De peladeiro de praia à seleção Sub-18: quem é Thiago, a joia do Náutico na mira do Flamengo

11/12/2019 10h54


Fonte Globoesporte.com

Imagem: Rômulo AlcoforadoClique para ampliarThiago teve destaque no ano de 2019(Imagem:Rômulo Alcoforado)
Nascido e criado no bairro do Pina, na zona sul do Recife, pertinho do mar, Thiago enfrentava um estigma. Havia quem dissesse que - como tantos outros antes dele - jamais passaria de um "peladeiro de beira de praia". Após ser rejeitado em testes para as bases de Palmeiras e Sport, ele mesmo chegou a se questionar se as críticas eram verdadeiras. Pensou em desistir do objetivo de jogar bola profissionalmente. Pouco mais de um ano depois, no entanto, o cenário é oposto. Titular do Náutico aos 18 anos, o ponta teve temporada meteórica e destacou-se na Série C - a ponto de chamar atenção do Flamengo, que tenta sua contratação.

Mas o que levou o Fla a se interessar pela joia alvirrubra? Como joga a promessa pernambucana - cujos direitos econômicos valem, na avaliação do Náutico, cerca de R$14 milhões?

Estilo de jogo

Desde que subiu aos profissionais, no início de 2019, o atacante Thiago jogou em basicamente uma função: a ponta-direita. Canhoto, ele gosta de fazer a diagonal - jogada que consiste em carregar a bola do lado do campo para o meio e tentar a finalização ou o passe. Não que ele não vá até o fundo eventualmente, mas o ponto forte na temporada foi o corte para dentro.

Durante todo o ano, Thiago foi uma das principais válvulas de escape do Náutico, vice-campeão estadual, semifinalista da Copa do Nordeste e campeão da Série C. É jogador que gosta de conduzir a bola e tentar lances individuais.

Com essas características, o atacante fechou o ano como vice-artilheiro do Náutico. Marcou oito gols - cinco na Série C, dois no Pernambucano e um na Copa do Nordeste. No papel de garçom, serviu os companheiros quatro vezes com assistências diretas para gol (três no estadual e uma no Nordestão).

Chegou a ter tanto prestígio no time que, em dado momento, o treinador Gilmar Dal Pozzo mostrou-se particularmente preocupado que o Náutico estivesse dependente de Thiago - dado o nível baixo que o time apresentou sem o jogador em duelo contra o futuramente rebaixado Globo-RN.

No final da Série C, no entanto, o time se virou bem sem ele, que - machucado - não jogou as semi e finais da competição.

Bênção de Jorge Henrique

No Náutico, Thiago teve um tutor desde que apareceu nos primeiros jogos. O veterano Jorge Henrique, também cria da base alvirrubra, farejou potencial no garoto - e afirmou que, assim como o ele próprio fez no passado, a nova joia do Timbu tinha capacidade para ter uma carreira de sucesso.

"Ele é um garoto que joga muito. É diferenciado" disse, na ocasião.

Curiosamente, o garoto desbancou o ídolo do Náutico, que perdeu posição após se lesionar em clássico contra o Santa Cruz, ainda no começo do ano, e não conseguiu mais retomar a vaga.

A superioridade técnica de Thiago naquele momento foi inclusive admitida por Jorge Henrique, que, àquela altura, avaliou publicamente que tinha mesmo de esperar sua vez.

Seleção sub-18

O reconhecimento ultrapassou os muros dos Aflitos. Pelo bom desempenho no começo do ano, Thiago foi convocado pelo técnico André Jardine para um período de testes na Seleção Brasileira sub-18.

A categoria não existe oficialmente. Para a Fifa, há o sub-17 e o sub-20, mas a CBF decidiu promover esse período de testes para conhecer e dar oportunidades a mais jogadores, como Thiago.

Convocado para Seleção sub-18, Thiago vive momento especial no Náutico

Gol de abertura dos Aflitos

Um gol pode significar muitas coisas. Entre elas um prenúncio de que mais deles virão adiante. Talvez tenha acontecido algo assim quando Thiago, ainda desconhecido pela torcida do Náutico, balançou as redes do Newells Old Boys-ARG, em amistoso disputado em dezembro de 2018.

Aquela partida era especial para o Náutico: marcava a volta do time aos Aflitos, estádio que sempre fora o lar dos alvirrubros - abandonado seis anos antes em nome de uma mal-sucedida parceria com a Arena Pernambuco.

O gol solitário no 1 a 0 deu a vitória ao Timbu e, por si só, inscreveu o nome do então desconhecido Thiago na história alvirrubra. Mas não foi a única conquista do atleta pelo clube: no ano seguinte. Thiago confirmou o que aquele gol anunciava: foi revelação do Pernambucano e um dos principais nomes do time no acesso e título da Série C.

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