Enchentes: ao PI, dinheiro só com projeto; a PE e AL, já na conta

27/06/2010 00h46


Fonte Acesse Piaui

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarLula sobrevoa áreas alagadas em Pernambuco e garante dinheiro na conta(Imagem:Divulgação)Lula sobrevoa áreas alagadas em Pernambuco e garante dinheiro na conta
No ano passado, o norte do Piauí, inclusive Teresina, estava debaixo d'água. O presidente Lula visitou a capital e fez o discurso de praxe: primeiro se deveria salvar vidas, proteger os desalojados e desabrigados e só então, com o fim das chuvas, fazer o levantamento do prejuízo de cada município. Mas, só com projetos bem feitos, seria liberado dinheiro federal para a reconstrução de casas, estradas, ruas, escolas e tudo o que havia sido perdido.

O ex-Ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima havia até passado um pito nos prefeitos e no então governador Wellington Dias (PT), antecipando o que Lula diria no encontro realizado em Teresina no dia 5 de maio: não havia mala de dinheiro para ser entregue a ninguém. Quem quisesse recursos emergenciais que enfrentasse a burocracia.

Disse o presidente aos prefeitos piauienses: "O que faz facilitar a liberação de recursos não é a emergência, é o projeto. É o projeto que faz com que o dinheiro possa fluir com muito mais facilidade. Muitas vezes, eu posso dizer para vocês, hoje, que têm muitos erros na parte do Governo Federal na burocracia que não dependem de quem é ministro. Dependem das leis que o Congresso Nacional criou para achar que estava fiscalizando e, na verdade, estava criando uma série de dificuldades...A gente pode ajudar em alguma coisa, mas não adianta um prefeito ou uma prefeita chegar ao governador e falar: 'estragou a estrada'. 'Quanto?' 'Não sei'. 'Qual o custo para fazer?' 'Também não sei'. Olha, se for assim , não vai resolver."

Até hoje, no Piauí, agora na seca, há quem esteja reclamando a liberação do dinheiro das enchentes.

Pouco mais de um ano depois, no dia 24 de março de 2010, Lula visita Alagoas e Pernambuco - numa situação realmente pior do que ele viu no Piauí - e muda o fim do discurso, sem que nenhuma nova lei aprovada pelo Congresso Nacional tenha facilitado a liberação de recursos para situações de calamidade pública.

O presidente prometeu empenho político, humano e moral para reconstruir os dois Estados e dispensou os projetos que havia cobrado dos prefeitos piauienses: "É porque, no passado (que tempo passado?), entre uma desgraça e a ajuda, você tinha que esperar que um coitado de um prefeito de uma cidade do interior levasse para você um projeto. Muitas vezes, a prefeitura nem sabia fazer o projeto e, portanto, dez anos depois, o dinheiro não tinha chegado na cidade porque ele não tinha projeto. O que nós estamos fazendo? É uma relação de confiança. Nós estamos depositando, na conta do Estado de Pernambuco e de Alagoas um dinheiro de R$ 275 milhões. Foi 25 antes e 250 que eu vou assinar daqui a pouco, para que os governadores comecem a trabalhar numa relação direta com as prefeituras, sem precisar do Governo Federal."

Parece que para que desgraças semelhantes, tratamentos diferenciados, conforme o peso político do afetado.

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