Sabrina Sato é capa da Glamour de maio

15/05/2025 08h24

Fonte Glamour

Ela já não precisa provar nada para ninguém. Aos 44 anos, Sabrina Sato acumula mais de duas décadas à frente das câmeras, conhecida e querida pelo público como poucos na história da televisão brasileira. O carisma, ela garante, não tem segredo. "Mas estou longe de ser fácil, viu, gente?", brinca durante a entrevista que recheia as páginas desta edição. A fala vem com a espontaneidade e simpatia que o público aprendeu a admirar desde o Big Brother Brasil 3.

Hoje, a apresentadora quer ir além da personagem divertida que a consagrou. "Muita gente acha que me conhece, mas conhece só uma parte, a que eu decido mostrar", diz. Com franqueza, ela fala de dores, dúvidas e das vezes que precisou se reconstruir, especialmente as mais recentes: duas perdas gestacionais, lutos vividos em silêncio, e a decisão de ressignificar esses momentos. "O público só ficou sabendo de uma gestação, mas eu perdi dois bebês.

Passei duas vezes pelos processos de internação e curetagem. Foi muito pesado." A união com Nicolas Prattes ficou ainda mais forte, até que veio o casamento no início deste ano: "Era uma forma de transformar tudo o que vivemos naquele ano tão difícil e celebrar a nossa união, o nosso encontro."

Para Sabrina, autoconhecimento sempre foi uma ferramenta poderosa, e também um refúgio. "Não é fácil, mas precisamos estar sempre conectadas com quem somos, com as nossas raízes e a nossa verdade. Senão, a gente se perde. E não é difícil se perder."

O riso solto e a energia eletrizante aos poucos dão lugar à maturidade de quem já não precisa agradar. "Hoje me amo muito mais, sei o que quero. Aprendi a não perder tempo com o que não me interessa. Se não brilha os olhos, se não me dá tesão, eu ligo um foda-se." A seguir, confira um trecho da entrevista à Glamour. O papo completo você confere na edição impressa de maio.

É difícil encontrar alguém que não goste de Sabrina Sato. Qual o segredo para tanto carisma?

O que eu mais gosto no meu trabalho é trocar com as pessoas, ouvir histórias, aprender. Isso me ajuda a desenvolver empatia. Sempre penso: "Vou tratar como gostaria de ser tratada." Por exemplo, se estou no aeroporto carregando minha filha no colo, puxando mala, com cachorro, atrasada, e alguém me pede uma foto... Eu tiro. Quando essa pessoa vai me encontrar de novo? Talvez nunca mais. Também sou muito transparente com o público. Tem vezes que eu mesma peço ajuda para segurar a Zoe ou minhas bolsas enquanto faço fotos (risos). A transparência é importante, a pessoa percebe o que você está passando, entende o seu lado. Mesmo em uma troca rápida, precisa haver uma conversa, um olhar. É isso que conecta.

A cerimônia de casamento com o Nicolas Prattes foi de última hora? Ou só era um segredo?

A gente começou a namorar em março e ele me pediu em casamento em Paris, durante as Olimpíadas, em agosto. Pensamos em deixar para daqui a alguns anos, mas logo depois passamos por um processo muito difícil. No ano passado, tive duas perdas gestacionais. Falo disso com mais naturalidade agora, mas foi extremamente doloroso. Todo mundo só ficou sabendo de uma, mas perdi duas vezes. Passei por dois processos de internação e duas curetagens. Vivi o luto trabalhando.

Essas gestações foram planejadas?

A gente queria. Estávamos tentando, sim, mas de forma leve. Engravidei naturalmente, no meio da nossa rotina. Na segunda vez, quando soube que a notícia da gravidez tinha vazado pela imprensa, a primeira pessoa para quem precisei contar foi a minha filha. Contei que ela ia ganhar um irmão. Ela comemorou, ganhou presente, abriu tudo com empolgação. Foram duas semanas celebrando, compartilhando com as amiguinhas.

De repente, veio o luto. No dia de fazer ultrassom, tivemos esse choque. A gente escutava o coração do bebê toda semana, via tudo direitinho nos exames. Já tinha até nome. Foi muito difícil. Fiquei dez dias em casa, de luto. Passamos por tudo isso unidos e saímos mais fortes.

A maternidade sempre foi um sonho para você? Como foi o processo de se tornar mãe?

Muitas mulheres dizem que sempre quiseram ser mães. Eu não era assim. Era toda espevitada e, quando criança, só dizia que queria trabalhar na televisão. Desde os seis anos falo isso. Então, a maternidade era um sonho distante. Quando engravidei da Zoe, eu sonhava, sim, mas não foi planejado. Agora, meu casamento com o Nicolas veio numa fase em que, ao mesmo tempo em que a maternidade tinha me transformado, parecia que eu tinha virado só mãe. Precisei reaprender a ser mulher e a cuidar de mim. Nosso olhar vai inteiro para o filho —, e nosso tempo também. Com dois meses da Zoe, eu já estava trabalhando. Com três, desfilando no Carnaval. Parecia que tudo tinha voltado ao normal. Mas não, só depois de uns dois anos do nascimento dela é que comecei a voltar a ser mulher.

E o casamento, no início deste ano? Vocês estavam sonhando com esse momento?

Falei que demorei para amadurecer, né? Demorei até para me casar! Morei junto antes, mas nunca tinha me casado. Agora, sim: casei na igreja, com o padre, assinei no cartório, fiz vestido, tudo certinho. Até aumentei meu nome (risos). Foi lindo e do jeito que sonhei.

Existe algo sobre a Sabrina Sato que talvez o público não saiba?

Muita gente acha que me conhece, mas conhece só uma parte, a que eu permito mostrar. Tenho muitos momentos de mau humor — ainda mais agora, tentando congelar óvulo. É hormônio puro! (risos) Venho de uma família muito otimista. Minha avó era imigrante, trabalhadora, aproveitava cada oportunidade com humildade e generosidade. Ela me ensinou a não me deixar abater por muito tempo. Sempre há dois lados e a gente pode escolher onde quer focar. Ela focou no lado bom das pessoas, no que cada um tem de bonito. Eu tento levar isso para a vida. Quando não encontro esse lado bom, prefiro não reclamar. Mas não é fácil, claro. Se passo por um momento difícil, como os que vivi no ano passado, tento entender o que posso aprender com aquilo e agradeço por ter sido como foi. A espiritualidade também me ajuda muito. Tento viver o que precisa ser vivido e agradecer à vida.

Diretora de Conteúdo: Renata Garcia; Fotos: Fernando Tomaz; Entrevista: Malu Pinheiro; Direção Criativa: Marcelo Jarosz; Styling: Leandro Porto; Beleza: Krisna; Hair stylist: Will Vieira; Nail artist: Roberta MunisS et design: Barbara Besouchet; Vídeo: Guilherme Yoshida; Produção executiva: ODMGT. Coordenação de produção: Octavio Duarte (ODMGT); Produção de moda: Duda Zanetti e Paula Santiago; Assistentes de foto: Franck Willian, Fabricio Marconi e Vitor Cohen; Assistente de beleza: Danielle Quessada; Assistente de nail artist: Rafaela de Araújo; Assistentes de vídeo: Kim Olivier e Jamil Arrage; Tratamento de imagem: Bruno Rezende; Costureira: Silvana dos Santos; Camareira: Camila Barbosa; Catering: Daniela Batista. Agradecimentos: Luciana Mantel, DaDa, Piri Confeitaria, Mumushi, Galpão Atemporal, Carro de Cena.

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