Wanessa Camargo lança versão MTG de "Amor, Amor": "Ela me representa há um bom tempo"
16/05/2025 12h00Fonte Revista Quem
Imagem: Divulgação
Wanessa Camargo

Wanessa Camargo canta com mais propriedade do que nunca, aos 42 anos, a frase "não estou sofrendo, não estou morrendo, nem estou correndo atrás de um namorado" de Amor, Amor, sucesso de 2005, que ganhou uma versão MTG com DJ Lucas Beat e DJ Matheus Schuencks. Em conversa com a Quem, a cantora, que celebra 25 anos de carreira com releituras de suas canções no álbum WAN 2K25, conta que a maturidade a ajudou a aceitar os momentos da vida e lhe empodera cada dia mais.
"Amor, Amor é sobre essa mulher dona da sua vida. É uma canção muito atual porque vivemos numa sociedade em que estamos cada vez mais buscando nosso lugar de direito e decidindo onde queremos estar. Esta canção me representa há um bom tempo. Não é que eu não eu sofra por amor, mas entendi que na vida, quando é para ser, é, e aquilo que é eterno, fica. Às vezes, você pode sentir carinho e amor para o resto da vida, mas não vai estar junto afetivamente da pessoa que você quer. Antes eu tinha muita dor quando terminava relacionamentos. Parecia que meu mundo caía. Hoje vivo o luto quando o ciclo termina, mas não vou ficar sofrendo, me arrastando e nem correndo atrás de namorado. A maturidade trouxe esse amor-próprio que é lindo. Quando você encontra isso, você não se coloca mais em certos lugares", analisa ela, solteira desde fevereiro com o fim do relacionamento com Dado Dolabella, com quem já tinha vivido uma história de amor na juventude.
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Tem um exemplo?
Quando comecei a minha carreira, tinha 17 anos, estava começando a ter relacionamentos afetivos e aprendendo a ser gente. Várias músicas me tocam diferente hoje. Já outras seguem me emocionando da mesma forma, como a Eu Estarei Aqui. Já tem músicas que a gente não gostava tanto e hoje me tocam muito como De Onde Você Vai Surgir. Nem dei tanta atenção na época e hoje acho uma das mais lindas do repertório. Sorte é outra que não dei muita atenção e se tornou uma das minhas preferidas.
Amor, Amor foi lançada em 2005, mas tem um ritmo e uma letra de empoderamento totalmente atuais. Como foi na época lançar uma faixa tão moderna em questão de ritmo e letra?
Na época, ela foi superquestionada, inclusive pela questão ritmo. Foi o primeiro reggaeton lançado por uma artista brasileira no Brasil. A gente enfrentou resistência ao apresentá-la como música de trabalho e conseguir que ela fosse tocada nas rádios. Foi um trabalho árduo, mas recompensador. É uma música que continuo achando moderna por ter uma letra atual. A gente pode fazer várias versões dela, que ela seguirá sendo amada. Quero trazer uma nova versão para a galera nostálgica que curtiu esse som lá atrás e apresentar o meu trabalho em uma linguagem mais atual para essa nova geração, que nem era nascida quando lancei a música.
Como foi viver a adolescência e o começo da sua descoberta como mulher em meio a tanto trabalho, holofotes e pouco tempo para você mesma? Outros artistas com realidades similares, como Britney Spears, não aguentaram.
Fiz o Família MTV, que era um mini reality. Eles me acompanharam por dois meses. Eu estava em uma fase da minha vida solteira, jovenzinha, queria trabalhar, mas curtir a vida. Eu trabalhava, mas não deixava de ir para festas com as minhas amigas. Não queria perder a minha juventude, queria fazer as mesmas coisas que as minhas amigas faziam. Mas elas estavam em outro ritmo e eu já era responsável não só pelo meu sustento, como pelo de várias famílias. Era muita responsa! Em paralelo a isso, a gente tinha paparazzi seguindo a nossa vida e tal. O que mais me incomodava era ver minhas vulnerabilidades como mulher jovem, que estava ali aprendendo e amadurecendo, expostas na mídia e sendo julgadas sem nenhuma compaixão. Ainda hoje é muito pesado ver as pessoas falando da sua vida de uma forma leviana, mas na juventude era muito mais difícil. Com o passar dos anos a gente aprende a se importar com o que realmente importa, a ter casca-grossa. Não foi fácil, mas tive uma base familiar muito forte. Meus pais e amigas foram meu suporte. E acho que o que os artistas internacionais viveram algo 10 vezes maior do que a gente vivia aqui no Brasil.
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Nessas mais de duas décadas de carreira, qual foi o momento mais desafiador? Pensou em desistir em algum momento?
Tive vários momentos desafiadores. No começo era muita comparação e crítica. Depois a gente tem a ansiedade de continuar entregando um trabalho lindo e ter uma carreira promissora. Daí vem o deslumbramento, a decepção com algumas relações, que nem sempre são verdadeiras, tem o trabalho que não deu tão certo... Tive vários momentos de me questionar. Acho isso bom porque me faz relembrar o meu propósito e amor pelo que eu faço. Se não tiver isso, não vale a pena as noites mal dormidas, os dias distantes dos filhos e família, o escrutínio público que muitas vezes não é justo e nem verdadeiro, mas que você tem que passar em prol do trabalho... Acho que vou passar ainda muitas vezes por esses momentos de reavaliar se continuo e ver que ainda amo isso. No dia em que não valer a pena, me reinvento e busco outro caminho para a minha vida.
Você viveu um momento de muito sucesso, fãs alucinados, holofote, oportunidades internacionais... Coisas que a gente não vê tanto nacionalmente hoje em dia. Deu para ficar fica e conseguir sua independência quando quantos anos?
Foi uma época diferente. Hoje tem muitas pessoas conhecidas, mas em seus nichos. Um famoso não é necessariamente conhecido por todos. Antes todo mundo conhecia todo mundo, mesmo que não fosse do seu estilo musical. Eu consegui, graças ao meu trabalho, ter uma vida tranquila e poder alcançar meus sonhos materiais, mas sigo na batalha porque as contas sempre chegam. Preciso continuar trabalhando, não sou uma pessoa que pode se aposentar. Mas trabalho com o que amo.
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Wanessa Camargo

Se arrepende de algo ou faria algo diferente nesses 25 anos?
Não gosto de falar de arrependimento porque tudo é aprendizado. É um clichê, mas é fato! Não gosto de ficar remoendo as coisas porque não dá para voltar no tempo. Errei para caramba e fiz decisões erradas, desde dizer "sim" para uma proposta que deveria ter dito "não" a até ter escolhido uma música no lugar e outra que tinha mais potencial. Mas olho para esses erros com um olhar de aprendizado e com a certeza que acertei muito mais que errei. Todo dia estamos errando e acertando.
Além de Amor, Amor quais outras canções os fãs podem esperar novas versões e haverá uma turnê ao final dos lançamentos só deste álbum?
A gente tem Apaixonada Por Você, O Amor Não Deixa, Não Resisto a Nós Dois e outras mais que vão ser revisitadas em versões diferentes, além de um Lado B que está prontinho para ser explorado. Queremos colocar luz sobre canções que nem sempre foram grandes hits, mas que podem ser quase como músicas novas com essas releituras. Ao mesmo tempo, tenho feito muita música nova. A criatividade e move. Estou muito feliz e quero ter todas as pessoas que participaram da minha carreira.
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Wanessa Camargo

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