Mulher de MS tem bexiga perfurada em cirurgia no útero, diz família

08/08/2011 23h01


Fonte G1

Imagem: Avem/MSCirurgia reparatória na bexiga da paciente durou cerca de seis horas, diz família. (Imagem:Avem/MS)Cirurgia reparatória na bexiga da paciente durou cerca de seis horas, diz família.

Uma dona de casa de 48 anos está internada na Santa Casa de Campo Grande há uma semana com suspeita de perfuração na bexiga urinária. A família alega que ela teria sido vítima de erro médico, e que o órgão foi perfurado durante uma esterectomia, cirurgia para a retirada do útero, ocorrida no dia 25 de julho.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa de Campo Grande para comentar o caso. De acordo com o hospital, já foi encerrado o expediente desta segunda-feira (8) e não seria possível entrar em contato com a diretoria do local. A assessoria informou, ainda, que na terça-feira (8) pela manhã vai checar todas as informações e emitirá um parecer sobre o caso.

A filha dela, uma recepcionista de 26 anos, acionou a Associação das Vìtimas de Erros Médicos e registrou boletim de ocorrência na última sexta-feira (5) por lesão corporal culposa. Segundo ela, a vítima teria recebido alta médica, no dia 29, após o primeiro procedimento, mesmo apresentando sintomas da perfuração.

“Ela teve alta pela manhã e, à tarde, começaram os vômitos”, disse ao G1. De acordo com a filha, a mãe apresentava náuseas mesmo antes de ser liberada do hospital, mas, segundo ela, os médicos disseram que era efeito da anestesia.

Foram então, segundo a recepcionista, três dias com dores até que a família levou a paciente novamente à Santa Casa. De acordo com relatos dela no registro da ocorrência, uma equipe de residentes examinou a dona de casa e acionou o médico responsável pela cirurgia.

O profissional reuniu a equipe de residentes no corredor e um deles disse à recepcionista que eles fariam tudo o que pudesse ser feito e todos os procedimentos necessários, mas não disseram, segundo a filha, as causas das dores na paciente.

Exames laboratoriais, de acordo com a recepcionista, constataram obstrução intestinal, mas a equipe só poderia confirmar que aquela era a causa da doença após um procedimento cirúrgico. Um dos médicos teria afirmado à filha da paciente que se tratava de complicações no procedimento feito no dia 25.

A operação durou cerca de seis horas, segundo a filha. Durante os procedimentos, um dos membros da equipe médica saiu do centro cirúrgico da Santa Casa e comunicou a respeito da perfuração na bexiga.

De acordo com a filha, a mãe está internada e deve receber alta em breve.

“Vou recorrer a todos os meios que eu puder. É desumano. Só porque a pessoa é humilde acham que podem fazer o que quiserem. Quando insinuamos que era erro médico aí sim eles deram toda a atenção do mundo", afirma a filha.

O caso foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro e depois remetido à 1ª DP. O delegado titular Pedro Espíndola de Camargo, foi solicitado ao Instituto Médico Legal (Iml) exame corpo de delito na vítima.

“ E um crime de menor potencial ofensivo e seria do juizado especial de pequenas causas, mas diante da complexidade vou determinar a instauração de inquérito. Vamos, agora, colher os depoimentos”, disse Espíndola ao G1.

O presidente da Associação das Vìtimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul (Avem/MS), Valdemar Moraes de Souza, disse ao G1 que encaminhou ofícios à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Campo Grande e também ao Conselho Regional de Medicina (CRM), para que acompanhem o caso e tomem quaisquer providências que julgarem necerrárias.



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