Crianças vendem objetos e pedem esmolas em semáforo da Zona Leste

16/11/2013 09h19


Fonte G1 PI

A equipe de reportagem do G1 flagrou, nesta sexta-feira (15), a exploração do trabalho infantil em um dos cruzamento das principais avenidas de Teresina, onde um grupo de quatro crianças vendia pás de recolher lixo no encontro da Avenida Homero Castelo Branco com Avenida senador Area Leão, na Zona Leste de Teresina.

Imagem: Ellyo Teixeira/G1Criança de 11 anos sendo explorada em semáforo de Teresina.(Imagem: Ellyo Teixeira/G1)Criança de 11 anos sendo explorada em semáforo de Teresina.

Segundo uma testemunha que não quis ter sua identidade revelada, uma mulher posiciona os garotos em pontos mais movimentados e fica escondida para não chamar a atenção. “Os meninos dizem que a mulher é avó deles. Ela fica escondida e quando os jovens recebem dinheiro ela recolhe tudo”, afirmou.

Ainda de acordo com a testemunha, as crianças passam o dia sem se alimentar. “Quando não vendem a pá, ele pede qualquer quantia, mas a mulher toma todo o dinheiro conseguido por eles. Esses meninos ficam sem comer o dia inteiro e bebem água das torneiras de um posto de combustível”, revelou.

Com uma câmera escondida, a reportagem do G1 conversou com uma das crianças que disse ter 13 anos e confirmou que os objetos vendidos pertenciam à avó. O garoto afirmou ainda que é natural de Timon, no estado do Maranhão.

“Cheguei aqui por volta das 10h e só vou sair daqui quando vender tudo. Se eu vender as dez pás eu ganho a metade. Uma custa R$ 5,00. Caso eu consiga vender todas posso ganhar até R$ 25,00”, contou.

O menino disse ainda que andava com mais três amigos que também tinham que conseguir dinheiro. “Meus amigos estão do outro lado vendendo pá e pedindo dinheiro”, falou.

O conselheiro tutelar Djan Moreira, apontou que existe uma forte questão cultural envolvida na exploração do trabalho infantil. “Muitas pessoas acham que os filhos devem ajudar a família na questão financeira, pois um dia eles também foram obrigados a colaborar. Preferem ver o filho trabalhando do que marginalizado”, afirmou o conselheiro. 

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