Criador do 'monstro' Conca, Renato será responsável por anular a criatura

28/10/2010 15h04


Fonte Globo Esporte

Criador e criatura frente a frente. O reencontro promete. E certamente os momentos que antecederão o início de Fluminense x Grêmio, nesta quinta-feira, no Engenhão, serão marcados por um singelo abraço do meia argentino Darío Conca no técnico Renato Gaúcho. Responsável por acolher o apoiador e ajudar na sua adaptação ao Brasil, o treinador do Grêmio terá agora que achar uma fórmula para anular o “monstro” que ajudou a formar.
Afinal, o meia do Flu, que participou de todas as rodadas do Campeonato Brasileiro, é o destaque do adversário, líder da competição com 54 pontos. Para a equipe gaúcha continuar com o sonho do título, precisa vencer e diminuir a diferença de sete para quatro pontos do rival. E parar Conca é fundamental.
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Mas se hoje estão de lados opostos, os dois já protagonizaram momentos de alegria e tristeza juntos. A maioria nas Laranjeiras. No entanto, o início foi em outro clube carioca, o Vasco da Gama, em 2007. Em São Januário, um tímido Conca encontrou dificuldade com a língua, e a adaptação à cultura brasileira foi lenta.
O problema maior, no entanto, tenha sido a reserva. Com poucas oportunidades no início, foi relegado ao banco. O próprio Renato Gaúcho explica o motivo pelo qual preferiu não utilizá-lo entre os titulares no começo.
- O Conca veio do Chile “na maca”. No primeiro treino o garoto quase morreu. No início ele sofreu muito. Fizemos um trabalho especial, para ele foi muito bom em termos de adaptação. Demos corpo para ele.
Conca não se opôs à ideia. Ciente da importância do trabalho estimulado por Renato, o jogador entendeu o recado.
- Comecei jogando, mas depois saí. Eu não estava bem e ele (Renato Gaúcho) me deixou no banco, me fez trabalhar um pouco mais isso (ganhar mais massa muscular). Foi bom para mim. Aprendi muitas coisas. Ele me ajudou nesse sentido e em outras coisas mais. Só tenho a agradecer a ele – garante o meia.

Mas o melhor ainda estava por vir. Em 2008, contratado pelo Fluminense, Conca reencontrou Renato Gaúcho. A missão: ganhar o inédito título da Libertadores. Conca não chegou como solução, era apenas um coadjuvante no elenco. A resposta veio em campo. Após boas atuações, se tornou um dos pilares da equipe que eliminou São Paulo (quartas de final) e Boca Júniors (semifinal), mas perdeu para a LDU na decisão – o meia desperdiçou uma cobrança na disputa por pênaltis.
De lá para cá o argentino se firmou nas Laranjeiras, virou ídolo, foi contratado em definitivo pelo clube e é considerado um dos melhores jogadores em atividade no país. Já Renato Gaúcho, após a demissão ainda em 2008, durante o Brasileiro, passou pelo Vasco, quando foi rebaixado naquele ano - na ocasião, enfrentou Conca e saiu vitorioso: Vasco 1 a 0 Fluminense -, e em 2009 voltou para o Tricolor carioca. Mas deixou o time na lanterna do Nacional, demitido. Em 2010, comandou o Bahia na Série B e se firmou novamente no cenário nacional com o ótimo trabalho que realiza com Grêmio – tem a melhor campanha do segundo turno.
Mas, se em campo eles serão adversários na quinta, antes lembram com carinho um do outro e trocam elogios. Afinal, juntos já tiveram muita história para contar.
- O Conca é um dos cinco craques do campeonato, um jogador diferenciado, todas as jogadas passam por ele. É um jogador muito simples e muito bom de bola. Fora das quatro linhas é exemplar. Torço muito por ele. Como eu disse, é um dos cinco melhores do campeonato, e isso não me surpreende – garante Renato.
- É um amigo. Um cara que me ensinou muito. Só tenho que agradecer. Me ajudou no Vasco e no Fluminense, me deu confiança. Muitas pessoas me ajudaram, mas ele me ajudou muito – agradece Conca.

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