Palmeiras vacila em casa, e Cruzeiro consegue grande virada

06/09/2010 00h13


Fonte Globo Esporte

Foi uma partida com um tempo para cada equipe. Se antes do intervalo o Palmeiras abriu boa vantagem e fez 2 a 0, na segunda etapa foi a vez de o Cruzeiro dominar a disputa e arrancar uma vitória maiúscula na fria tarde deste domingo, no Pacaembu. O placar de 3 a 2 de virada fez com que a equipe mineira subisse uma posição, mantendo-se na zona de classificação para a Libertadores. Está em sexto, com 31 pontos, mesmo número do Santos, terceiro colocado e que já está no torneio continental de 2011 por ter vencido a Copa do Brasil.

Se o Cruzeiro conseguiu uma vitória heroica, isso muito se deve às mudanças do técnico Cuca e especialmente ao desempenho de Roger, que entrou no segundo tempo para fazer um gol e dar um passe preciso para Montillo. E ao argentino Farías, que fez o gol derradeiro da partida e sacramentou o 3 a 2.

Ao Palmeiras resta a queda na tabela. A derrota frente aos mais de 21 mil torcedores fez a equipe cair da nona para a 12ª posição, com 24 pontos. E leva mais dificuldades ao técnico Luiz Felipe Scolari, que viu desmoronar seu esquema com três zagueiros e três volantes - Rivaldo ainda atuava de forma improvisada na lateral esquerda. E ouviu vaias em casa, assim como aconteceu na derrota por 3 a 0 para o Atlético-GO, há três rodadas, no Pacaembu.

Na próxima rodada, na abertura do returno do Nacional, o Palmeiras visita o Vitória, às 22h desta quarta-feira, no Barradão. Já o Cruzeiro recebe o Internacional, às 19h30m também de quarta-feira, no Parque do Sabiá.

Palmeiras e a bola parada

Depois de conquistar quatro pontos em duas partidas fora de casa, o Palmeiras sentia que precisava de uma boa apresentação frente ao seu torcedor. E tomou a iniciativa do jogo. Ao Cruzeiro, restavam os contra-ataques, armados quase sempre por Montillo, habilidoso camisa 10. Foi ele que, em cobrança de falta, aos 12 minutos, levou perigo ao gol de Marcos, que precisou se esticar para tirar para a linha de fundo.

Apesar de ter maior posse de bola, o Palmeiras não conseguia encaixar uma jogada para o atacante Kleber, único homem de frente do time. A alternativa foi apostar em lances de bola parada. Marcos Assunção, batedor oficial das faltas palmeirenses, teve duas oportunidades, aos 11 e aos 29 minutos. Ambos pararam com tranquilidade nas mãos do goleiro Fábio.

Mas foi de uma cobrança de falta que o Palmeiras chegou ao primeiro gol. Indiretamente pelos pés de Assunção. Na bola alçada na área, Fabrício teve sua camisa segurada pelo atacante Wellington Paulista dentro da área. O pênalti foi cobrado por Kleber, que teve pela frente Fábio, goleiro que até poucos meses atrás era seu companheiro de treinos na Toca da Raposa. Mas não houve chance para o arqueiro celeste na batida precisa do Gladiador. O 1 a 0 aos 35 minutos não teve uma comemoração efusiva do camisa 30, em respeito ao seu ex-clube. No entanto, o amor pelo alviverde, exaltado durante a última semana, não foi esquecido. Apareceu em forma de um beijo no escudo.

Três minutos depois, o Palmeiras voltou a ampliar, novamente em jogada de bola parada. Após cobrança de escanteio, Maurício Ramos acertou as redes de Fábio outra vez: 2 a 0. O resultado satisfazia os torcedores que compareceram ao Pacaembu. E colocava o Alviverde ainda mais na cola do Cruzeiro, próximo do desejado G-4 do Brasileiro.

Roger muda o Cruzeiro e o jogo

Sem conseguir assustar muito Marcos no primeiro tempo, Cuca resolveu mexer para a segunda etapa, com jogadores do meio para frente. O treinador celeste se desfez do confuso trio de defensores – Gil foi o escolhido para dar vaga ao argentino Farías - e trocou Wellington Paulista por Roger. As mudanças melhoraram o time, que aparecia a todo instante bem perto do goleiro Marcos.

Em uma das jogadas, aos oito minutos, o arqueiro palmeirense levou a pior na hora de afastar o perigo.
 
Para evitar o gol de Farías, após lançamento de Thiago Ribeiro, ele se chocou com o atacante argentino. Sentiu o joelho esquerdo, que já havia lhe incomodado na primeira etapa. E foi substituído por Deola aos nove minutos por não suportar as dores – o local foi o mesmo em que passou por uma artroscopia, em junho passado.

Do banco de reservas, Marcos viu o Palmeiras ceder à insistência do Cruzeiro. Maurício Ramos tentou afastar a bola da área, mas errou e cedeu o rebote ao meia Roger. O camisa 17 bateu e contou com um desvio na trajetória para acertar a rede de Deola, que caiu para o lado contrário e sofreu um gol sem ter ao menos tocado na bola, aos 14 minutos.

Roger mudou o comportamento do Cruzeiro no Pacaembu. Mesmo tendo pela frente um Palmeiras mais fechado - eram três zagueiros e três volantes -, o meia não se intimidou com a marcação. Encontrou uma brecha entre tantos alviverdes e deu um passe perfeito para Montillo entrar na área e empatar, aos 20 minutos.

Preocupado com a falha defensiva, Felipão escalou mais um volante. Apostou em Tinga na vaga de Valdivia, que saiu de campo visivelmente contrariado, arremessando um copo de água no chão. E o sufoco palmeirense seguia.

Aos 40 minutos, Thiago Ribeiro arrancou pelo lado direito e rolou na área, onde estava Farías. O argentino não teve dificuldades para empurrar a bola para o fundo do gol e fazer 3 a 2 no Pacaembu. O Palmeiras, que chegou a ver o G-4 mais de perto, no fim viu o Cruzeiro se juntar ao seleto grupo dos times que hoje se classificariam para a Libertadores do ano que vem.

PALMEIRAS 2 x 3 cruzeiro Marcos (Deola); Maurício Ramos, Danilo e Fabrício; Márcio Araújo, Edinho, Pierre, Marcos Assunção e Rivaldo (Ewerthon); Valdivia (Tinga) e Kleber. Fábio; Gil (Roger), Edcarlos e Léo; Jonathan, Diego Renan; Henrique, Marquinhos Paraná e Montillo; Wellington Paulista (Farías) e Thiago Ribeiro.
Técnico: Luiz Felipe Scolari. Técnico: Cuca.
Gols: Kleber, aos 35, e Maurício Ramos, aos 38 mintuos do primeiro tempo. Roger, aos 14, e Montillo, aos 20, e Farías, aos 40 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Jonathan, Diego Renan e Gil (Cruzeiro). Rivaldo e Kleber (Palmeiras).
Local: Pacaembu, em São Paulo. Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa/PR). Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa/PR) e Rodrigo Pereira Joia (RJ). Público: 21.560 pagantes. Renda: R$620.526.