Vettel dá adeus à F1 idolatrado por postura dentro e fora das pistas

19/11/2022 12h08


Fonte 180graus.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarVettel dá adeus à F1(Imagem:Divulgação)Vettel dá adeus à F1

Poucos pilotos na história da Fórmula 1 conquistaram tantos admiradores dentro e fora das pistas quanto Sebastian Vettel. Ao longo de 16 temporadas, ele faturou quatro títulos, dois vice-campeonatos e, principalmente nos últimos anos, angariou o respeito dos colegas e fãs de automobilismo pelas posições favoráveis à diversidade, respeito aos direitos LGBT+ e sustentabilidade.

O piloto alemão vai se despedir da F1 no domingo, no GP de Abu Dabi, a última etapa da temporada, nos Emirados Árabes Unidos. Mas já parece fazer falta para alguns colegas do grid. “Eu vou sentir falta dele, com certeza. Nós corremos juntos na F-1 ao longo de 12 anos. Ele é parte da minha jornada aqui na F-1, minha carreira estará sempre ligada a ele, de alguma forma. É um pouco triste a saída dele”, lamenta o espanhol Fernando Alonso.

Aos 35 anos, Vettel não será daqueles pilotos que deixam o grid no auge. Seu último título, o tetra, foi conquistado em 2013. De lá para cá, ele bateu na trave duas vezes. Foi vice em 2017 e 2018, já pilotando pela Ferrari, seu grande sonho. Desde então, deixou a lista de favoritos ao título, principalmente após trocar a equipe italiana pela Aston Martin, sua equipe atual, em 2021. No campeonato deste ano, é apenas o 11º, com chances de, no máximo, terminar o ano em 10º.

Mas, se está longe de brilhar nas pistas, Vettel se tornou unanimidade nos paddocks do circuito pelos gestos importantes e pela amizade que construiu com os rivais. Um dos que mais o elogia é o australiano Daniel Ricciardo, ex-companheiro de time na Red Bull em 2014.

“Ele me ligou algumas vezes neste ano apenas como amigo. E mostrou cuidado e preocupação, como um verdadeiro amigo faz”, diz Ricciardo, que passou momentos difíceis na temporada – a McLaren decidiu antecipar o fim do contrato. “Ter amigos assim é muito importante. Ao mesmo tempo, não é tão comum no grid da F-1 Nós nos relacionamos como pilotos e construímos amizades, mas ter este nível de amizade, e alguns gestos positivos que fez para me ajudar neste ano, foi um pouco inesperado. Mas super legal!”

Ao mesmo tempo em que construía amizades em meio à rotina de treinos e corridas, Vettel passou a conquistar a simpatia de fãs por se posicionar publicamente diante de temas que, inicialmente, não eram compartilhados por todos os pilotos e dirigentes da F-1. Muitas vezes até bateu de frente com governos e seus preconceitos.

No GP da Hungria do ano passado, eles vestiu uma camiseta com as cores do arco-íris e a expressão em inglês “same love” (algo como “o mesmo amor”) durante a execução do hino do país, governado atualmente pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, conhecido pelas declarações xenofóbicas e contra a comunidade LGBT+. Vettel ainda usou uma máscara da mesma cor antes da largada.

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