Sarah Menezes dá adeus na estreia, e Nathalia Brigida vai à semi do Mundial

24/08/2015 12h19


Fonte Globo Esporte Piauí

Imagem: Divulgação/IJFSarah Menezes perde para Charline Van Snick.(Imagem:Divulgação/IJF)Sarah Menezes perde para Charline Van Snick.

O sorteio das chaves do Mundial de Astana no domingo não favoreceu Sarah Menezes. A campeã olímpica caiu logo de cara com a belga Charline Van Snick, bronze em Londres 2012, que medalhou em cinco das seis competições que disputou esse ano. Nesta segunda-feira, a brasileira entrou no tatame e se esforçou bastante, mas não conseguiu encaixar nenhum golpe e acabou levando a pior. Ela chegou a ser atingida no nariz e sangrar, precisando duas vezes de atendimento médico, mas, além de sofrer uma penalização, viu a adversária pontuar com um yuko e sair com o resultado positivo na disputa pela categoria 48kg. Assim, a exemplo do Mundial de Chelyabinsk, na Rússia, no ano passado, a judoca do Brasil deu adeus precocemente, na primeira rodada da competição.

Também na categoria 48kg, Nathalia Brigida, em sua primeira participação em um Mundial, estreou bem demais. Ela bateu Cristina Budescu. Depois, teve bastante tranquilidade para derrotar Anara Zhumali Kyzy, do Cazaquistão, por ippon, em apenas 24 segundos. Contra Dilara Lokmanhekim, da Turquia, teve mais dificuldade e só ganhou no golden score com um yuko. Monica Ungureanu, da Romênia, foi a rival seguinte. Novamente, a luta foi decidida no golden score e, mais uma vez, vitória brasileira, só que com um wazari. Agora, ela encara Haruna Asami, do Japão, na semifinal.

Felipe Kitadai entrou com postura semelhante à de Nathalia Brigida. Com muita vontade, ele foi passando por suas lutas: bateu Otar Bestaev, do Quirguistão, na estreia, passou por Jose Ramos, da Guatemala, e pelo francês Vincent Limare, mas parou no atual campeão mundial Boldbaatar Ganbat, da Mongólia, que saiu vitorioso por ippon. Ao contrário de Sarah, contudo, Kitadai ainda pode disputar a medalha de bronze se vencer o sul-coreano Hyuk Choi na repescagem.

Eric Takabatake também acabou eliminado para o bicampeão mundial júnior, o japonês Toru Shishime, nas oitavas de final. Antes disso, ele tinha feito boas lutas, tendo batido o chinês Li e o espanhol Francisco Garrigos com certa tranquilidade.

O Mundial de Astana tem transmissão ao vivo diariamente pelo SporTV. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar tudo pelo SporTV Play. As semifinais, repescagem e finais desta segunda serão transmitidas pelo SporTV 3 às 8h (de Brasília). O GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.

A queda de Sarah Menezes

A penalização de Sarah foi logo no início. Depois disso, ela ficou tentando a pegada, mas a judoca da Bélgica travava o confronto. Em um momento em que ficou com o braço exposto, a brasileira acabou sendo pega pela belga, que usava as pernas. Ela foi atingida na altura do nariz, que sangrou, e a luta foi paralisada com 1m23s faltando para o fim. Sarah voltou ao tatame. Van Snick a levou para o solo. A judoca do Brasil, mais uma vez, precisou ser atendida. Em seguida, a arbitragem confirmou um yuko a favor da lutadora da Bélgica, que acabou vencendo o duelo.

O brilho de Nathalia Brigida

Nathalia Brigida entrou bem e chegou às semifinais com autoridade. Primeiro, encarou Cristina Budescu. A brasileira fazia um confronto difícil. Até a metade, a briga foi pelo controle da pegada, até que a atleta da Moldávia saiu da área de competição e foi penalizada. A brasileira atacou e ganhou um wazari no placar. Depois, ampliou com um yuko. Sua rival tentava travar a perna de Nathalia, que saiu da guarda e abriu a contagem. Ela se garantiu na segunda rodada do Mundial ao prender a adversária por 15 segundos. O segundo embate, diante de Anara Zhumali Kyzy, foi mais rápido e tranquilo. Um ataque de Brigida garantiu o triunfo por ippon e a vaga nas oitavas.

Contra Dilara Lokmanhekim, da Turquia, o duelo foi mais difícil. Nathalia quase conseguiu um estrangulamento a segundos do fim. No golden score, após escapar de um ataque da rival, a brasileira teve o yuko confirmado pelo árbitro de vídeo no contra-golpe, se garantindo nas quartas contra a romena Monica Ungureanu.

O embate seguinte também foi duro. As duas se movimentaram muito e tentaram, mas não conseguiram encaixar golpes. Assim, mais uma vez, a luta foi para o golden score. Mas o dia era de Nathalia: ela pontuou com um wazari em um ataque com categoria e saiu vitoriosa, com sua inédita vaga na semifinal.

Kitadai para em campeão mundial, mas luta por bronze

Felipe Kitadai entrou com tudo contra Otar Bestaev e já pontuou com um yuko sobre o russo naturalizado quirguistanês. A mil por hora, mais uma vez, atacou e conseguiu ampliar para 11 a 0 com um wazari. Depois, seu rival sofreu uma advertência. E, em um contra-golpe, venceu por ippon, vencendo na estreia com autoridade. Em sua segunda luta, encarou Jose Ramos. No começo, ambos foram penalizados por saírem da área de confronto. O brasileiro prendeu o gualtemalteco com as pernas. Ele acabou batendo, e Kitadai venceu.

Depois, entrou no tatame contra Vincent Limare. A luta contra o francês foi muito movimentada. Ele alegou ter sido atingido em duas ocasiões. Em uma delas, ficou no chão e solicitou atendimento. A postura era a mesma dos outros duelos, mesmo diante da "catimba". O brasileiro partia para cima o tempo todo. Limare levou uma penalização. Kitadai tentou uma chave de braço, mas o francês se defendeu e, de novo, reclamou de dores. No fim das contas, Kitadai e o rival foram penalizados novamente, e o judoca do Brasil saiu vitorioso.

Nas quartas de final, contudo, Kitadai não foi páreo para o campeão do mundo Boldbaatar Ganbat, da Mongólia, que pontuou com um wazari. Mas a arbitragem, ao rever o lance, mudou para ippon. Assim, Kitadai luta pelo bronze na repescagem.

Missão em Astana

A missão dos judocas em Astana é superar o desempenho do torneio no ano passado, chegando a cinco medalhas. Em Chelyabinsk, na Rússia, o Brasil teve quatro: ouro com Mayra Aguiar (78kg), prata com Maria Suelen Altheman (+78kg) e bronzes com Érika Miranda (52kg) e Rafael Silva, o Baby (+100kg), com exceção do último, lesionado, todos presentes na lista do Mundial de Astana.

Na competição cazaque, o Brasil tem nove representantes em cada gênero, formando o número máximo permitido de 18 judocas. No feminino, além de Sarah Menezes e Nathália Brigida (48kg), Érika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg ) e Rochele Nunes (+78kg) representam o país. Já no masculino, além de Felipe Kitadai e Eric Takabatake (60kg), Charles Chibana (66kg), Marcelo Contini (73kg), Victor Penalber (81kg), Leandro Guilheiro (81kg), Tiago Camilo (90kg), Luciano Correa (100kg) e David Moura (+100kg) também lutam.

Programação do Mundial de Astana 2015:

25 de agosto – 66kg, 52kg
26 de agosto – 73kg, 57 kg
27 de agosto – 81kg, 63kg
28 de agosto – 90kg, 70kg, 78kg
29 de agosto – 100kg, +100kg, +78kg
30 de agosto – Competição por Equipes