Análise: São Paulo cria chances e até joga bem, mas erra muito mais do que pode em Quito
19/09/2025 09h34Fonte ge
Os 2.850m de altitude de Quito, no Equador, não intimidaram o São Paulo, que jogou bem contra a LDU no estádio Casa Blanca. O resultado na partida de ida das quartas de final da Conmebol Libertadores, na última quinta-feira, porém, foi péssimo. E é isso o que conta, no fim.O São Paulo perdeu por 2 a 0 para a LDU, que fez um gol em cada tempo e justamente nos momentos em que estava pior no jogo. O Tricolor teve mais posse de bola (54% contra 46%), finalizou mais vezes (11 contra oito) e acertou muito mais passes (421 contra 286).
O que os números não mostram é que o São Paulo cometeu erros cruciais, na defesa e no ataque, e se complicou na Libertadores mesmo parecendo sentir pouco a altitude e jogando bem. O Tricolor vacilou em momentos importantes, justamente quando estava melhor na partida.
Imagem: Franklin Jacome/Getty Images
LDU x São Paulo, Luciano.

O São Paulo começou o duelo com posse de bola e fugindo da tradicional pressão que poderia ter sofrido por causa da altitude e por estar jogando fora de casa. Não era ameaçado pela LDU e conseguia trocar passes no campo ofensivo sem ser ameaçado.
Apesar de também não conseguir flertar com o gol no ataque, o Tricolor não dava espaços para os donos da casa. E foi justamente quando parecia ensaiar uma pressão, com jogadas mais verticais, que cometeu seu primeiro erro crucial.
Com três zagueiros e três volantes, a equipe de Crespo foi capaz de dar espaço para um adversário infiltrar sua zaga, nas costas de Ferraresi e ganhando na velocidade de Cédric. A LDU não desperdiçou a chance e abriu o placar. O gol tirou o Tricolor do rumo: dali até o intervalo, muitos chutões e pouca capacidade para segurar a bola no campo de ataque.
Mas, no segundo tempo, o São Paulo começou a dar sinais de que transformaria numa sorte melhor o bom futebol que voltara a apresentar. Com Marcos Antônio inspirado, o Tricolor voltou a trocar passes com precisão no campo ofensivo. Só que os erros não diminuíram.
Foram quatro chances claras criadas, além de um chute de longa distância de Marcos Antônio, que poderiam ter mudado os rumos da partida em Quito. Luciano, quem teve as melhores oportunidades e não converteu e admitiu ao fim do jogo: "Eu não posso perder esse tipo de gol".
E, de novo, justamente quando estava melhor (e muito melhor), com aquela pinta de que faria seu gol, o São Paulo levou o segundo. Num vacilo ainda maior de sua defesa, viu a LDU ampliar uma vantagem que já era ruim para os tricolores.
No lado direito, Ferraresi, o maior culpado no lance, tocou "na fogueira" para Pablo Maia, que, cercado por quatro jogadores, errou o domínio, foi desarmado e não teve o que fazer para evitar que Estrada fizesse o segundo dos equatorianos.
Nos 18 minutos finais, o São Paulo novamente perdeu força, assim como no primeiro tempo. Apesar de parecer ter fôlego e energia mesmo na altitude, se desorganizou, embora também tenha perdido chances até o apito final.
Preocupado com os 2.850m de altitude, o São Paulo parece ter esquecido de se preocupar com seus próprios problemas. Perdeu gol, errou na defesa e, agora, precisa de um ótimo resultado no Morumbis: vencer por dois gols de diferença para levar o duelo para os pênaltis ou por três ou mais gols de diferença para avançar diretamente à semifinal da Libertadores.
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