Justiça manda liberar estradas, mas ainda há bloqueios nesta quinta-feira

26/02/2015 08h19


Fonte G1

O governo conseguiu na Justiça a liberação das rodovias federais em 11 estados. Porém, até as 7h30 desta quinta-feira (25), os caminhoneiros mantinham bloqueios em alguns deles.

As decisões judiciais, divulgadas entre esta terça e quarta-feira, impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios de outros cinco estados – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Até a manhã desta quinta, ainda havia registro de bloqueios no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Os juízes fixaram multas que variam de R$ 1 mil a R$ 50 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar as pistas. (Veja abaixo a situação em cada estado e aqui os pontos de bloqueio)

Como as decisões se referem apenas às rodovias federais, em alguns estados, principalmente no sul do país, os caminhoneiros têm mantido fechados trechos de estradas estaduais. Os bloqueios afetaram o abastecimento em algumas regiões, além de inviabilizar a produção de setores como laticínios e carros.

A categoria protesta contra o aumento do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos frentes, que considera baixo. O governo já adiantou que não vai voltar atrás no reajuste do combustível.

Negociação
Para chegar a um acordo com a categoria, o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, aprovada pela Câmara no dia 11, e a não reajustar o preço do deisel nos próximos seis meses.

O anúncio foi feito pelo secretário-geral da Presidência, ministro Miguel Rossetto, após reunião com os representantes dos caminhoneiros nesta tarde em Brasília. O ministro disse ainda que empresários e motoristas elaborarão uma tabela para definir os preços do frete.

Em contrapartida, o governo exige a liberação imediata de todas as estradas com bloqueio no país. Em uma semana de mobilização nacional, já foram registradas paralisações de caminhoneiros em 14 estados.

VEJA COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM CADA ESTADO ÀS 7h30:

Imagem: PRF/DivulgaçãoClique para ampliarDezenas de caminhões estão parados também em Xanxerê.(Imagem:PRF/Divulgação)Dezenas de caminhões estão parados também em Xanxerê.

SC

Os caminhoneiros continuam com bloqueios nas rodovias catarinenses no nono dia de protestos. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar Rodoviária (PMR), os manifestantes estavam em 19 pontos até as 6h30 desta quinta-feira (26).

Cirurgias foram canceladas em dois hospitais do oeste do estado por falta de medicamentos, que não chegaram devido à falta de transporte. Segundo o Sindicato dos Postos de Chapecó, também no oeste, falta gasolina em 90% dos postos de combustíveis da região. A coleta de leite foi suspensa e algumas indústrias pararam a produção.

Imagem: Ramon Rosa/Arquivo PessoalClique para ampliarCaminhoneiros fazem paralisação na PR-218, em Astorga.(Imagem:Ramon Rosa/Arquivo Pessoal)Caminhoneiros fazem paralisação na PR-218, em Astorga.

PR

Na tarde desta quarta-feira, a Justiça Federal proibiu a interdição de todas as estradas federais na região de Curitiba.

Na manhã desta quinta-feira, havia bloqueios em aproximadamente 40 trechos de 25 rodovias.

Com os veículos parados nas estradas, os protestos começam a refletir em vários setores da economia do estado. Nos postos de combustíveis no sudoeste e no norte, por exemplo, quase não há gasolina. E os que ainda têm alguma quantidade no reservatório cobram preços muito acima do normal. Na terça, os motoristas tiveram que enfrentar filas para abastecer.

Sem alternativas de desvio para seguir viagem, cargas de alimentos e insumos estão estragando em vários pontos de bloqueio nas estradas do sul do país. Fornecedores de frutas reclamam ainda das perdas com saques de cargas nas barreiras.

A operação do porto de Paranaguá, principal terminal de exportação de produtos agrícolas do país, também é prejudicada por causa dos protestos.

No oeste e no sudoeste do Paraná, indústrias suspenderam a coleta de leite e o abate de aves.

Imagem: Zete Padilha/RBS TVClique para ampliarCaminhoneiros protestam em estradas estaduais e federais.(Imagem:Zete Padilha/RBS TV)Caminhoneiros protestam em estradas estaduais e federais.

RS

Pelo quarto dia, o protesto da categoria segue causando bloqueios em rodovias federais e estaduais no Rio Grande do Sul.

De acordo com um levantamento inicial das polícias rodoviárias, que acompanham as manifestações, as interrupções ao trânsito afetam 32 rodovias estaduais e federais, em 44 trechos, na manhã desta quinta-feira (26).

Na quarta-feira, um dos pontos mais críticos se concentrava no km 22 da BR-101, em Três Cachoeiras, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Centenas de motoristas restringem o tráfego de veículos de carga nos dois sentidos da rodovia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, são mais de mil caminhões parados na estrada ou estacionados em ruas da cidade.

A paralisação dos caminhoneiros já afeta diversos setores produtivos no estado. Indústrias de laticínios e frigoríficos, por exemplo, estão com produção reduzida por falta de matéria-prima e já contabilizam prejuízos. Caso a circulação de mercadorias não seja normalizada, os supermercados afirmam que podem faltar produtos nas prateleiras.

Se o bloqueio continuar, em um ou dois dias faltará leite no mercado, estima o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado (Sindilat-RS). O maior frigorífico de suínos do estado suspendeu as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.

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