A hora e a vez dos artistas solo no mercado sertanejo

07/06/2015 12h55


Fonte Ego

Por um longo período, Sérgio Reis reinou praticamente sozinho no posto de artista solo na Música sertaneja. Com ele, vinham também Almir Sater e Renato Teixeira. Anos depois, Daniel e Leonardo engataram carreira solo por conta de fatalidades. O primeiro, perdeu o parceiro, João Paulo, em um acidente de carro. E, o segundo, sofreu com a perda do irmão, Leandro, vítima de um câncer. “Foi a decisão mais difícil da minha vida. E hoje vejo que foi muito acertada, pois faço aquilo que amo. Não me vejo fazendo outra coisa. Mas seguir sozinho não é fácil, ficamos 18 anos juntos e éramos como irmãos, portanto a presença dele faz falta até hoje”, contou Daniel ao EGO.

Imagem: Isac Luz / EGOClique para ampliarLançamento do livro do cantor Daniel.(Imagem:Isac Luz / EGO)Lançamento do livro do cantor Daniel.

Para Daniel, a falta de cantores solos em sua época foi reflexo do que se fazia até então: “Acredito que fosse talvez pela beleza de cantar em dupla, o casamento das vozes, as duplas surgindo no cenário nacional. Muitos nem pensavam na possibilidade de cantar sozinhos”.
Assim, por muitos anos, o mercado sertanejo foi ligado a nome de duplas, que surgiram de monte, quando o ritmo ganhou “universitário” como sobrenome e dominou as rádios do país. Mas hoje o cenário está bastante diferente".


Imagem: Iwi Onodera/ EGOClique para ampliarCristiano Araújo na gravação do Show da Virada em São Paulo.(Imagem: Iwi Onodera/ EGO)Cristiano Araújo na gravação do Show da Virada em São Paulo.

Nova safra

De fato, o cenário mudou. Eduardo Costa puxou uma fila no final dos anos 1990 e foi seguido por uma nova geração encabeçada por Luan Santana e Gusttavo Lima. A partir daí, chegaram nomes como Israel Novaes, Michel Teló, Gabriel Valim, Thiago Brava, Bruno Araújo, Zé Felipe, Ricardo Barbosa e uma extensa lista com diversos nomes de artistas em carreira solo.

“Em minha opinião, a primeira quebra na música sertaneja foi com um dos meus ídolos, Sérgio Reis. Mesmo na época com toda a tradição. Luan Santana e Eduardo Costa também são artistas que abriram esse caminho. Todos eles foram minha inspiração para seguir na carreira solo”, contou Cristiano Araújo, que atualmente é um dos maiores nomes neste mercado. O divertido na história do sertanejo é que, as pessoas que mais o apoiaram na hora de investir no solo foram artistas que formam duplas. “Recebi conselhos de amigos da música como do Jorge (da dupla Jorge e Mateus) e do Humberto (parceiro musical de Ronaldo) que falaram que eu deveria mesmo seguir solo, que daria certo. Graças a Deus, foi assim que aconteceu”.

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarGabriel Gava (Imagem:Divulgação)Gabriel Gava

Sem divergências

Gabriel Gava explicou que a carreira solo pode ser mais tranquila para o artista, no sentido de evitar discussões e possíveis divergências. “Tive uma dupla, Fabiano e Gabriel, e acabou por esse motivo mesmo, por ele ser diferente de mim, por não pensarmos juntos. A gente não tinha o mesmo objetivo”, destacou Gabriel, que ficou famoso com o hit “Fiorino”.

Para Gabriel, hoje ficou mais fácil ser artista solo. E não é apenas pelo grande número de exemplos e nem pelo espaço que o ritmo ganhou ao longo dos anos: “O mercado acabou um pouco com o preconceito que tinha sobre o artista sertanejo ter que ser necessariamente uma dupla. Vejo, por um lado também, que os empresários querem investir mais em artistas solo, por ser uma pessoa só e menos discordância ou pontos de vistas diferentes. Quando você mexe com mais de uma pessoa, você tem vários egos diferente, aí fica mais complicado”.

Imagem: Celso Tavares/ EGOClique para ampliarLucas Lucco faz show em São Paulo.(Imagem:Celso Tavares/ EGO)Lucas Lucco faz show em São Paulo.

Lucas Lucco, que formava o trio Skypiras na adolescência, conseguiu se destacar mesmo quando iniciou sua carreira solo, em 2012. “Deixei tudo e está valendo muito a pena, estou realizando um sonho. Hoje posso afirmar que a mudança grande, mas eu lutei muito por isso, comecei compondo algumas canções e divulgando na internet, depois gravei um CD independente, foi através das redes sociais que comecei a ser conhecido”.

Por não ter feito um trabalho como dupla, Lucas diz não saber dizer qual formação é mais fácil na hora de iniciar uma carreira e conquistar um lugarzinho ao sol. “O mercado brasileiro tem espaço para todos os tipos de artistas, seja solo, dupla ou trio. A escolha é do artista, espaço tem”, afirma ele.

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