Obama diz para Dilma: 'Brasil é o país do futuro. Esse futuro chegou'

19/03/2011 17h45


Fonte Com informações do G1

Após uma maratona de atividades desde que chegou, às 7h30, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, citou na tarde deste sábado (19/03) o crescimento da relevância internacional do Brasil e disse que os Estados Unidos apoiam o maior protagonismo do país na economia mundial.

As afirmações foram feitas em discurso a empresários brasileiros e norte-americanos, na Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, em Brasília. Obama foi muito aplaudido ao chegar no local do evento. Depois de agradecer aos organizadores do evento e aos membros do seu gabinete, um longo discurso sobre as relações comerciais entre os dois países.

O presidente americano disse que nos últimos dois séculos nunca houve um momento com tantas promessas futuras para o Brasil. Ele mencionou o crescimento e a força da economia brasileira. "Muitos dizem que o Brasil é o país do futuro, então o futuro chegou", disse Obama, ressaltando que o avanço se deu por trabalho e por competência especialmente dos dois últimos governantes, mencionando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Imagem: G1VISITA(Imagem:G1)VISITA


BARREIRAS COM OS EUA

Obama reclamou que ainda há muitos obstáculos para que os Estados Unidos consigam fazer negócios com a maior economia da América Latina. Segundo ele, entretanto, esta visita pode ajudar a abrir maiores oportunidades e diminuir as barreiras que ainda existem. Obama mencionou que, no encontro com Dilma Roussef, acertaram de reforçar a relação entre os dois países, assinando um diálogo que vai promover cooperação econômica entre Brasil e Estados Unidos. Segundo Obama, algumas das principais áreas em que os dois países precisam aumentar a cooperação são a questão energética, a educação e a infraestrutura.

O presidente americano alegou que os dois países vão gerar um trabalho de "parceria verde", para desenvolver fontes de energia limpa e renovável, apesar de admitir que ainda há necessidade de petróleo para as duas nações. Como todos amigos, disse Obama, os dois países nem sempre concordam em tudo, mas que os Estados Unidos não vão esquecer dos seus parceiros. Obama disse que o Brasil está se tornando um modelo para o mundo, seguindo uma mentalidade semelhante à do sonho americano, que defende que tudo é possível.

Segundo Obama, o Brasil conseguiu mostrar que o capitalismo pode existir junto com uma preocupação com justiça social. Ele ressaltou o papel do Brasil na formação de uma nação de imigrantes que encontra força na diversidade e que consegue se consolidar como uma das maiores democracias do mundo. Segundo ele, os Estados Unidos apoiam o crescimento do Brasil como uma potência global, e os EUA trabalham para que o Brasil tenha um protagonismo no G20 e em outras instituiçãos, como FMI e Banco Mundial, e isso fez com que o Brasil fosse o primeiro país visitado por ele em sua viagem à América Latina.
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Ele admitiu que os Estados Unidos vêem no Brasil um mercado em crescimento, que pode ser explorado pela indústria dos Estados Unidos. Ressaltou que as exportações de bens e serviços para o Brasil cresceram nas últimas décadas. As exportações, entretanto, também significam mais avanço para o Brasil, e para o aumento do padrão de vida dos brasileiros. Ele lembrou ainda que a relação comercial tem duas vias e que os Estados Unidos importam muito da produção brasileira, gerando emprego e renda no Brasil. "Não há dúvida de que os Estados Unidos e o Brasil se beneficiam dos laços econômicos" e o fortalecimento desses laços é positivo para as duas nações.

ACORDOS BRASIL COM EUA

A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil resultou na assinatura de dez acordos e memorandos bilaterais envolvendo os dois países. Um dos principais acordos prevê a criação da Comissão Brasil-Estados Unidos para Relações Econômicas e Comerciais, que será responsável por deliberar a respeito de questões comerciais entre os dois países. Segundo dois itens do acordo, a comissão " identificará oportunidades para expandir o comércio bilateral e os fluxos de investimento" e "promoverá a remoção de obstáculos desnecessários ao comércio bilateral e ao investimento, particularmente no campo regulamentar".

AINDA EXISTE UM DESIQUILÍBRIO
O desequilíbrio nas relações comerciais - o Brasil atuamente tem déficit na balança comercial com os EUA - é uma das principais diferenças entre os dois países. Os acordos foram assinados na manhã deste sábado (19) pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk. Os acordos preveem parcerias em diversos setores, como aéreo e comercial. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, também participou da assinatura dos atos. Dilma e Obama não participaram da assinatura dos acordos, mas farão um comunicado conjunto em que devem ressaltar as necessidades de parceria entre os dois países.
Imagem: G1Obama(Imagem:G1)Obama


APOIO PARA COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS
Um dos documentos assinados pelos representantes dos dois países prevê a cooperação dos Estados Unidos para apoiar o governo brasileiro na organização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo o Itamaraty, por ter grande experiência na área de segurança, os Estados Unidos poderão ajudar o Brasil com treinamentos específicos. O setor de infraestrutura também deve receber apoio americano, especialmente nas obras que precisam ser feitas pelo Brasil para receber os jogos.

BIOCOMBUSTÍVEIS E EDUCAÇÃO.

Os dois países também assinaram um acordo que prevê parcerias para o desenvolvimento de biocombustíveis, especificamente para a área de aviação. Ainda nesta área, os dois países fecharam um acordo que deve facilitar a concessão de licenças para voos de empresas aéreas brasileiras para os Estados Unidos. Na área da educação, um dos acordos prevê a facilitação para ingresso de brasileiros em universidades norte-americanas, a partir de programas de bolsas de estudo. O ato prevê "aprofundar a cooperação entre acadêmicos e cientistas brasileiros e americanos".

CONFIRA ABAIXO A RELAÇÃO DE TODOS OS ACORDOS
- Acordo de comércio e cooperação econômica.
- Acordo sobre transportes aéreos.
- Acordo sobre cooperação nos usos pacíficos do espaço exterior.
- Memorando de entendimento sobre cooperação para apoiar a organização de grandes eventos esportivos mundiais.
- Memorando de entendimento para a implementação de atividades de cooperação técnica em terceiros países no âmbito do trabalho decente.
- Memorando de entendimento para o estabelecimento do Programa Diálogos Estratégicos Brasil- EUA, assinado entre a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Comissão Para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e Brasil (Comissão Fulbright).
- Memorando de entendimento sobre as dimensões da biodiversidade.
- Parceria para o desenvolvimento de biocombustíveis para aviões.
- Protocolo de intenções sobre a ampliação de cooperação técnica em terceiros países.
- Acordo relativo ao exercício de atividades remuneradas por dependentes do pessoal diplomático e consular.

MICHELE OBAMA ESTÁ ENCATADA COM A CAPOEIRA

Entre os bastidores da visita, a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, disse neste sábado (19) à estudante Raquel Helen Santos que “gostou muito” da apresentação de capoeira executada pelo grupo Raízes do Brasil. A apresentação fez parte da agenda cultural montada pela Embaixada dos Estados Unidos para a visita de Michelle Obama ao Brasil. A primeira-dama bateu palmas ao som do berimbau do grupo de capoeira e sorriu bastante durante a apresentação. Segundo Raquel Helen, estudante de Relações Internacionais que participou em 2008 do programa Jovens Embaixadores, promovido pela embaixada dos Estados Unidos, Michelle Obama disse que “era a primeira vez que via a uma apresentação de capoeira ao vivo e que gostou muito”.

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