Medalhista olÃmpico se emociona com nova pista no PiauÃ: "Sonho realizado"
12/05/2016 16h45Fonte Globoesporte.com
Em uma ensolarada tarde de quarta-feira, o ex-velocista Cláudio Roberto de Souza fez uma viagem no tempo. O medalhista de prata no revezamento 4x100 nas Olimpíadas de Sidney visitou a pista de atletismo da Universidade Federal do Piauí, em Teresina, e voltou pelo menos duas décadas no mar de lembranças. O hoje professor fez uma análise de como a estrutura de padrão internacional poderá ajudar futuros atletas na modalidade. Emocionado por estar de volta a sua terra natal, o ex-atleta de 42 anos, que iniciou sua carreira treinando no bairro Dirceu, na zona Sudeste da capital, viu seu sonho de menino se tornar realidade.- Quando a gente vê uma pista dessas, de padrão internacional, eu fico feliz. Era a única capital nordestina que não tinha uma pista sintética. Uma das únicas que não tinha e, agora, temos. É bom para a evolução da modalidade. Nosso atletismo está evoluindo, e esta pista será o primeiro passo. Os treinamentos serão em um nível maior, a qualidade dos treinos será melhor - analisou Cláudio.
Imagem: Joana CardosoCláudio Roberto visita nova pista.
O ex-atleta foi enfático em afirmar que existem excelentes treinadores, competentes, que garimpam e conseguem jóias para o atletismo. A quantidade de praticantes na época em que iniciou a carreira, era bem menor se comparada a quantidade daqueles que atuam no momento. Com a pista ganha-se também na qualidade dos atletas.
- Uma coisa é treinar em uma pista sintética, quanto maior o volume de atletas, maior a probabilidade de aparecer mais talentos. Uma coisa é treinar numa pista sintética e outra é treinar numa pista de barro. Tem que haver um período de adaptação. Atletas que corriam em pista de terra, quando chegam numa pista oficial algumas vezes não conseguiam fazer suas marcas. No entanto era para ser o contrário, chegar numa pista de borracha e correr mais rápido. É um processo de adaptação, evolução - frisou o medalhista olímpico.
Imagem: Joana CardosoCláudio Roberto visita nova pista.
Atualmente o medalhista olímpico e piauiense, mora em São Paulo, na cidade de Jaú, e mantém um projeto social com 80 crianças, à espera de um dia poder voltar a Teresina e trabalhar com o atletismo em escolinhas. Vale ressaltar que, 16 anos após a conquista em Sidney, Cláudio recebeu do amigo André Domingos uma homenagem justa e uma réplica da medalha conquistada no revezamento 4x100. Uma medalha que veio coroar a carreira do piauiense que ajudou o time titular nas eliminatórias das semifinais da prova. André Domingos, Claudinei Quirino, Vicente Lenílson e Edson Luciano garantiram a prata na decisão.
- Ninguém sabe quem ficou com a medalha, e ela não apareceu. A vida só tem sentido quando se tem sonhos. Um sonho conquistado. Esse ano, tudo foi pleno: a pista da UFPI, a homenagem para mim, pois eu não sabia. Há anos, corria atrás dessa medalha, daquelas Olimpíadas e, pelo protocolo, deveria ter sido entregue para um dos atletas ou algum dirigente da delegação brasileira. Corri atrás, até hoje procuro resposta para o que aconteceu. Se faltou medalha ou se ela não foi confeccionada. Não sei. Por isso, nunca acusei ninguém. Essa medalha sempre me fez falta - ressaltou emocionado Cláudio.
Claúdio deixou um legado para os atletas piauienses que buscam o reconhecimento no esporte. Foi duas vezes campeão brasileiro juvenil no sub-17 e, a partir daí, buscou o sonho de vislumbrar os Jogos Olímpicos. Pelo nível técnico que apresentava à época não tinha como ficar fora e não deixar de abrir portas para as futuras gerações.
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