Militares farão novos protestos na frente do Quartel do Comando Geral às 8h de segunda-feira

14/08/2011 22h07


Fonte Cidade Verde

Atropelamento de soldado do Maranhão pelo motorista do coronel Márcio Alves na frente da Rone causa confusão e militares farão novos protestos na frente do Quartel do Comando Geral às 8h de segunda-feira

Durante piquete na frente do quartel da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) da Polícia Militar, no bairro Pirajá, na zona Norte de Teresina, o motorista do coronel Márcio Santos, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), atropelou quando estava saindo em uma viatura o soldado Alexandre Rios Henrique Leite, da Polícia do Maranhão, que participava ;do movimento dos militares piauienses, em greve há seis dias.

Nesta segunda-feira, às 8h, os militares em greve farão manifestação na frente do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro Ilhotas, com a presença de um deputado federal de outro Estado.

Alexandre Rios foi levado para atendimento médico no HUT (Hospital de Urgência de Teresina) e teve a mão fraturada. Segundo os policiais, Alexandre Rios ficou em estado grave de saúde. Os militares ficaram em frente da Rone até a madrugada para evitar a saída de policiais para o trabalho de segurança nas ruas.

Após o acidente, o coronel Márcio Santos, que é irmão do corregedor geral da Polícia Militar, coronel Jaime Alves, foi ao Quartel do Comando da instituição, prestou depoimento e foi liberado.

As testemunhas afirmaram que soldado ia passando quando o carro onde estava o coronel Márcio Alves e o veículo saiu do quartel da Rone. O soldado se segurou no carro e foi arrastado. No momento, os militares em greve estavam fazendo piquete.

O coronel Márcio Santos foi à sede da Rone para entregar a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Luiz Gonzaga Brandão, tornando a greve dos militares ilegal. Ao tentar sair do pátio da Rone, ele encontrou um grupo de manifestantes.

Em retaliação à atitude do comandante do Bope, os militares, que já tinham começado a voltar às ruas no sábado, receberam a ordem do comando de greve para que as viaturas voltassem para a garagem dos batalhões da capital.

O presidente da Associação dos Oficiais Militares, capitão Evandro Rodrigues, acompanhou a chegada dos homens da Força Nacional a Teresina.

“A força nacional serve para ajudar, no entanto o que veio para o Piauí não representa 1% do efetivo da PM em todo o estado, estão só na zona Leste, não conhecem nada de Teresina, muito menos do Piauí, e mais, se o governo tem condição de trazer a força nacional, por que não negocia com os policiais militares”, falou Rodrigues.

O comandante da Rone, capitão Fábio Abreu, deu voz de prisão aos policiais que estavam na manifestação.

O comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Pereira, afirmou que foi o soldado da Polícia do Maranhão quem se jogou contra o carro onde estava o coronel Márcio Santos.

“Algumas viaturas da Rone estavam tentando sair do batalhão, e no portão, tenente coronel Márcio Santos encontrou um piquete de manifestantes. O PM então se jogou no capô do carro. O comandante saiu bem devagar, e o PM acabou caindo. O coronel Márcio prestou depoimento na corregedoria, ele negou que tivesse atropelado o militar, até mesmo porque não estava exercendo grande velocidade no veículo”, falou o coronel Rubens Pereira.

Tribunal de Justiça decreta ilegalidade da greve e determina que policiais militares voltem ao trabalho

O Tribunal de Justiça do Piauí decretou na tarde de sábado a ilegalidade da greve dos policiais militares, que já está em seu sexto dia.

O desembargador Luiz Gonzaga de Carvalho, do Tribunal de Justiça, ao decretar ilegalidade da greve dos Policiais Militares estabeleceu que eles voltem imediatamente ao trabalho e caso não façam isso, cada associação terá que pagar multa de R$ 10 mil por dia. O desembargador Luiz Gonzaga determinou o retorno imediato dos policiais civis ao trabalho nos quartéis e no policiamento das ruas.

A informação foi fornecida pelo procurador geral do Estado, Kildary Ronne, que entrou ontem com o pedido de decretação pela ilegalidade da greve.

A ilegalidade da greve dos policiais militares foi decretada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, Luiz Gonzaga Brandão de Carvalho.

O procurador-geral do Estado, Kildary Ronne, afirmou que ele solicitou a ilegalidade da greve argumentando que uma paralisação por melhores condições de trabalho e de salários é uma greve, o que é proibido aos policiais militares pela Constituição Federal.

Segundo ele, os argumentos usados para solicitar a ilegalidade da greve é que houve quebra na hierarquia da Polícia Militar quando os comandantes determinavam ordens e os militares não cumpriam.

Os advogados das Associações do Militares, Leôncio Coelho Júnior e Jorge Cury, entraram, na manhã de domingo no Tribunal de Justiça com um agravo de instrumento contra a decisão do desembargador Luiz Gonzaga Brandão, que determinou a ilegalidade do movimento Polícia Legal, Tolerância Zero.

Além disso, os advogados afirmam que o coronel Márcio Alves, comandante do Bope, será interpelado criminalmente por conta do suposto atropelamento do soldado da Polícia Militar do Maranhão Alexandre Rios Henrique Leite.

Leôncio Coelho Júnior informou que o policial Alexandre Henrique Rios Leite corre o risco de perder o movimento das mãos.

O policial é filho do presidente do Jóquei Clube do Piauí, Nerval Júnior.

O comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Pereira afirmou que os 120 homens da Força Nacional que chegaram em Teresina começam a fazer policiamento ostensivo a partir da noite de sábado.

Eles também irão trabalhar no domingo. O comandante Rubens declarou que hoje será avaliado se os militares em greve retornarão ao trabalho, em reunião com o governador Wilson Martins será decidido se a Força Nacional volta hoje ou em outra data.

’Os homens que chegaram hoje farão policiamento ostensivo’’, disse o comandante da Força Nacional, major Orlando Cassaro, do Distrito Federal.

As viaturas vieram do Pará e do Maranhão e ainda estão previstas para chegar do Distrito Federal e do Mato Grosso.

Na reunião, o comandante geral da PM, coronel Rubens Pereira, informou que a prioridade no final de semana era a zona lrste.

Ele avisou que a Justiça decretou a ilegalidade da greve e acredita que os policiais voltem ao trabalho. Neste domingo será analisada a situação e se os policiais voltarem ao trabalho, não haverá necessidade da permanência da polícia especial ficar no Estado.