"Constrange toda nossa luta", diz delegada Vilma sobre pesquisa do estupro no País

22/09/2016 10h47


Fonte Cidade Verde

Imagem: Divulgação

“É uma frustração. Constrange toda nossa luta de combate à violência contra a mulher”. O desabafo é da delegada Vilma Alves, titular da Delegacia do Centro, ao comentar a pesquisa Datafolha, divulgada ontem, que revela que um em cada três brasileiros concorda com a afirmação de que "a mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada".


Primeira mulher a comandar a Delegacia da Mulher no Piauí disse ao Cidadeverde.com que os dados retratam o machismo brasileiro.

“Sempre vão dizer que a mulher é culpada. Foi estuprada porque estava usando short curto, estava tomando cerveja, andando sozinha no escuro, estava altas horas da madrugada na rua, porque estava usando blusinha só de alça, todo tipo de acusação, foi ela que provocou. É um sistema machista que é cultural”,
disse Vilma Alves.

Essa semana, a delegada desfilou no Teresina Trend com o cartaz de alerta para os altos índices de violência contra a mulher afirmando: “Vista-se de coragem”.

Ela informou que este ano já são 109 denúncias de estupro no Piauí. Para a delegada, a maior violência contra a mulher é a violência sexual.

“O estupro viola o direito de liberdade, dignidade e respeito. Viola a vontade da mulher, o direito a seu corpo”
, ressaltou a delegada.

Segundo ela, a arma usada para violentar a mulher geralmente é a arma, porrete, murros e pontapés.

“É uma violência imensurável. Muitas delas não fazem nem a denúncia com vergonha de si mesma. Por isso sou a favor da castração química. É machismo puro. Mulher não é coisa e não é objeto de ninguém”, desabafou Vilma Alves.

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Tópicos: mulher, delegada, vilma