Valorizado por Muricy, Conca se torna o jogador mais rentável do Flu

27/09/2010 23h14


Fonte Globo Esporte

Darío Conca é moeda em alta no Fluminense. Cada jogo, cada assistência (são muitas!), cada gol, fazem a cotação do argentino subir. Nas cifras, não é o mais valorizado do plantel tricolor, mas é disparado um sucesso de rentabilidade. O meia tem apenas o quarto maior salário do grupo. Fica atrás de Deco, Fred, Emerson e na mesma faixa de Belletti. Situação que não deve demorar a mudar. Conca tem contrato até o fim de 2011, e a diretoria iniciou as conversas para tratar da renovação.

Por mais de uma vez, Muricy Ramalho deixou claro que seu melhor jogador, aquele de melhor custo-benefício, merece ganhar mais. Além da convivência e da admiração, o técnico toma os números do atleta como base. É o fiel da balança no líder do Campeonato Brasileiro. A começar pela assiduidade. De tão presente, é impossível dizer o que seria do Fluminense sem ele. Conca é o único jogador tricolor que disputou as 25 partidas do Nacional. Dentre todos os atletas da competição, considerados apenas os homens de linha, o volante Leandro Guerreiro, do Botafogo, é o único com o mesmo número de participações.

- É um jogador que não deixa de treinar, não deixa de jogar. Às vezes, olho para o tornozelo dele, está arrebentado e ele joga. Não sou de ficar falando, mas ele apanha muito. Se pedir alguma coisa, tem de dar para ele mesmo. O cara que é bom é o que se dedica. É argentino, não tem problema de sofrer, de se dedicar, não tem saudade de nada. Isso mostra que quando os argentinos vão para fora ficam muitos anos e os brasileiros vão e voltam – comentou.

Conca é o sexto jogador que mais sofre faltas no Brasileirão. Até agora, recebeu 71, média de 2,84 por jogo. No Flu, é quem mais apanha. O atacante Kleber, do Palmeiras, é o mais caçado da competição. Foram 95 sofridas em 19 jogos, média de cinco por partida.

Se o Fluminense tem o melhor ataque do Nacional, com 47 gols, a culpa é do camisa 11. Dezesseis saíram de assistências do argentino bom de bola. Com participações decisivas, é líder absoluto do quesito. Para se ter uma ideia, Thiago Ribeiro, atacante do Cruzeiro, é o segundo, com oito. A admiração dos companheiros é explícita.

- É um exímio jogador. Teve um lance ontem (no jogo contra o Vitória) em que ele deu uma cabeçada na chuteira do adversário e o árbitro ainda marcou falta contra a gente. Vem se superando, jogando com o tornozelo direito inchado. Podia se naturalizar para jogar na Seleção Brasileira. Não ter oportunidade na Argentina, com todo respeito, o treinador não conhece futebol. Ele com o Kaká formaria uma bela dupla – disse o zagueiro Leandro Euzébio, em entrevista à “Rádio Brasil”.

A boa fase de Conca não é novidade, mas o crescimento chama a atenção. No Brasileiro do ano passado, foram 11 assistências em 36 partidas, média de 0,30. Na edição atual, a média saltou para 0,64. Na última temporada, o ex-palmeirense Cleiton Xavier foi o jogador que mais deu assistências aos companheiros em toda a competição. Foram 14 passes precisos que terminaram nas redes dos adversários. Conca ficou em terceiro. Em 25 jogos até agora, ele marcou dois gols. Na edição anterior, foram sete.

Baixinho, leve, de porte físico acanhado. Conca dá de ombros para tudo isso. Com 1,67m e 58kg, é na raça que ele também contribui defensivamente. Na média, está entre os oito principais ladrões de bola do Fluminense. Detalhe: é o único jogador com características ofensivas que está na lista e tem desempenho semelhante ao do volante Diogo. Conca roubou 32 bolas em 25 jogos, equivalente a 1,28 por confronto.

Com a ausência de Fred, que não joga desde o dia 25 de julho, a braçadeira de capitão ficou com ele. É uma liderança bem diferente daquela que o atacante exerce. Conca é mais calado, prefere falar com os pés.

- É um cara muito tranquilo. É tímido com vocês (jornalistas), mas com a gente é brincalhão, um cara diferente. Às vezes, vocês podem ter um pensamento sobre ele que não é o que acontece dentro do vestiário. É um cara amigo. Acho que é por isso que vive esta grande fase. Todo mundo gosta muito dele. O Conca é o jogador do Brasileiro, não tem jeito. É um jogador diferenciado. Apesar da rivalidade, todo mundo gosta do futebol argentino. Estamos ficando um pouco com cara argentina (risos) - comentou o lateral-esquerdo Julio Cesar.

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