Maior pronto-socorro do PI deixa de realizar 300 exames devido à greve

04/04/2013 13h52


Fonte G1 PI

Pelo menos 300 exames deixarão de ser realizados no Hospital de Urgência de Teresina por conta da greve dos servidores municipais. Nesta quinta-feira (04), profissionais do setor de radiologia do maior pronto-socorro do Piauí decidiram parar as atividades. Segundo Augusto Mourão, representante da categoria, a paralisação é uma forma de protestar contra a postura do prefeito Firmino Filho que, segundo ele, não negocia com os servidores municipais em greve há 45 dias.

“Esta é quantidade de pacientes que recebemos todos os dias e que infelizmente serão prejudicados devido à intransigência do prefeito de Teresina. Nesta quinta-feira, nenhum dos dez profissionais que trabalham diariamente no HUT realizará exames no setor de radiologia, em cada plantão há quatro técnicos fazendo exames de raios-X e uma pessoa responsável pelos os exames de tomografia. Todos estão parados”, disse o representante.

Imagem: Gil OliveiraServidores municipais continuam greve e serviços no Hospital de Urgência de Teresina fica prejudicado.(Imagem:Gil Oliveira)Servidores municipais continuam greve e serviços no Hospital de Urgência de Teresina fica prejudicado.

O técnico de radiologia conta ainda que vários profissionais do setor receberam os salários com corte, mesmo eles cumprindo a lei que determina o funcionamento de 30% dos serviços públicos durante o período grevista.

“Meu salário é de R$ 700 e tive um corte de mais de R$ 400 no contracheque do mês de fevereiro, período em que o percentual de profissionais em greve estavam exercendo suas funções nos hospitais de Teresina pra não comprometer o funcioamento das unidades de saúde”,
diz.

Mourão revelou ainda que o prefeito Firmino Filho desautorizou o secretário de governo, Luciano Nunes, a falar em nome da prefeitura de Teresina durante as reuniões de negociações.

“Nessa quarta-feira estivemos reunidos com o secretário do governo e promotor Fernando Santos. No encontro, Luciano Nunes disse que a prefeitura se comprometeria a devolver o dinheiro que foi descontado dos servidores e a partir deste mês iniciaria as negociações com a possibilidade de pagamento salarial com vencimento acima da inflação a partir de maio. Entretanto, o prefeito afirmou que Luciano Nunes não tem poder e nem autorização para falar em nome dele e só voltaria a negociar com a categoria quando a greve terminar. Mas nós não aceitamos o posicionamento e vamos continuar com o movimento”, garante.

Para a dona de casa Gilmaria Lira de Oliveira, enquanto grevistas e governantes não encontram uma solução para resolver o impasse quem sofre é a população. Ela conta que na terça-feira (2) esperou por mais de duas horas com o filho que precisava fazer um raio-X .

“Meu filho sofreu um acidente no trabalho e levou uma pancada nas costa. Foi encaminhado para o HUT e o médico solicitou um raio-X. Quando conseguimos fazer o exame o médico já havia encerrado o plantão. Tivemos que retornar para casa e voltar no outro dia para apresentar o resultados do exame”, disse a dona de casa.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Teresina, o secretário Luciano Nunes esteve no encontro representando o prefeito e levaria a proposta da categoria ao chefe do executivo municipal que avaliaria as sugestões.“Firmino Filho ressaltou que a greve é ilegal e que somente negociará com os servidores municipais quando eles retornarem ao trabalho”, diz a assessoria.