Análises em corpos são prejudicadas após geladeira de IML do PI queimar

12/09/2014 18h44


Fonte G1 PIAUÍ

Imagem: Daniel SantosGeladeiras do IML de Parnaíba estão sem funcionar há 20 dias.(Imagem:Daniel Santos)Geladeiras do IML de Parnaíba estão sem funcionar há 20 dias.

As duas geladeiras que são utilizadas para conservar cadáveres de vítimas de morte violenta e restos mortais de pessoas com óbitos suspeitos no Instituto Médico Legal (IML) de Parnaíba, no litoral do Piauí, parou de funcionar e alguns materiais que estavam sendo congelados para análise foram perdidos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (12) pelo coordenador da entidade, Charles Pitter.

Imagem: Daniel Santos/ProParnaibaClique para ampliarAmostras  ficaram sem condições de serem analisadas.(Imagem:Daniel Santos/ProParnaiba)
“Um dos equipamentos já está queimado há mais de um ano, o outro, que servia para manter corpos e materiais coletados para análise queimou também, com isso, algumas mortes que estavam sendo investigadas ficarão sem solução e este material era de suma importância. A unidade é responsável por atender pelo menos 10 cidades da região Norte do estado”, relatou.

De acordo com o coordenador Charles Pitter, a outra geladeira não está funcionando por que está faltando algumas peças. “O estado não tem um técnico disponível para fazer a manutenção desses equipamentos quando apresentam problemas deste tipo. Aqui a situação está séria, pois temos que receber corpos e tentar liberar o mais rápido possível porque não temos como conservá-los”, disse.

Charles Pitter disse ainda que por conta do problema nas geladeiras, o corpo de um homem vítima de acidente de trânsito que aguardava por reconhecimento entrou em estado de putrefação e teve que ser enterrado como indigente. “Os restos mortais de um casal que foi encontrado em estado de decomposição em março deste ano apodreceram e não tiveram como analisar. Dessa forma, as mortes ficaram sem elucidação por parte da perícia médica”, afirmou Pitter.

No IML ainda era armazenado parte do útero de uma mulher, de 20 anos, que morreu depois de ter 82% do corpo atingido por queimaduras de terceiro grau na penitenciária, bem como outras amostras de pessoas vítimas de mortes relacionadas a crimes e acidentes de trânsito. “Essa mulher foi carbonizada e o útero dela teve que ser coletado, pois existia a suspeita de gravidez, com o problema ficou impossível de analisar”, explicou o coordenador.

O G1 tentou falar com a Secretaria de Segurança, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.