Romário do Piauí troca os pés pelas mãos e vira destaque no handebol

10/06/2014 11h30


Fonte G1 PI

Imagem: Daniel CunhaClique para ampliarRomário Dias, jogador de handebol, carrega responsabilidade de ter mesmo nome do Baixinho.(Imagem:Daniel Cunha)Romário Dias, jogador de handebol, carrega responsabilidade de ter mesmo nome do Baixinho.

Para quem duvida da influência dos nomes na vida das pessoas, é bom conhecer a história de Romário. Não. Não é “aquele” Romário, o Baixinho ídolo da seleção brasileira de futebol, da tríade Flamengo, Fluminense e Vasco. Não “aquele” Romário dos mil gols, gênio da grande área e eleito o melhor jogador do Mundo em 1994 pela Fifa. Essa é a história de Romário Dias, de 19 anos de idade, piauiense, estudante de Educação Física e – nas ironias do destino – jogador de handebol. O "Baixinho" do Piauí tem 1,80m de altura.

Homônimo de um dos maiores jogadores de todos os tempos, Romário Dias encarna de forma muito positiva a expressão “trocar os pés pelas mãos”. Mesmo com entradas nas escolinhas de futebol e times de bairros em Teresina (PI), ele descobriu ainda aos nove anos que sua verdadeira paixão era jogar com a bola nas mãos. E um detalhe: não era em ser goleiro que Romário estava pensando.

- Eu descobri o handebol em uma aula de educação física no colégio. Um professor novo mostrou a modalidade para nós alunos. Foi amor à primeira vista. Desde esse dia, só pensava no handebol e, mesmo gostando muito de futebol, não me vejo fora do meu atual esporte. Eu respiro handebol e é isso que eu quero pra mim – confessa Romário.

Planejado inicialmente para ser batizado como Ricardo, o jovem teve seu destino alterado pela atuação do camisa 11 da Seleção na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994. Seu Roberto, o pai, maravilhado com os gols do Baixinho, convenceu sua esposa ainda gestante de que o nome do craque, além de uma boa homenagem ao herói nacional, traria sorte ao filho.

- Era para ser Ricardo. Minha mãe já tinha escolhido e tudo, mas o papai, que é um grande amante da Seleção, resolveu mudar. Ele me disse que no começo, mamãe ficou relutante, mas à medida que o Brasil avançava no torneio, ela ia ficando balançada. Na final, quando a Seleção conquistou o Mundial, depois dela torcer tanto viu que era uma boa ideia – descreveu o atleta.

Peso do nome: cadê Bebeto?

Atualmente representando a equipe da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o jogador já tem passagens pela seleção brasileira juvenil tendo conquistado em 2013 o Pan-americano Juvenil de Handebol. Outra campanha de destaque foi pela equipe do Maringá, Paraná, onde coleciona conquistas nacionais.

- Tive a satisfação de representar o time de Maringá, grupo que eu defendi até o mês passado. Foi uma campanha intensa, onde conquistamos algumas competições importantes, como a Copa do Brasil de Handebol, o Campeonato Paranaense e os Jogos Abertos do Paraná – lista o jogador.

Sobre a responsabilidade de carregar o nome de um dos ídolos nacionais, o piauiense não desconversa e reconhece haver sim certa cobrança, uma expectativa que ele mesmo impõe. Hoje, já acostumado com a pressão daqueles que esperam desempenhos grandiosos como o do xará do futebol, o jovem mostra confiança e até admite a semelhança no jogo de ambos.

- No início era estranho, pois os coleguinhas cobravam, diziam que porque eu tinha nome de craque tinha que fazer igual. Eu sentia a cobrança, mas agora já estou acostumado com isso. Assim como o Romário do futebol, também jogo em uma posição de ataque e disso não abro mão, entro para definir também. As únicas coisas que nunca mudaram foram as brincadeiras. Os outros jogadores e até mesmo os técnicos vivem perguntando “e o Bebeto, não vem hoje não?” – comenta o atleta, aos risos.

Questionado sobre o personagem que inspirou a escolha de seu nome, o filho do “seu Roberto” revela grande orgulho. Mesmo não tendo acompanhado o auge da carreira do atacante, conhece sua reputação e acredita que o nome faz toda a diferença em sua carreira.

- Apesar de não ser da mesma geração do Romário, admiro muito o trabalho dele e tudo o que ele já fez pela seleção brasileira. Tenho certeza que esse nome me estimulou a enveredar pelo caminho do esporte. Não foi pelo futebol, mas hoje eu sou um atleta e vejo que acabou me estimulando a levar isso a sério. Meu sonho é ajudar a seleção, assim como ele também já fez – narra o jogador.

Este ano, Romário Dias espera participar da fase de treinos, agora pela equipe júnior de handebol da seleção brasileira. Seu objetivo é realizar boas campanhas e retornar ao elenco para competir no Pan-americano e no Mundial de 2015.

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