Paolla Oliveira reflete importância da auto aceitação

21/07/2023 11h15


Fonte Revista Marie Claire

Imagem: Divulgação/Dove  Paolla Oliveira fala de auto aceitação e beleza natural. (Imagem:Divulgação/Dove ) Paolla Oliveira fala de auto aceitação e beleza natural.

Paolla Oliveira deixou de usar filtros ou edições em seus posts. A iniciativa tem como objetivo alertar sobre as problemáticas da pressão estética, que reforça padrões irreais de beleza nas redes sociais.

"Eu já vinha fazendo esse movimento na minha vida, então ele é verdadeiro. É uma grande descoberta a gente ligar o alerta não só dos filtros, mas dessa coisa irreal, dos padrões, da pressão... quando chegou o convite para a campanha, me dei conta de que era além, não era só uma coisa que estava sentindo e que ali nas minhas redes trocava e sentia das outras pessoas, apesar de ser uma rede grande", afirma em conversa com a Marie Claire.

"A Dove veio com números absurdamente perigosos disso, então fica mais clara ainda a necessidade desse movimento para quem já está nascendo e sendo criado através desses parâmetros e dessa realidade inatingível, inalcançável", acrescenta.

Com falas e atitudes bastante empoderadas em suas publicações, Paolla se tornou uma inspiração ainda maior para os mais de 35 milhões de seguidores no Instagram.

"Tenho 40 anos e vim sentindo essa pressão, mas só me dei conta agora, há pouco tempo. E o meu movimento foi muito genuíno, porque eu estava sentindo. Então quando chega desse tamanho com outras influenciadoras, com outras pessoas querendo falar sobre isso, acho que valida o que já vinha fazendo e só foi possível porque era uma verdade absoluta", destaca.
Imagem: Reprodução Instagram  Paolla Oliveira aceitou o compromisso de não usar filtros ou manipulação em sua imagem.(Imagem:Reprodução Instagram ) Paolla Oliveira aceitou o compromisso de não usar filtros ou manipulação em sua imagem.

Com a enorme onda de incentivo à autoaceitação, Paolla aceitou o compromisso de não usar manipulação em sua imagem e tem revelado a aparência natural sem uso de grandes produções para tornar o ambiente digital mais positivo.

"Todos os corpos e todas as belezas são reais. Precisamos ser mais gentis e honestos com o que podemos encontrar de melhor na gente. Já passei por várias fases sobre as críticas, já fiquei com muita raiva, me escondi e tive medo de coisa boa porque virei meme, por exemplo. E essa campanha tem a ver com isso: com autoconfiança, autoaceitação, com desenvolver uma relação mais amigável, mais gentil, não só com a nossa aparência, mas com quem somos de verdade."

"Hoje em dia me sinto mais autoconfiante e madura. Ficar nervosa com críticas não leva a nada. Temos que entender onde pegou na gente, onde doeu e onde podemos melhorar a partir daquele ponto. Fiz isso várias vezes e a principal evolução foi a autoconfiança, foi me gostar mais, gostar das minhas curvas, gostar do meu cabelo cacheado, gostar de quem eu era e ficava tentando não ser a ponto de não perceber".
Imagem: Divulgação/DovePaolla Oliveira deixou de usar filtros em fotos.(Imagem:Divulgação/Dove)Paolla Oliveira deixou de usar filtros em fotos.

Paolla prova que não há problema nenhum em exibir manchinhas, rugas ou linhas de expressão. "A gente vai passando por algumas coisas sem se dar conta. Por exemplo, aprovar fotos minhas que estavam com Photoshop, com as pernas muito diminuídas. Cheguei ao ponto de achar que aquilo era mais bonito e que talvez realmente tivesse que aprovar sem questionar porque era mais legal. Então a nossa autoconfiança e autoaceitação passa por todos esses lugares", observa.

Para Paolla, essa conversa é mais urgente do que nunca. "É tanta loucura que estamos vivendo nesse momento que o principal alerta que acredito que a campanha vem trazer é com relação à saúde mental dos jovens, das pessoas que estão se automutilando, se suicidando, umas coisas tão absurdas... temos pessoas em nossa volta que estão sendo dominadas por essa coisa irreal e estão ficando malucos também. Para mim foi libertador, a minha saúde mental agradece muito, depois que consegui ir desconstruindo o padrão irreal em que fui colocada", relata.

Segundo Paolla, ela quer se aproximar ainda mais das pessoas. "Quero que elas entendam que todos nós participamos de um coletivo, que essa aceitação é necessária para que a gente reconheça esse lugar", pontua. A artista não teme que o movimento prejudique algum projeto ou a carreira. Pelo contrário, ela cita a importância do seu olhar.

"Essa é a Paolla pessoa física que está aqui, a pessoa que precisava da minha saúde mental e construir um lugar para mim. Não é que estava ruim, mas em alguns lugares não estava me reconhecendo. Acho esse movimento só pode ajudar. Quando estamos fortalecidos, sem dúvida a carreira acompanha", avalia.

Paolla é ciente de todos os rótulos que foi colocada, mas tenta fugir dos estereótipos e das armadilhas que eles criam. "A vida veio me trazendo, colocando situações e críticas, e fui me sentindo muito oprimida, sem lugar, sem espaço, porque ou eu era perfeita ou era muito ruim. Não tinha um espaço meu, da Paolla, que é normal, real, que às vezes tá melhor e outras não está tão bem, essa sou eu", ressalta.

No Carnaval, Paolla viralizou na web ao levantar um discurso importante em torno do corpo feminino e das cobranças sofridas pelas mulheres, que são reduzidas ao estereótipo magro. "Essa festa – um lugar que amo, onde escolho estar e me sinto mais bonita – quis ressignificar aquilo para que ele fosse maior e interessante. Que falasse muito mais de um lugar pessoal e afetivo do que sobre preparação de desfile", explica.
Imagem: Divulgação @fbvasconcellos  Paolla Oliveira falou sobre a importância do Carnaval em sua vida.(Imagem: Divulgação @fbvasconcellos ) Paolla Oliveira falou sobre a importância do Carnaval em sua vida.

Rainha de bateria da Acadêmicos do Grande Rio, Paolla foi às ruas para entrevistar alguns homens e questionar como eles estavam se preparando para a folia. "Com a repercussão e identificação das pessoas, falei é esse lugar que quero ir. Quero que as pessoas se identifiquem comigo, nem que seja com os meus problemas, com as minhas dúvidas, as quero também sendo alertadas como fui com essa coisa de filtro, de estar irreal o tempo inteiro e de ir só somando artifícios para se afastar da gente. Então, veio o Carnaval. Agora tivemos seis meses, mais ou menos, para ventilar essa delícia que é a liberdade de sair desse estereótipo."

Paolla admite emoção ao saber que é inspiração para o público que a acompanha. "Estou muito feliz e honrada. É uma mistura de tudo o que pode existir de melhor. É um desejo genuíno e uma pressão que já senti. Sei que outras pessoas se identificam e não podemos fechar os olhos para os números reais que precisam ser alertados. As coisas não vão mudar do dia para a noite, mas que estejam conscientes disso", diz.

"Me sinto especial e grandiosa. Que eu traga mais mulheres para perto de mim. As que se identificam, as que não se identificam tanto, mas as que param para ouvir o que tenho para dizer ou os caminhos que escolho trilhar e ventilar", declara.

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