CPI ouve auditor do TCU que fez documento citado por Bolsonaro sobre supernotificação de Covid

17/08/2021 06h38


Fonte G1

 
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarCPI ouve auditor do TCU que fez documento citado por Bolsonaro sobre supernotificação de Covid(Imagem:Reprodução)

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (17) o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques, responsável por elaborar um relatório falso sobre a pandemia do coronavírus.

O material sugeria, sem nenhum embasamento, que cerca de metade das mortes registradas como consequência da Covid-19 no ano passado seria causada por outras motivações. O servidor entrou na mira da CPI após o documento falso ser divulgado por Jair Bolsonaro em junho – na ocasião, o presidente da República atribuiu os dados ao TCU.

"Primeira mão para vocês. Não é meu, é do tal do Tribunal de Contas da União, questionando o número de óbitos no ano passado por Covid. O relatório final não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, disse o presidente.

Na última semana, Marques afirmou em depoimento ao próprio tribunal que o documento era um "rascunho" e que a versão divulgada pelo presidente da República estava adulterada.

A CPI apura, entre outros temas, a existência de um grupo de aconselhamento ao presidente da República com dados falsos e que visam minimizar os efeitos da pandemia. Os senadores também investigam a disseminação de fake news sobre a Covid-19.

Após Bolsonaro divulgar o “estudo paralelo”, apoiadores do presidente passaram a espalhar nas redes sociais um documento com timbre do tribunal com esses dados. No mesmo dia, o TCU esclareceu que não era o autor do relatório e que tampouco havia informações em relatórios que corroborassem a afirmação do presidente.

O auditor Alexandre Marques acabou afastado de suas funções para responder a um processo administrativo.

Ainda em junho, o servidor foi convocado pela CPI da Covid para dar explicações sobre o material. A oitiva foi marcada e, no dia, quando Alexandre Marques já estava no Senado, uma mudança na agenda de votações do plenário acabou impedindo a realização da audiência.


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Tópicos: presidente, tribunal, covid