Técnico desempregado estuda processar clube e pausa na carreira
08/03/2017 16h10Fonte Globoesporte.com
Depois de ter a expectativa frustrada de assumir o Piauí, o técnico Wemerson Carvalho retornou a Campina Grande, na Paraíba. A viagem de volta para casa aconteceu mais rápida daquilo projetado. Wemerson conta ter recebido garantia da presidência do clube piauiense em comandar o Rubro-Anil no campeonato estadual, mas acabou descobrindo ao chegar a Teresina que não teria o emprego. Viajou 21 horas, ficou hospedado em uma pousada até receber a má notícia. Depois da decepção, Wemerson resolveu dar um tempo no futebol e contatou um advogado para estudar um processo contra o clube. Ele relata ter áudios de conversas e mensagens que comprovariam a contratação. Por outro lado, o Piauí nega acerto com Wemerson.- A volta também foi cansativa. A diferença é que na ida fui com a mala cheio de planos, entusiasmo, sonho de fazer um trabalho, de trazer algo para a família e a certeza de assumir. Estudei vídeos, gols, para ver o que o time estava precisando. Houve o acerto. Na volta, vim com a frustração, cheio de dúvidas e a indignação com essa situação, aconteceu uma injustiça. Chorei na madrugada toda no ônibus, quando retornei. Precisei tomar remédio, um calmante, para poder dormir. Chorei pela humilhação passada – narrou Wemerson, completando sobre a intenção de entrar na justiça.
- Não sou leigo, não sou analfabeto. A gente estuda, sabe dos nossos direitos. Tenho um advogado, que sabe o que passei. Senti na pele, foi doloroso. Estamos estudando se entra ou não com uma ação, contra o clube ou o presidente. Guardo as conversas. Tem que ser feito algo para coisas assim deixem de acontecer. Futebol não é bagunça, pilantragem – completou o treinador.
Imagem: Arquivo PessoalClique para ampliar
Wemerson Carvalho na saída do hotel onde ficou hospedado até ter condições de voltar para casa.
Wemerson Carvalho na saída do hotel onde ficou hospedado até ter condições de voltar para casa.Aos 37 anos de idade, o técnico resolveu: a carreira no futebol terá uma pausa. Em casa, com a esposa e os três filhos – de 13, 14 e 17 anos – Wemerson desfez a mala e se mostrou magoado.
- Até o ex-presidente do clube onde estava telefonou. Amigos treinadores também, dizendo para levantar a cabeça. Mas estou decido dar um tempo, apesar de amar futebol. Estou cheio de dúvidas, uma situação frustrante. Sou casado, tenho três filhos. Eles choraram comigo com essa situação – disse.
- Foi uma total falta de respeito. O momento constrangedor no hotel, as pessoas querendo ficar com a mala. Recebemos R$ 600 do Kenedy (Gomes, diretor de futebol do Piauí) para passagem e depois mais R$ 50. Não almoçamos no sábado, para juntar esse dinheiro para comprar as passagens de volta. No domingo, a mãe de um amigo que joga em Teresina nos ajudou com R$ 50. Na saída do hotel, queriam chamar a polícia. Botei a mala nas costas, disse que era para resolver com o presidente e fui para a rodoviária – relatou.
Wemerson chegou a Teresina na sexta-feira após receber sinalização do Piauí sobre a contratação. Segundo o técnico, as conversas foram aceleradas depois da derrota do Enxuga Rato para o Parnahyba, no dia 22 de fevereiro – quarto revés do Rubro-Anil em quatro jogos. A apresentação aconteceria depois do carnaval. O acordo também envolvia a contratação de jogadores. Dois deles, inclusive, viajaram com Wemerson. No sábado, Wemerson recebeu a notícia de que não seria treinador do Piauí.
- Só disseram que as coisas mudaram e não iria assumir mais o clube. Isso foi uma palhaçada.
PIAUÍ NEGA ACERTO COM TÉCNICO
Procurado pelo GloboEsporte.com, o presidente do Piauí, Jacob Júnior, explicou que o treinador tentou cavar uma vaga no clube e, sem sucesso, segundo ele, criou essa situação. Ainda de acordo com Jacob, o próprio Wemerson o avisou sobre o processo que pretende abrir contra o clube.
- Eu não fui desumano com ele. Até paguei passagem para ele voltar para a Paraíba e o hotel daqui. Ele achou que a gente era besta e tentou forçar uma contratação. Como não conseguiu, ficou com raiva. Ele está procurando mídia e fez vários jogadores me ligarem para dar pressão. Até me mandou uma mensagem falando que vai processar a mim e o clube. Como a justiça funciona para os dois lados, o Piauí não tem medo e nem receio. Não devemos nada. Ele não tem nenhum contrato e nenhum documento que comprove o acerto. É mais uma batalha judicial que vou ter que entrar e não tenho medo - disse Jacob.
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