Ídolos na Terrinha, Deco e Felipão se reencontram como rivais no Brasil

01/09/2010 00h03


Fonte Globo Esporte

Um duelo tupiniquim com sotaque lusitano. Protagonistas do confronto entre Fluminense e Palmeiras, nesta quarta-feira, no Maracanã, às 22h (de Brasília), pela 18ª rodada do Brasileirão, Deco e Felipão nasceram em São Bernardo do Campo (SP) e Charrua (RS), respectivamente, mas foi do outro lado do oceano que iniciaram a parceria que deu ao futebol de Portugal a melhor seleção de sua história desde a geração comandada por Eusébio, na década de 60.

Campeão mundial pelo Brasil, Luiz Felipe Scolari chegou em terras portuguesas no início de 2003 para transformar uma equipe marcada por bons talentos individuais e fracassos coletivos em vencedora. Para ter sucesso, foi ousado, e contou com a ajuda de um brasileiro quase anônimo em sua terra natal que brilhava com a camisa do Porto: Deco. Naturalizado português, o apoiador tinha resistência do grande público para sua convocação e encontrou nos braços de Felipão o apoio ideal para dar início a uma história que durou sete anos e rendeu 75 partidas, cinco gols e duas participações em Copas do Mundo.

O treinador e o camisa 20 ainda trabalharam juntos no Chelsea, na Inglaterra, até o início de 2009, quando Felipão foi demitido. Se a amizade permaneceu intacta, a dupla nunca mais dividiu o espaço profissionalmente. Fato que acontecerá nesta quarta, no Maracanã, e enche o luso-brasileiro de orgulho. Agora do lado oposto, Deco admite que será diferente reencontrar no Brasil um dos personagens mais importantes de sua história na Europa.

- O Felipão é meu amigo antes de tudo. É um cara que me ajudou muito. Respeito muito. Não só pela carreira, mas também pelo caráter e por tudo que passamos juntos. É um exemplo em todos os sentidos, como treinador e como pessoa. Vai ser muito bom revê-lo. Na minha vida, há várias pessoas importantes. Ele é uma delas. Não dá para saber como seria sem ele. Talvez fosse do mesmo jeito, talvez não. Não foi por ele que decidi jogar pela seleção, eu já tinha tomado essa decisão, mas ele fortaleceu isso.

Longe de Scolari, Deco foi acolhido nas Laranjeiras por um treinador tão prestigiado nacionalmente quanto seu “padrinho” em Portugal: Muricy Ramalho. Apesar de terem estilos diferentes, enquanto Felipão é o típico paizão, Muricy é mais enérgico, o luso-brasileiro identifica semelhanças entre os dois comandantes e é só elogios:

- A característica em comum é o caráter. Os dois são pessoas do bem. Mesmo tomando decisões difíceis, são muito honestos. É difícil isso no futebol e ambos têm de sobra. Pensam diferente o futebol, mas são do bem. Por isso, são queridos por todos os jogadores com quem trabalharam.

Titular pela terceira partida consecutiva pelo Fluminense, Deco não acredita, porém, que sua história ao lado do treinador palmeirense possa ajudar a equipe na partida desta quarta.

- Futebol não depende de um jogador ou treinador, depende de um conjunto de coisas. Não adianta ele me marcar somente. Vai ser difícil para os dois times. Os times do Felipão lutam e trabalham até o fim. Não vendem a vitória fácil. Isso por si só torna o jogo difícil. Trata-se de um time grande, com um grande treinador.

Deco foi comandado por Felipão durante cinco (2003-2008) dos sete anos em que defendeu a seleção de Portugal. Neste período, a dupla ficou com o vice-campeonato europeu, em 2004, e a quarta colocação na Copa do Mundo de 2006.

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