Quinze pessoas presas suspeitas de fraude em concursos públicos no Piauí estão soltas

16/05/2017 08h34


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/Polícia CivilMandados são cumpridos no Piauí, Ceará e Pernambuco.(Imagem:Divulgação/Polícia Civil)Mandados são cumpridos no Piauí, Ceará e Pernambuco.

O juiz Francisco Moura, da Central de Inquéritos de Teresina, converteu em medidas cautelares a prisão temporária de 15 pessoas que foram presas suspeitas de fraudar concursos públicos no estado. A quadrilha formada por policiais civis foi presa durante a Operação Infiltrados do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) no dia 9 de maio. Ao todo foram cumpridos 23 mandados de prisão, 28 mandados de busca e apreensão que foram cumpridos em cidades do Piauí, Ceará e Pernambuco.

“O magistrado estabeleceu medidas cautelares para 15 suspeitos e somente uma prisão temporária foi convertida em preventiva. Até o momento, oito pessoas continuam presas enquanto as investigações seguem. O juiz entendeu que a liberdade destas pessoas não iria comprometer o trabalho da polícia e estabeleceu algumas restrições, como por exemplo, algumas pessoas não poderem viajar ou fazer concurso público”,
detalhou o delegado Willame Moraes, coordenador do Greco.

Willame Moraes revelou ainda que o trabalho da polícia continua e não descarta a possibilidade de novas prisões acontecerem. A operação Infiltrados investiga fraudes no concurso público da Polícia Civil do Piauí em 2012.

Policiais podem ser expulsos

O corregedor da Polícia Civil do Piauí, Adolfo Cardoso, revelou que alguns dos 13 policiais civis suspeitos de fraude em concursos públicos respondiam a processos administrativos por má conduta e um deles por homicídio.

"Recolhemos as armas, munições, carregadores e carteiras dos 12 policiais civis presos na operação, já que um deles continua foragido. A maioria dos agentes era investigada por má conduta no exercício da profissão e um deles respondia processos administrativos graves, como homicídio culposo por atirar em um colega dentro da delegacia de Bom Jesus",
comentou.

De acordo com a investigação, alguns policiais civis eram beneficiados com a fraude, outros forneciam informações privilegiadas ou faziam cobranças. Para ter acesso ao gabarito via SMS, os candidatos deveriam pagar o valor do salário de agente que era de R$ 2.500, multiplicado por 10. Ao todo era cobrado R$ 25 mil por pessoa, que deveriam ser pagos após aprovação no concurso.

Pela gravidade do crime de fraude, o corregedor acredita que os policiais podem ser expulsos. Após a conclusão do inquérito policial, ele vai abrir um processo administrativo e espera que o juiz afaste os investigados do serviço público.

As provas
A TV Clube teve acesso a uma das provas do curso de formação para ingresso na Polícia Civil do Piauí que mostra erros crassos cometidos por uma das candidatas aprovadas no concurso público beneficiada pelo esquema fraudulento descoberto durante a Operação Infiltrados, deflagrada na terça-feira (9).

Em uma das questões que pedia a manifestação do candidato sobre a possibilidade ou não de uma autuação em flagrante, ao responder a mulher escreve por duas vezes “tranzito” (trânsito) e prissão (prisão). No mesmo questionamento, aparece ainda a palavra socorrida com apenas um R, flagrante escrito “fragrante” e o A craseado (à) como flexão do verbo haver. A prova escrita era composta de nove questões cada uma valendo um ponto. A candidata obteve 4,3.

Outras fraudes

Conforme a polícia, a Operação Infiltrados foi articulada ainda no ano passado a partir de delações de investigados na ação policial que prendeu suspeitos de fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí. A partir das informações, foi realizada uma análise no gabarito do certame para agente da Polícia Civil, aplicada em 2012, e os beneficiados identificados.

De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, as provas de seis candidatos foram comparadas e elas tinham o mesmo número de erros e acertos, isso foi primordial para que as prisões fossem solicitadas junto à Justiça. Além disso, a polícia também pediu a quebra do sigilo telefônico dos investigados.

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