Dívida de R$ 100 milhões pode levar a demissão de um mil terceirizados

18/08/2015 08h20


Fonte G1 PI

Com uma dívida que chega a passar dos R$ 100 milhões com a Servi-San, empresa terceirizada e especializada em limpeza e segurança, o Governo de Estado e a prefeitura de Teresina podem perder mais de 1 mil servidores. A causa da demissão em massa está no atraso de mais de seis meses nos salários dos servidores que devem começar a ser demitidos a partir desta segunda-feira (17).

Imagem: Reprodução/TV ClubeMais de 1 mil servidores da Servi-San podem ser demitidos no Piauí.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Mais de 1 mil servidores da Servi-San podem ser demitidos no Piauí.


A empresa alega que não tem condições financeiras de manter os profissionais em seus postos de trabalho, já que o estado e o município estão com uma dívida pendente junto à empresa.

E quem sai prejudicado são os trabalhadores\como o vigilante Alex Duarte, que é um dos 1.080 servidores que vão receber aviso prévio ainda esta semana.

"A situação está muito complicada e muito difícil de ser levada”, contou o vigilante. “São muitos pais de família que estão aí desesperados porque já passou do absurdo essa situação", disse um outro vigilante.

De acordo com o diretor comercial da Servi-San Marcelo Barros, juntos, governo e prefeitura devem um valor de mais de R$ 100 milhões em prestação de serviços. Ainda segundo ele, a maior parte cabe à Prefeitura de Teresina.

O diretor da empresa contou ainda que é uma das maiores demissões em massa de uma empresa terceirizada que presta serviços ao estado e ao município. Gestores da prefeitura, do governo, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público do Estado foram acionados para entrarem em um consenso.

"O sindicato já propôs ações junto à justiça do trabalho tentando chegar a uma solução. Por isso, nós não temos mais condições de seguir com os contratos sem estar com os pagamentos em dia. Estamos com contratos há mais de 90 dias sem recebimentos, então fica insuportável para a empresa", disse.

A crise instalada na empresa já motivou protestos e demissões desde o mês de março e abril deste ano. A pauta entrou em discussão na Assembleia Legislativa do Piauí no mês de junho.

O diretor comercial da Servi-San chegou a dizer que o problema é pontual e que, entre todos os estados da nação onde a empresa atua, apenas no Piauí há dificuldades no repasse de recursos para o pagamento dos funcionários.

De acordo com o procurador do Ministério Público do Trabalho, José Wellington Carvalho, a prefeitura e o estado devem ser acionados na justiça para assegurar os direitos trabalhistas dos vigilantes. "Nós estamos surpresos com a notícia de que um grupo muito grande de cerca de 1 mil trabalhadores que serão demitidos, receberam aviso prévio para tal. Esta semana nós já temos uma reunião com a direção da empresa para ouvir qual a forma de pagamento das rescisões desses trabalhadores", contou.

Respostas

Em nota, a prefeitura de Teresina informou que continua honrando os compromissos com a empresa Servi-San mantendo os pagamentos em dia. A prefeitura contou ainda que na última sexta-feira foram pagos mais de R$ 700 mil à empresa e que os pagamentos são feitos a medida que os processos chegam à tesouraria e que tem comunicado esses pagamentos.

O governo do estado foi procurado, mas até a publicação da reportagem não foi enviada nenhuma resposta.

Confira as últimas notícias sobre Teresina: florianonews.com/teresina
Siga @florianonews e curta o FlorianoNews