Deputada Gleisi Hoffmann é reeleita presidente do PT

25/11/2019 08h08


Fonte Folha Press

Imagem: Folha PressClique para ampliarDeputada Gleisi Hoffmann é reeleita presidente do PT.(Imagem:Folha Press)

Com a bênção do ex-presidente Lula, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) foi reeleita com 71,5% dos votos petistas para mais quatro anos na presidência do PT. Ao avaliar as prioridades do partido, ela reconheceu que é preciso fortalecer a comunicação digital, dominada pela direita. Gleisi admitiu que a comunicação do PT está "aquém daquilo que nós precisamos". "A direita está na nossa frente. Precisamos nos armar nas redes sociais, organizá-las, juntá-las, potencializar os nossos canais", afirmou.

O resultado do 7º Congresso Nacional do PT foi anunciado neste domingo (24) e já era esperado. A principal corrente do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil), da qual Gleisi faz parte, tinha a maioria dos 800 delegados eleitos previamente para deliberar sobre o comando da sigla. O congresso também apresentou uma resolução final, que guiará a atuação do partido nos próximos anos. O documento é basicamente a tese já defendida pela CNB, mas com uma emenda que avaliza a possibilidade de o partido pedir o impeachment de Jair Bolsonaro caso enxergue condições para isso.

"A partir da evolução das condições sociais e percepção pública sobre o caráter do governo, da correlação de forças, a direção nacional do partido, atualizando a tática para enfrentar o projeto do governo Bolsonaro, poderá vir exigir a sua saída",
diz o trecho.

Segundo membros da CNB, hoje não há crime de responsabilidade praticado por Bolsonaro nem mobilização popular ou maioria no Congresso capaz de sustentar um impeachment. O texto final, no entanto, coloca essa hipótese no horizonte em vez de descartá-la. "A possibilidade sempre tem. O presidente comete uma série de impropriedades, sua família está sendo investigada, então há possibilidade de se configurar um crime de responsabilidade como diz a Constituição", afirmou Gleisi à imprensa.

A tese da CNB defende que o partido ajude a consolidar a unidade das esquerdas ao mesmo tempo em que busque o centro para aliança ampla em prol do Estado de Direito. "Trata-se de construir uma maioria consistente na sociedade -que não seja apenas eventual, conjuntural, mas que se afirme como verdadeira hegemonia democrática de ideias e valores- se queremos chegar novamente ao governo federal", diz o texto.

Gleisi afirmou aos jornalistas que o partido admite buscar setores do centro para defesa de pautas específicas. "Somos contra essa pauta liberal que está no Congresso, que retira direitos, destrói o Estado e privatiza. Essa é nossa pauta principal e em torno dela vamos fazer alianças. Agora, tem questões mais pontuais que outros setores podem se juntar a nós, por exemplo, a defesa da democracia", disse.

Ao encerrar o congresso, Gleisi afirmou que o partido "quer Lula presidente da República novamente". O petista, solto no último dia 8, foi a grande estrela do congresso. No discurso de abertura, o ex-presidente defendeu a polarização e negou isso signifique radicalização. Ela voltou a afirmar os rumos do partido já expressos por Lula em suas falas, como a defesa da anulação da condenação do ex-presidente na Lava Jato e que o PT tenha o maior número possível de candidaturas em 2020. "Acharam que nos matariam, mas estamos bem vivos", disse Gleisi em seu discurso neste domingo, diante de um já esvaziado público.

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