Florianense que jogou no São Paulo fala das dificuldades do Futebol piauiense

16/10/2010 23h56


Fonte acessepiauí

Imagem: AcessepiauíClique para ampliarMaurício(Imagem:Acessepiauí)Maurício
O futebol profissional do Piauí atravessa uma de suas piores crises. A interrupção do calendário de competições, que previa a realização da Copa Piauí a partir do mês de setembro, é o retrato mais fiel de uma dura realidade. De Floriano, o ex-atleta Maurício falou à imprensa sobre o que pensa da situação pela qual passam nossos clubes e o próprio futebol piauiense.

Com sua trajetória de atleta profissional encerrada prematuramente, o hoje empresário Maurício Silva Miranda de Souza, 28 anos (Floriano - PI, 09/04/1982), com passagens por vários times do futebol brasileiro, como São Paulo, Londrina, Paulista de Jundiaí, Ferroviário, Náutico, River e Cori-Sabbá, fala, de cátedra, sobre um problema que parece não ter solução. Confira:

 - Você vem de uma escola das mais completas do país - a do São Paulo Futebol Clube. Conviveu com a estrutura do São Paulo e do futebol paulista. Como você reage diante da situação pela qual passa o futebol do Piauí? O que te passa pela cabeça?

Maurício - Minha reação é de pura indignação. Sei que há evolução em tudo. Na política, na educação, etc. Por que não no futebol piauiense? Isso é que não dá pra entender. Em pleno século XXI, nosso futebol local em decadência total. Na minha cabeça passa um filme todos os dias, porque vivo esporte. Um filme onde vejo que há esperança.

 - Você acredita mesmo que poderemos sair dessa situação?
M - Sim. Tem que ser uma força tarefa e com muito planejamento.
 
 - Você foi campeão no River. Foi o último título do time tricolor. Depois vieram campanhas pífias. A que você credita isso, pois você conhece muito bem o trabalho da direotira riverina.

M - Buim, acredita que quando jogava no São Paulo e outros clubes, falava para meus amigos que encerraria minha carreira no Piaui e sendo campeão do estado. E Deus proporcionou isto precocemente. Sou muito grato, pois Ele já sabia o que vinha pela frente. Esse titulo é o mais importante na minha carreira. Sou grato ao River e a sua diretoria. Cada temporada é uma historia. Graças a Deus, em 2007 fomos felizes. O que falta é planejamento contínuo. Ele não pode ser só por 4 meses. Isso mata qualquer clube. Olha só. Vi o Sr. Juvenal Juvêncio (presidente do São Paulo) sugerir uma faculdade pra formar cartolas. Ele quis dizer que o São Paulo não tinha concorrência, que pré eles isso não era bom. O que quero dizer com isso é que temos que fazer, primeiro, uma reciclagem com nossos dirigentes de clubes.

 - Porque o futebol do Piauí produz tão poucos jogadores de grande nível? O problema está apenas na falta de estrutura do nosso futebol ou também há reflexo negativo pelo fato de não termos representante nas três principais
séries (A, B e C) do Campeonato Brasileiro?

M - Este assunto é o que eu mais bato na tecla. Sei que a estrutura física é precária. Mas o principal motivo é a falta das categorias de base. Neste assunto posso falar com propriedade ate por que passei 6 anos nas categorias de base do São Paulo Futebol Clube e sei como procede tudo isso. O planejamento contínuo na base é fundamental pra se formar atletas de bom nível, mas isto não é so sub-18 e sim sub-13/15/17/18 e 20. Esse planejamento tem que acontecer permanentemente e não so por períodos curtos. Outra coisa importante é material humano preparado. Como falei anteriormente, há evolução em tudo. Precisamos estar preparados para as mudanças. O futebol de base é fundamental pro crescimento do nosso futebol profissional. Não se renova ou revela atletas sem base.