Facções montaram estratégia para captar dinheiro dentro dos presídios do Piauí

30/04/2020 09h23


Fonte Meio Norte

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 Com total exclusividade, a Rede Meio Norte teve acesso a um relatório da Secretaria de Justiça do Piauí que aponta a atuação das facções criminosas dentro dos presídios do Estado. O relatório mostra que a expansão das facções como Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho, Bonde dos 40 e Família do Norte dentro dos presídios converteram o sistema penitenciário em verdadeiro ponto de comercialização de materiais ilícitos, além de uma estrutura entre os membros com funções empresariais, visando lucro, e inviabilizando qualquer política de ressocialização dos presos.

Um dos fatores apontados no relatório que tem prejudicado a atuação do estado é a entrada de aparelhos celulares que facilita a comunicação com o meio externo e a execução de crimes causando instabilidade na segurança pública.

O relatório do setor de inteligência da Sejus mostra que atualmente a Penitenciária Professor José Ribamar Leite, a ‘Casa de Custódia’ tem 796 internos custodiados, que corresponde que 31% são membros de facções criminosas. Esses dados são de abril deste ano

Entre alguns serviços adotados pelas facções dentro dos presídios estão: para ter direito a uma cama (beliche de concreto) o preso teria que arcar, mensalmente, com um valor de R$ 400,00 para a facção criminosa. Tal ação denominada de setor de imobiliária.

Para fazer uso de medicamentos fornecidos pela Secretaria de Justiça, os internos com patologias teriam que pagar algum valor para a facção PCC. Os medicamentos eram retidos pelo setor “farmácia” das organizações criminosas.

Os internos que recebiam os cigarros dos seus familiares eram obrigados a repassar o material para o setor denominado “tabacaria”, e para usá-los, eles teriam que pagar algum valor à facção.

Os materiais de higiene e limpeza, fornecidos tanto pela unidade penal bem como pelos familiares, eram retidos pelos membros das facções criminosas no setor denominado “Quadro da higiene/limpeza”, e eram comercializados pelas organizações dentro da unidade.

Os aparelhos celulares que adentravam na unidade penal eram oriundos de facções criminosas, sendo utilizados pelos membros destas facções para execução de ações ilícitas dentro e fora dos presídios, como também para a comercialização dentro do estabelecimento penal. Os aparelhos do tipo ‘lanterninha’ custavam, aproximadamente o valor de R$ 2.000. As pilhas utilizadas para recarregar os aparelhos faziam parte do quadro de pilhas que negociavam três unidades por 200 reais e para carregamento de bateria de celular 300,00.

O relatório apontou ainda que os criminosos do PCC criaram uma hierarquia dentro da Casa de Custódia. O Jet seria o gerente maior da hierarquia do presídio, já o disciplina seria o segundo mais importante e responsável por resolver os problemas e conflitos, entre membros. Se ocorresse o descumprimento as regras, a facção punia o membro envolvido.

Em razão dos novos procedimentos adotados nas unidades prisionais do estado, o relatório apontou que os faccionados do PCC solicitaram apoio às “hierarquias maiores” quanto as ações criminosas contra a vida e a integridade física de agentes públicos do estado.

Nos últimos dias, os faccionados estavam articulando uma rebelião em razão das medidas de segurança adotadas devido o novo coronavírus.

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