Silvia Pfeifer, de O Rei do Gado, avalia sucesso da novela e fala da vida afetiva após a separação

24/02/2023 10h53


Fonte O Globo

Imagem: Jeff Porto Studio / Beleza: Camila GutierrezSilvia Pfeifer(Imagem:Jeff Porto Studio / Beleza: Camila Gutierrez)Silvia Pfeifer

Silvia Pfeifer está no ar na TV Globo na reprise de "O Rei do Gado" no Vale a Pena Ver de Novo e, volta e meia, tem o nome entre os mais buscados na internet nas tardes em que a novela é exibida. Ela conta que a curiosidade vai além: os telespectadores procuram por ela nas redes sociais e deixam mensagens carinhosas ou curiosas.

— As pessoas dizem que gostam muito do meu trabalho, que sentem pena da Léa Mezenga (a personagem é traída por Bruno, Antonio Fagundes, e ele a prejudica após a separação), opinam que é ela que está querendo tirar dinheiro do marido. Parece que é aquilo: dá raiva, mas dá pena. Tem fases em que noto um aumento no número de seguidores em sete mil pessoas por dia no Instagram. É impressionante. De dois meses para cá, do início de janeiro a fevereiro, eu aumentei em uns 50 ou 60 mil seguidores. Foi bastante. E eu não tenho uma superatividade em rede social. Ali eu vejo que as pessoas postam muita foto da Léa, muito comentário dizendo que é uma novela espetacular... Inclusive, é muito curioso. Eu fui outro dia a uma consulta, e a médica disse: "Minha assistente tem um filho muito esperto, inteligente, que ama ver novela, adora [O Rei do Gado]. Ele está apaixonado pela Léa, sabe o nome de vários personagens...". Deve ser pelo visual dela, por ser loura, andar toda produzida. Ela está fora do contexto do restante dos personagens que se vestem, se arrumam de uma maneira mais low profile, mais simples. Ela tem essa coisa de ser meio perua. Imagino que isso chame atenção de uma criança que é antenada — opina a atriz, que fará 65 anos nesta sexta (24).

O sucesso de "O Rei do Gado" pode vir no rastro de outro sucesso: "Pantanal". O remake escrito por Bruno Luperi e inspirado na novela de Benedito Ruy Barbosa levou de volta à frente da TV fãs que andavam sedentos por uma boa história de ficção. A gaúcha opina:

— "Pantanal" reavivou esse interesse do público. Bom, eu acho que as duas novelas são muito bem escritas, têm histórias incríveis, escritas pelo mesmo autor e muito bem dirigidas e produzidas. E essa trama pega por várias questões. A dos sem-terra, que é a da personagem da Patricia Pillar, a política, do corrupto ou do não corrupto... E tem as questões amorosas. No caso, minha personagem estava saindo de uma relação em que ela não se sentia feliz. O marido não dava atenção a ela. Então, ela foi em busca de conforto e até de realização sexual com um cara mais jovem e de outra classe social. Ela se apaixonar por um cara de outra classe, ali da região, traz o romantismo, o lúdico, levanta questões. Mas esse sucesso é, principalmente, porque o texto é maravilhoso. A direção e a produção são muito boas.Tudo isso faz diferença.

Fora da ficção, a vida afetiva de Silvia Pfeifer também se redesenha. Separada do empresário Nélson Chamma Júnior, com quem se relacionou por mais de 40 anos, ela vive uma nova fase. Questionada a respeito de as mulheres estarem vivendo fases de redescoberta (assim como ela, Claudia Abreu e outras atrizes se separaram após décadas de casamento), a atriz comenta:

— Às vezes, não é a mulher. Pode ser que o homem é que esteja saindo da relação. Inclusive, alguns vários eu soube que não foi a mulher (que tomou a decisão de se separar). E, sim, em alguns casos é a mulher, que está se encontrando num lugar onde o homem sempre esteve (o de deixar o casamento). O homem está priorizando coisas, tem mais autonomia, independência. E vamos combinar: relacionamentos, seja lá como forem, são complicados. Seja profissional, afetivo, amigável, fraterno, eles têm atravancamentos, dificuldades. E acho que em casamento de longo prazo existe um desgaste maior. Eu fui casada por 38 anos e namorei por cinco anos antes de casar. Claudia também ficou casada muito tempo. São casamentos vitoriosos, felizes, que deram certo. Não é porque um casamento acaba que não deu certo. Ele não vingou para a eternidade e acho que é isso. Tomara que os casamentos durem bastante tempo. E isso não precisa ser para a vida inteira. Chega uma idade em que você começa a questionar: “Tá bom? Quanto mais tempo eu tenho de vida?". E isso é um pensamento de homens e mulheres hoje em dia. Claro que também penso que é muito bom a gente ser independente, ser feliz sozinho, mas compartilhar a vida é muito bom. Para mim, a vida é mais rica quando você compartilha com alguém.

Silvia conta que teve um namoro de cinco meses nos últimos tempos e, agora solteira, não tem urgência para engatar outro relacionamento:

— Preciso focar em várias outras coisas. Tive essa relação, agora já não estou namorando. E penso que não é necessariamente urgente procurar. Eu, como vim de um relacionamento muito longo, um casamento fechado... Não faz parte da minha história essa coisa de namorar muita gente. Agora é claro que a vida continua. E tenho que viver as experiências que vão se apresentar para mim. Espero que elas sejam interessantes no sentido de valerem a pena.

Ciente de que várias pessoas vivem relacionamentos saudáveis com outras que conheceram em aplicativos de relacionamentos, ela diz:

— É muito difícil encontrar pessoas interessantes em aplicativo. Meu perfil não é esse. Nós somos pessoas públicas. Não estou criticando. Na realidade, os sites de relacionamento são um mecanismo atual de conhecimento de uma pessoa com outra, sim. Não é mais uma coisa tão diferente, incomum, mas não tenho esse perfil. Não tenho vontade de partir para buscar alguém por aí. É como falei: tenho várias coisas para me preocupar. E quero trabalhar!

Silvia conta que percebe que, para atrizes com mais de 60 anos, surgem menos papéis no audiovisual:

— Hoje em dia se fala tanto em diversidade. Fica uma coisa tão em cima de etarismo... Não é propriamente etarismo. Mas penso que é importante falar sobre a vivência, a dificuldade, as questões de dentro de todas as faixas etárias e de todos os gêneros. A vida mostra isso cada vez mais.

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