Atacante revela atraso de salários, "bola de neve" de dívidas e desabafa: "Devendo a imobiliária"

10/01/2024 15h42


Fonte ge

Imagem: Samuel Pereira/A.A. AltosMikael Raitz, atacante do Altos.(Imagem:Samuel Pereira/A.A. Altos)Mikael Raitz, atacante do Altos.

Contratado para a temporada 2023, Mikael chegou ao Altos com boas expectativas. Após um bom começo no Campeonato Piauiense, o atacante perdeu espaço durante a disputa da Série C do Brasileiro e, com salários atrasados, acumulou dívidas durante sua passagem em Teresina. Clube e jogador rescindiram contrato amigavelmente, mas Mikael conta que ainda não recebeu o que foi acordado e se preocupa com as cobranças que recebe judicialmente.

Mikael tinha um contrato de dois anos com o clube piauiense, mas sua passagem durou apenas de janeiro a agosto de 2023, quando acabou a disputa da Série C do Brasileiro. Nesse período, no entanto, o jogador conta que conviveu com atrasos de salários constantes, o que prejudicou suas finanças pessoais.

- Esse ano teve vários atrasos. Atrasavam e depois pagavam. E nisso eu acabei me endividando, porque às vezes não tinha um real no bolso. Virou uma bola de neve – comentou Mikael, ex-atacante do Altos.
- Fique devendo imobiliária, pedindo dinheiro emprestado, e eles não me pagavam. Aluguei uma casa, quando atrasava não consegui pagar e usava o cartão, mas depois não conseguia pagar o cartão – completou.

Mesmo com as dívidas pendentes, Mikael foi chamado para compor o elenco do Altos em 2024. No entanto, o atacante recusou se apresentar até que recebesse o que lhe era devido. Segundo o jogador, eram dois meses de salários atrasados, além de outros direitos como FGTS, férias e 13º. Sem receber, preferiu abrir mão de um contrato longo.

Falaram que iam comprar minha passagem para eu voltar, e eu disse que não ia. Eram dois anos de contrato, eu tinha que voltar, mas eu falei que só queria voltar se eles me pagassem o que estava atrasado. Não posso sair de casa nem um real no bolso. Quando ligava diziam que iam pagar, mas nunca pagaram"
— disse o jogador.
Sem receber, a solução encontrada foi uma rescisão amigável, o que foi aceito pelo clube, segundo Mikael. O jogador relata que abriu mão de parte do que tinha a receber, mas ainda assim não teria recebido o que foi acordado na rescisão.

- Ficou acordado de pagarem um salário, férias, 13º e FGTS. Abri mão dos dois meses que estavam atrasados antes. Eu tento resolver, os caras falam que vão pagar desde que terminou a Série C, ficam dando datas e enrolando. Acho que me silenciaram, porque tem um mês que não falam comigo. Eu ligo, eles atendem e desligam – disse.

- Se não tem, fala. Mas ficam prometendo, você conta com o dinheiro e não chega nada. Fico chateado com essa falta de diálogo – completou.

Apesar da dívida, Mikael não tem planos de entrar contra o clube na Justiça, ao menos por enquanto. Segundo ele, existe um sentimento de gratidão com o clube, mas espera que a questão dos salários atrasados seja resolvido o quanto antes.

- Eu agradeço o clube pela oportunidade que me deu de jogar uma Série C, de abrir as portas. Por esse motivo não coloquei na Justiça, não queria ser ingrato. A única coisa que eu quero é meu direito – finalizou.

Procurado pelo ge, a diretoria do Altos reconheceu o débito com o jogador, afirmou que pela contas do clube, Mikael tem a receber a quantia pelos dias trabalhados na Série C do Brasileiro e a verba rescisória. A cúpula do Jacaré informou que o repasse ao atleta vai ser realizado quando tiver "uma disponibilidade financeira".

O clube classificou-se para a segunda fase da Pré-Copa do Nordeste e joga a chance de disputar a fase de grupos do Nordestão na noite deste domingo, quando enfrenta o ASA em Teresina, no estádio Lindolfo Monteiro.

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Tópicos: clube, jogador, mikael