Dunga diz que não assiste mais aos jogos da Seleção

13/04/2011 08h51


Fonte Terra

Após deixar o comando da Seleção Brasileira, o ex-técnico Dunga tem se afastado dos holofotes e, hoje, diz que nem assiste mais aos jogos. "Eu não tenho acompanhado muito, só vejo os resultados porque estou mais viajando", disse ele ao responder uma pergunta sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo seu sucessor, Mano Menezes, durante evento sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014, na Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, na noite desta terça-feira.
Imagem: TerraDunga deu palestra em Canoas e respondeu a perguntas(Imagem:Terra)Dunga deu palestra em Canoas e respondeu a perguntas

Ao falar sobre Mano, Dunga foi econômico: "está bom. Ainda está no começo, colocando em prática suas ideias". Dunga disse que atualmente está voltando seu tempo para a família e negócios que deixou de lado no tempo em que esteve à frente da Seleção. "Tenho que cuidar do filho pequeno que ficou três anos só vendo jogo, agora tem que cuidar dele".

Uma das marcas da "Era Dunga" foi a relação conflituosa com a imprensa. Ele contou que, antes de viajar para a África do Sul, sede da Copa do Mundo de 2010, na qual o Brasil foi eliminado pela Holanda, teve uma reunião com "um cara muito grande", que lhe disse que ele dava muita importância para o que a imprensa falava sobre seu trabalho. "Eu disse para ele: 'mas você já tem o seu nome, as pessoas sabem quem você é. Eu ainda tenho que mostrar o meu trabalho'. Essa pessoa me disse ainda que 2006 não foi nada daquilo do que foi falado".

O ex-técnico se mostra ainda magoado com as criticas que sofreu, principalmente da imprensa, mas afirma que na sua impressão uma boa parte dos torcedores entendeu o seu trabalho. "É lógico que eu queria ganhar, fiquei magoado com o que aconteceu, mas na média, o povo entendeu o que eu estava fazendo. Algumas pessoas me criticaram de forma pesada", reclamou.

Ele diz que era criticado até pela roupa que vestia e que os efeitos do que foi dito persistem até hoje. "Minha filha, que só desenha roupa para mulheres, apanha até hoje porque eu estava com um casaco durante os jogos da copa. As pessoas criticaram a minha roupa, mas dois minutos depois, a assessoria do (Alexandre) Herchcovitch mandou e-mail dizendo que era da coleção dele, e as pessoas passaram a dizer: 'nossa que bonito'".

Até as vaias que eram proferidas pela plateia foram alvo de crítica de Dunga, que conclamou mais patriotismo aos torcedores. "Se a pessoa paga ingresso, sai de casa para se divertir, não tem porque ficar vaiando, tem que ser patriota". O ex-técnico diz que uma das maiores ofensas que podem ser proferidas contra alguém é chamá-lo de burro. "Um cara fica lá, do outro lado, chamando de burro, porque acha que sabe tudo. Mas quem é que sabe de tudo? O que chama de burro e ganha 10 ou quem não sabe nada e ganha 100?".

Ele diz que, na Seleção Brasileira, a obrigação é de ganhar e não a de desenvolver um trabalho. "Acho que o meu maior trabalho na Seleção foi nas Olimpíadas, porque formei um time em 10 dias, sendo que dois deles eram para viajar. Na véspera de estrear, ainda tivemos o problema dos clubes que não liberaram os jogadores. Durante a noite, bateram na porta do meu quarto e me disseram que eu não poderia contar com quatro, cinco jogadores, dai eu disse: 'então eu vou ter que jogar também'".

Ao falar ainda das polêmicas com jornalistas, lembrou de um episódio logo após ter sido anunciado como técnico da Seleção. "Eu nunca esqueço. Quando fui escolhido para a Seleção, logo ao descer no aeroporto, um jornalista me perguntou duas coisas que eu nunca esqueci: 'tu vai esquentar o banco para o Felipão?' e 'tu levou uma balãozinho do Ronaldinho, e agora vai treinar ele?'. Então, as pessoas tentam te cutucar. Agora eu fico na minha, pode perguntar tudo o que quiser para mim, mas também pode ouvir o que não quer".

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