Progressistas pede ao STF que recursos do Fundeb seja todo para educação

15/08/2020 20h17


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: DivulgaçãoCiro não quer dar trégua a Wellington. E vice-versa.(Imagem:Divulgação)Ciro não quer dar trégua a Wellington. E vice-versa.

Depois que anunciou o rompimento com o Progressistas do senador Ciro Nogueira (PP), o governador Wellington Dias (PT) partiu de vez para o ataque e decidiu não dar trégua ao ex-amigo. Como demonstração, está atraindo para o seu lado aliados de Ciro (com Wilson Brandão e Hélio Isaias). Mas a “gentileza” tem reciprocidade, e Ciro atacou precisamente em um ponto que Wellington depositava muita esperança: a possibilidade de redirecionar parte dos recursos do precatório do Fundef, da educação para a área de saúde. Ciro não vai deixar barato.

A própria decisão do Supremo tribunal Federal (STF) que deu ganho de causa ao Piauí na ação do Fundef, determinou que toda a bolada de R$ 1,65 bilhão fosse aplicada exclusivamente na educação. Wellington chegou a falar em fazer “uma revolução” com esse dinheiro. Mas há um mês decidiu entrar com uma ADI no STF para poder usar R$ 578 milhões na saúde. O governador utilizou o recurso de uma medida cautelar, que poderia ser decidida pelo ministro de plantão, no caso o presidente do STF, Dias Toffoli. Mas Toffoli não decidiu nada, o recesso judiciário acabou e a matéria foi distribuída (para ser apreciada pelo Pleno) e caiu nas mãos da ministra Carmen Lúcia.

Além de Carmen Lúcia pedir manifestações de outros atores (como a AGU, CGU e MPF), agora o caldo engrossa de vez porque o Progressista decidiu entrar com uma ação para garantir que a decisão original do STF seja mantida. Ou seja: que os recursos do precatório do Fundef sejam aplicados exclusivamente na educação. Ciro lembra que o próprio Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE) já havia cobrado atenção a essa decisão do STF. E que o TCE também tinha exigido um cronograma transparente de aplicação do recurso. Para Ciro, o que é da educação deve ser aplicado na educação. Mas o que fica evidente mesmo é o empenho do senador de não deixar barato para o agora desafeto Wellington Dias.

Com um detalhe: a ação de um deve ter sempte o troco do outro. Até 2022.

Wellington joga as fichas em Teresina
O governador Wellington Dias (PT) não apenas decidiu romper com Ciro Nogueira (PP). Decidiu também jogar todas as fichas no confronto direto com o líder do Progressistas na definição de forças dos dois grupos que estarão em lados opostos em 2022. E esse confronto vai se dar em muitas cidades estratégias do Estado. Só estarão juntos naqueles lugares em que, por fatores locais, realmente não é possível o enfrentamento. No resto, é puxar a faca. Sobretudo em Teresina.

Na capital, o governador tem em mente que o PT nunca teve bom desempenho (só em duas vezes teve mais de 20% dos votos, em 2000 e 2008). Mas agora Wellington parece ter uma preferência. E não é o candidato do PT: é Fábio Abreu, do PL. Acredita no potencial do deputado federal de chegar ao segundo turno e até na possibilidade de vitória. Se conseguir, avalia que será um ganho extraordinário porque fragilizaria Ciro e também Firmino Filho – que pode ser o adversário direto de Wellington por uma vaga no Senado em 22. 

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