Poca: O funk me ensinou a existir do meu jeito e não abaixar a cabeça
12/07/2025 14h14Fonte Quem
Imagem: Reprodução
Ela nasceu Viviane Queiroz, mas foi como Pocah que eternizou seu nome na música brasileira. Aos 30 anos de idade, a cantora celebra o Dia Nacional do Funk, comemorado neste 12 de julho, com reflexão sobre o impacto do gênero musical que a levou às principais paradas musicais, palcos de festivais e ao maior reality show do país, o Big Brother Brasil.
“O funk me ensinou a existir do meu jeito. A falar alto, a vestir o que eu quero, a não abaixar a cabeça. Foi o primeiro lugar em que eu me senti livre de verdade”, declara a artista, com mais de uma década de dedicação ao ritmo.
Natural de Queimados e criada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a artista começou aos 15 anos e seguiu fiel ao tipo de música que a alavancou desde o início. Com mais de 950 mil ouvintes mensais no Spotify, cerca de 600 milhões de visualizações no YouTube e sucessos ao lado de Pabllo Vittar, Lexa e Rebecca fizeram Pocah se tornar um dos nomes femininos mais lembrados do funk da atualidade.
Foi no álbum Cria de Caxias, lançado em 2024, que Pocah firmou ainda mais usas raízes com a obra autobiográfica, que mistura batidão com pop, trap e reggaeton. O projeto ganhou destaque nas paradas do Brasil e de Portugal, levado ao Espaço Favela do Rock in Rio 2024 e ao sucesso do Carnaval deste ano.
“A gente ainda carrega muito julgamento por ser do funk. Mas eu tenho orgulho. Orgulho de ter começado cedo, de ter feito minha primeira música com 15 anos e de nunca ter deixado de ser quem eu era. Ser do funk também é ser dona de si. Meu corpo, minha roupa, minha estética, minha atitude, tudo isso é expressão”, comenta.
A representatividade é parte determinante da sua história como mulher preta, funkeira, bissexual e da periferia. Identidade levada três vezes às passarelas da São Paulo Fashion Week, com visuais que mesclam sensualidade, confiança e atitude, além de ter iniciado como empresária ao lançar sua própria marca de autobronzeadores. “O funk me deu coragem pra ir além. Mas tudo que construí foi com ele. Não existe a Pocah sem funk.”
A mãe de Vitória, de 9 anos, reforça a importância de reconhecer o funk como patrimônio cultural e potência criativa do país. “O funk é cultura popular, é identidade brasileira. É um movimento coletivo de resistência, principalmente quando vem das mulheres pretas e periféricas que seguem abrindo caminho", conclui.