Cesarino nega responsabilidade da FFP sobre condições ruins no Caiçara

23/04/2014 12h19


Fonte G1 PI

Após as denúncias de que o Caiçara Esporte Clube não estava oferecendo condições de trabalho dignas para seus funcionários, o sindicato dos atletas pediu punições ao clube e também atribuiu a responsabilidade do caso à Federação de Futebol do Piauí. Já o presidente da FFP nega qualquer culpa sobre a situação que aflige os jogadores do time de Campo Maior e ressalta que a entidade cumpriu o seu papel de exigir condições mínimas dos clubes participantes do Campeonato Piauiense.

Ao saber das denúncias veiculadas no GLOBOESPORTE.COM de que os jogadores do Caiçara tinham salários atrasados, falta de material esportivo e alguns chegavam a dormir no chão e tomar banho de cuia, o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Piauí, Vasconcelo Pinheiro, afirmou que irá pedir punições ao clube junto à Justiça do Trabalho. Além disso, Vasconcelo também culpou a FFP.

- A federação também tem sua parcela de contribuição nessa situação porque não observa se as equipes federadas têm condições de cumprir com suas responsabilidades – diz.

Já o presidente da federação, Cesarino Oliveira, nega ter responsabilidade sobre o caso. O dirigente máximo do futebol do Piauí ressalta que o que poderia ter sido feito pela entidade foi realizado, e que inclusive já havia recomendado a não participação do clube de Campo Maior na edição anterior do Campeonato Piauiense.

- A obrigação do sindicato é essa, está corretíssimo de cobrar, mas não dá para jogar a culpa na federação. Ano passado o Caiçara não participou porque não tinha condições, e nós pedimos para o presidente se estruturar para disputar em 2014. Eles foram os primeiros a se inscrever para o campeonato deste ano e mostraram convênio assinado com a prefeitura. O que poderíamos fazer em termos de acompanhamento nós fizemos – afirma Cesarino.

Imagem: Reprodução/TV ClubeClique para ampliarVasconcelo Pinheiro pede punição ao clube e à federação de futebol.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Vasconcelo Pinheiro pede punição ao clube e à federação de futebol.

Segundo o presidente da FFP, a situação do Caiçara é algo que está fora da ossada da federação no cenário atual. Futuramente, o dirigente alega que podem existir medidas para coibir casos como este, mas que é algo que está fora da realidade do futebol piauiense no momento.

- O Fair Play financeiro ainda não chegou a todos os clubes. Isso é algo que evolui, futuramente pensamos que clubes que atrasem salários percam pontos ou sofram punição, mas ainda não chegamos a esse nível – diz ele.

Para o caso atual, o presidente da FFP afirma que não deverá haver punições para o Caiçara por parte da federação, já que não se trata de uma situação prevista no regulamento. Para ele, cabe à justiça do trabalho averiguar o que está acontecendo, porque o clube não está cumprindo com suas responsabilidades e aplicar as devidas sanções.

Entenda o caso

De acordo com Péricles Veloso, um dos quatro treinadores do Caiçara ao longo da temporada, o clube não oferece condições mínimas de trabalho para os atletas: falta de material esportivo, boa moradia, alimentação adequada e pagamento em dia. O ex-técnico afirmou que pagou o combustível para ir aos treinos do próprio bolso.

- Tinha jogador dormindo no chão em alojamento lá. Alguns não tinham nem local para ficar e acabavam tendo que dormir nas casas dos outros companheiros de time. É uma realidade triste, mas é isso que o Caiçara oferece como estrutura para seus funcionários. Sem contar que, além disso, ainda bancava o combustível de Teresina para Campo Maior todos os dias, comprava lanche para os jogadores. Tudo do meu próprio bolso. Lá é amadorismo total – diz.

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