Maia diz que diálogo resolve e pede a Bolsonaro que comande de forma mais harmoniosa

30/05/2020 22h16


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarMaia sobre eleições municipais: podem até ser adiadas, mas não prorrogar mandatos.(Imagem:Reprodução)Maia sobre eleições municipais: podem até ser adiadas, mas não prorrogar mandatos.

Maia diz que diálogo resolve e pede a Bolsonaro que comande de forma mais harmoniosa
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (30) que é o diálogo "que resolve" e pediu ao presidente Jair Bolsonaro que "comande de forma mais harmoniosa".
Maia deu as declarações durante transmissão em rede social, na qual conversou sobre valorização do Parlamento com o professor de Direito Fernando Passos.

"O diálogo é o que resolve, e o presidente [Bolsonaro] tem que entender que ele é o chefe do poder que comanda, que executa. E a gente precisa que ele comande de forma mais harmoniosa, respeitando os outros poderes", afirmou o presidente da Câmara.

Na mesma transmissão, Maia também afirmou que quando se encontra pessoalmente com Bolsonaro a conversa é "muito boa", mas que o presidente "desorganiza e gera insegurança" cada vez que "enfrenta" os demais poderes.

"Você não é presidente apenas dos que o elegeram. Você é presidente de todos os brasileiros. E, como a base inicial dele foi muito ideológica, de extrema direita, nas redes sociais, ele se sente mais comprometido com eles. E, quando vem um conflito, ele ataca mais do que fazia antes. Só que, como presidente do Brasil, cada vez que ele vai pro enfrentamento, ele desorganiza e gera insegurança", afirmou o deputado.

Maia lembrou que o país atravessa uma pandemia e que, no momento, o ideal é "mais harmonia" e "menos conflito". Disse ainda que ainda que um poder não deve servir apenas para "dizer sim a outro" e que há "instrumentos legais" para se recorrer de uma decisão com a qual não se concorda.

"O Parlamento [serve] para representar toda sociedade, não apenas a parte que governa. E o Judiciário serve para garantir o limite dos outros dois poderes. A gente não pode aplaudir uma decisão que nós concordamos e radicalizar contra uma que discordamos. Temos os instrumentos legais para recorrer. Se a decisão do ministro do Supremo não foi a que você concorda, recorra. Use os instrumentos legais, porque é assim que nós vamos fortalecer a nossa democracia, o nosso país e o governo", concluiu o parlamentar do Rio de Janeiro.

Bolsonaro contesta ordens do STF

Jair Bolsonaro disse na quinta-feira (28) que "ordens absurdas não se cumprem", em referência à operação da Polícia Federal contra fake news, deflagrada na véspera, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de empresários e blogueiros. Os alvos são aliados do presidente.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito que investiga a produção e disseminação de informações falsas e ofensas à Corte.

"Nunca tive a intenção de controlar a Polícia Federal, pelo menos isso serviu para mostrar ontem [quarta]. Mas obviamente, ordens absurdas não se cumprem. E nós temos que botar um limite nessas questões”, afirmou Bolsonaro a jornalistas na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada. "Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem."

O presidente disse ainda que tem as "armas da democracia nas mãos" e afirmou que não haverá um outro dia igual à quarta-feira.

"Repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega! Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro os meus compromissos no juramento que fiz quando assumi a Presidência da República."

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