Lianne La Havas se inspira em Milton Nascimento e melancolia para refletir sobre relação que prometi

23/07/2020 17h33


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoLianne La Havas(Imagem:Divulgação)
Lianne La Havas 
Lianne La Havas batizou seu novo álbum apenas de "Lianne La Havas". A capa mostra, sem nada escrito, uma foto em preto-e-branco da cantora com os olhos semicerrados, quase cobertos pelo cabelo. Um sorriso de contentamento e relaxamento. A imagem sugere leveza e um certo otimismo, possivelmente uma continuidade do caminho aberto pelos dois primeiros trabalhos. Mas esse terceiro álbum deixa transparecer, aos poucos, duas novidades na trajetória musical dela: um espaço maior para a melancolia e mais ambição artística.

La Havas construiu um disco que quebra expectativas. À primeira vista, a cantora parece que só refinou seu neo-soul que ora pende para o folk, ora para o pop assumido. Na ouvidas seguintes aparecem os detalhes; os arranjos de tom mais "down" ficam ressaltados. Quando se presta atenção nas letras, entende-se que La Havas retrata ao longo do álbum um relacionamento que deu liga no começo, mas não acabou exatamente bem.

A música de abertura, com sample de um clássico soul de Isaac Hayes, se chama apropriadamente "Bittersweet" (agridoce, em português). Dá o tom da história. Algo como: estava dando certo até que parou de dar. Bons momentos, mas a gente nem se fala hoje. Lembro com doçura de certos dias, mas foi meio amargo o final.


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