Funcionários do HUT relatam atender presos sem acompanhamento policial; corregedoria da PM apura

17/02/2022 11h43


Fonte G1 PI

Imagem: Andrê Nascimento/ G1 PIFuncionários do Hospital de Urgência de Teresina relatam atender presos sem acompanhamento policial; corregedoria da PM apura.(Imagem:Andrê Nascimento/ G1 PI)Funcionários do Hospital de Urgência de Teresina relatam atender presos sem acompanhamento policial; corregedoria da PM apura.

A Polícia Militar informou que a corregedoria da corporação está apurando denúncias de funcionários do Hospital de Urgência de Teresina. Segundo relatos dos profissionais de saúde ao g1, detentos e presos em flagrante têm sido atendidos sem acompanhamento policial, o que é determinado pela unidade de saúde.

As ultimas denúncias são de domingo (13) e dessa terça-feira (15). No domingo, Kelson Soares de Souza, de 33 anos, fugiu da unidade de saúde.

Ele estava internado desde sexta-feira (11) e tinha sido preso por suspeita de cometer assaltos na região do bairro Tancredo Neves, na Zona Sudeste da capital.

Nessa terça-feira (15), funcionários relataram que um preso de 39 anos encaminhado da Penitenciária Professor José Ribamar Leite, a antiga Casa de Custódia de Teresina, passou por cirurgia de apendicite e, ao sair do procedimento, ficou sozinho algemado na maca sem acompanhamento de um policial.

"Quando ligamos pro policial responsável, ele disse que já estava em casa e que já tinha passado o plantão, mas não tinha ninguém para substituir. Ficamos com medo, o paciente fica algemado na maca, mas é um risco que corremos",
contou um funcionário.

O HUT, em nota, destacou que a responsabilidade do trabalho é dos policiais e que o acompanhamento tem que ser feito durante todo o atendimento, o que não aconteceu nos dois casos citados, conforme os profissionais de saúde.

"Os agentes devem acompanhar toda a permanência do paciente durante seu tratamento de saúde, salvo exceções em ambientes restritos devido o risco de contaminação por infecções (centro cirúrgico) ou por radioatividade (exames), ainda assim (via de regra) permanecem imobilizados por algemas ou outros instrumentos de contenção, cabendo ao hospital dar continuidade ao tratamento de saúde dispensado",
diz o HUT em nota (leia a íntegra ao fim da reportagem).

Diante da situação, a comunicação da PM informou que o caso está sob apuração e o policial responsável pelo custodiado na noite de terça-feira (16) terá sua conduta apurada.

"No caso recente, envolvendo policial militar, já foram adotadas as medidas penais e administrativas quanto à conduta do policial junto à corregedoria", informou a PM em nota (leia a íntegra abaixo).
  • O que diz a PM
Nota à imprensa

Acerca das denúncias feitas, a Polícia Militar informa:

1.Que a custódia de presos depende de quem o está conduzindo. Se antes dele ser entregue à delegacia ou Central de Flagrantes, cabe à Polícia Militar;

2.Portanto a responsabilidade da custódia deve ser tomada caso a caso, inclusive com o registro no hospital de quem está conduzindo/responsável pelo acusado/suspeito;

3.No caso recente, envolvendo policial militar, já foram adotadas as medidas penais e administrativas quanto à conduta do policial junto à corregedoria.

4.A polícia militar reforça o seu compromisso de servir com excelência a sociedade piauiense.

Teresina, 16 de fevereiro de 2022.
Elza Rodrigues Ferreira – Cel PM
Dir. de Comunicação Social da PMPI

  • O que diz o HUT
O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informa que pacientes com restrição de liberdade chegam ao Hospital sob custódia de agentes da segurança pública estadual.

Os agentes devem acompanhar toda a permanência do paciente durante seu tratamento de saúde, salvo exceções em ambientes restritos devido o risco de contaminação por infecções (centro cirúrgico) ou por radioatividade (exames), ainda assim (via de regra) permanecem imobilizados por algemas ou outros instrumentos de contenção, cabendo ao hospital dar continuidade ao tratamento de saúde dispensado.

A Diretoria do HUT destaca que realiza constantemente demonstrações de esforços junto à Secretaria de Segurança para reforçar estratégias de resguardo e, em casos de evasão de paciente, notifica as circunstâncias junto às forças de segurança para tomar as medidas cabíveis.

Tópicos: hospital, militar, caso