, ao lado de outras personalidades masculinas, vem quebrando tabus em relação à moda ao apostar em looks "antes considerados femininos". Como enxerga o universo atual e lida com críticas em relação ao que você usa?

Enzo: Essa questão de quebrar tabus, eu acho que eu acabo quebrando tabus, mas não de forma proposital. Já falei isso algumas vezes e repito, a moda para mim é aquilo que te faz sentir bem. A moda ideal para você é aquilo que te faz sentir confortável. Você se olha no espelho e fala Nossa, tô bonito. Tô gostando de mim assim. Essa é a moda pra você. E depois entram os adicionais, que são quase supérfluos, que são o que é mais novo, o que é tendência, o que está em lançamento, o que é a última moda. Acho que antes de tudo é entender o que fica bom em você, e o que fica bom em você é como você se sente melhor. Eu acho isso importantíssimo. Então se eu me sinto bem e tenho vontade de pintar minha unha, maravilhoso. Eu vou pintar minha unha, e não tô ligando muito para a opinião das outras pessoas. E se isso é uma quebra de tabu e uma bandeira a ser levantada, ótimo, maravilhoso. Se eu quero pintar o cabelo, a mesma coisa. Acho que é gosto, e gosto não se discute. Cada um tem o seu e você tem que aprender a respeitar o outro. Ninguém é obrigado a se vestir de uma forma exata, ninguém é obrigado a pintar a unha. Ninguém é obrigado a nada. Todo mundo deveria ter a liberdade de usar, vestir, e fazer o que quiser com você mesmo, com seu próprio corpo e com seu estilo.

Compartilhe com a gente algum momento ou aventura inesquecível que você e o Enzo viveram juntos, seja em viagens, trabalhos ou momentos do dia a dia… Teve alguma história especial?

Edson: Eu já tinha feito mergulho. Aula de mergulho, tirei o certificado e tal. Aí o Enzo chegou numa idade que ele se interessou, então eu propus que nós fizéssemos aulas juntos e assim foi. Eu fiz novamente o curso com ele, e a partir daí, fizemos alguns mergulhos. Porque a realidade do mergulho é muito particular, você fica em um outro universo onde o som é outro, a atmosfera é outra, a visibilidade, então o cenário muda completamente. Quando você, que ainda não tinha mergulhado, vê coisas que não tinha visto, é um mundo de descobertas. E tem uma coisa: você nunca deve mergulhar sozinho, você deve mergulhar em companhia. Nós fizemos alguns mergulhos e isso gerava uma intimidade entre a gente maravilhosa. Uma cumplicidade que estava toda no olhar e tem todo um gestuário técnico para se comunicar lá embaixo, e foi uma experiência que vivemos por um período e foi de aproximação. A gente lembra com muito carinho desses momentos.

Existe algum conselho específico que seu pai lhe deu e que você carrega como um ensinamento valioso?

Enzo: Conselhos específicos, eu acho que tem vários, como qualquer pai dá ao filho inúmeros conselhos e vice-versa também. Se eu pudesse falar de um conselho específico, eu diria exercer a paciência. Eu, como um bom ariano, sempre fui muito impulsivo para algumas coisas, muito ansioso para outras. Eu acho que com a maturidade e com o tempo, e obviamente seguindo os conselhos do meu pai, consegui começar a exercitar mais a paciência. Me faz muito bem. Me faz escutar mais, pensar mais antes de agir e falar. Eu acho que meu pai, se ele não fosse ator, ele poderia dar aula de como exercer a paciência. Eu nunca vi uma pessoa tão paciente como ele.

Há alguma característica do Enzo que você admira muito e que talvez você quisesse ter tido quando era mais jovem?

Edson: O Enzo tem muitas qualidades. Ele tem uma, que é um pouco próprio da geração, que é o olhar para o mundo. Um olhar muito maior do que quando eu tinha a idade dele. Não é que eu gostaria de ter, eu acho que viver é uma experiência individual, muito particular de cada um. Mas eu admiro isso nele, o compromisso com o outro. As questões sociais, que hoje são assuntos mais latentes, estão presentes na vida de todos. Então esse compromisso que ele tem com o social, com o planeta. A fome, por exemplo, é um assunto que toca muito ele, e ele trabalha com isso, inclusive, na empresa dele. Então eu acho que essa qualidade seja a que eu mais admiro, ou uma das que eu mais admiro.

Em algum momento "pesou" ser filho do Edson Celulari, que sempre foi considerado um dos maiores atores e galãs do país? Como encara as comparações?

Enzo: Pesou no sentido de ter um grande pai dentro de casa. Eu acho que o fato de ter pai conhecido, no meu caso pai e mãe, mas falando agora de Dia dos Pais, de ter pai conhecido, desde pequeno nascer nesse universo, acho que traz uma naturalidade ao longo do tempo. Você aprende a lidar com isso de uma forma muito mais tranquila e muito mais natural, sem sofrer com isso. Muito pelo contrário, entendendo os ônus e os bônus disso. Sabendo lidar com ambos. Então pelo contrário, agradeço muito a Deus sempre por ter o pai que eu tenho, por ter o exemplo que eu tenho dentro de casa. Poder olhar para um homem, desculpa o palavrão, foda, que eu tenho muito a me inspirar e usar como referência. Acho que a comparação não existiu e, pelo contrário, quando fazem essa associação de pai e filho, enaltecem as qualidades e particularidades e o que temos em comum, sempre por uma ótica muito positiva.

Quais são as principais semelhanças e diferenças entre você e o Enzo?

Edson:
Eu acho que tem uma coisa básica de diferença que é imposta pela própria idade. O Enzo é mais acelerado, ele quer soluções pra ontem, e ele tem um ritmo diferente do meu, que é um pouco mais reflexivo, pensar mais antes de realizar. Eu acho que isso é natural também, que pode ser também característica pessoal, mas também é uma característica de geração. E de semelhança, eu acho que somos igualmente empreendedores. Somos homens de ação, de fazer, de conquistar. Somos curiosos e vamos atrás. Eu acho que isso me deixa feliz porque isso me levou a muitos lugares bacanas de conquista e com certeza é o mesmo trajeto que o Enzo está seguindo.



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