Após 7 horas de depoimento de menor, Ministério Público pede prisão de Bruno

07/07/2010 00h45


Fonte G1



Um depoimento cheio de contradições. Segundo a polícia, o adolescente de 17 anos mentiu em alguns momentos. Ele foi encontrado na tarde de terça-feira, 6 de julho, na residência do goleiro Bruno. O jogador estava em casa e abriu a porta para os policiais. O delegado responsável pelo caso no Rio de Janeiro pediu a apreensão do jovem ao juizado de menores por ter participado do sequestro da ex-amante do jogador, Eliza Samudio.

Segundo investigadores, no interrogatório, o menor contou que ajudou o funcionário e amigo de Bruno, Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, a levar Eliza Samudio e o bebê do Rio para o sítio do goleiro, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O adolescente disse à polícia que estava escondido no banco de trás do carro. No meio da viagem, houve uma discussão e ele bateu na cabeça de Eliza com uma arma que pertenceria a Macarrão. Segundo ele, neste momento, ela sangrou, mas ainda estava viva.

Mais adiante, o jovem falou que Eliza estava morta, mas não revelou quem seria o assassino. A caminhonete usada por eles seria a mesma onde o teste de luminol confirmou vestígios de sangue numa das janelas. O exame de DNA que fica pronto nesta semana vai dizer se o sangue é de Eliza.

A polícia chegou até o menor depois de uma denúncia.

Numa entrevista à Rádio Tupi, do Rio, um conhecido do adolescente disse ter ouvido do jovem que Bruno teria dado dinheiro a um homem identificado como Clayton para que entregasse o corpo de Eliza a um traficante.

O conhecido afirmou à rádio: "O Bruno contratou o cara para dar sumiço, o Clayton, para levar o corpo até o cara que ia sumir com o corpo. Aí, pagou R$ 3 mil, tá entendendo? (...) O garoto sabe também, o garoto viu aonde tá - o garoto vai dar tudo. A garota foi desossada, enterraram os ossos da garota e concretaram”.

O depoimento do adolescente terminou no fim da noite e o promotor de justiça disse que as informações parecem consistentes. “A versão dele é crível, é razoável”, disse.

A polícia do Rio vai agora repassar todos os detalhes colhidos no depoimento para a polícia de Minas Gerais. É a partir do confronto do que diz esta testemunha com as evidências apuradas até aqui que os investigadores esperam estabelecer o que aconteceu com Eliza Samudio.