Ciro pede prisão domiciliar para Bolsonaro: "medo de perdermos o presidente"
06/12/2025 11h19Fonte Cidadeverde.com
Imagem: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Senador Ciro Nogueira (PP)
Senador Ciro Nogueira (PP)Em entrevista ao Jornal do Piauí nessa sexta-feira (5), o senador Ciro Nogueira (PP) manifestou preocupação com o estado de saúde de Jair Bolsonaro (PL), que atualmente segue preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. Embora enfatize que o ex-presidente será fundamental na estratégia da direita na eleição presidencial de 2026, o parlamentar piauiense defende que a prioridade no momento deve ser garantir a liberdade do aliado ou, em último caso, que ele possa cumprir prisão domiciliar.
De acordo com o senador, os problemas relacionados à facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 se agravaram na prisão. “Ele não tem a menor condição de ficar preso na forma como ele está. Eu tenho muito medo nós perdemos o presidente. Se isso acontecer [permanecer preso], espero que o bom senso prevaleça e ele vá o mais rapidamente possível para os cuidados da dona Michelle, na sua casa, ficar lá cumprindo a prisão domiciliar. Eu acho que o mais importante hoje é a questão de saúde do presidente Bolsonaro", defendeu o parlamentar.
Bolsonaro foi detido preventivamente em regime fechado após ter violado a tornozeleira eletrônica e suspeita de planejar uma fuga enquanto cumpria prisão domiciliar. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou o trânsito em julgado da ação em que foi condenado por tentativa de golpe de Estado e determinou que o ex-presidente passasse a cumprir a pena de 27 anos e três meses. Apesar disso, Nogueira ressaltou preocupação com a fragilidade em que se encontra a saúde do aliado.
"Existe uma limitação. Eu mesmo fui um dos poucos políticos que estive duas vezes com ele agora, já estou solicitando hoje a visita lá na PF onde ele está, para que a gente possa conversar e ver a situação. O que mais me preocupa é levar conforto e esperança para que ele possa não ficar abatido. As últimas vezes que o vi ele estava muito abatido. O tempo todo indo ao banheiro e vomitando. O problema de soluço, até quando ele dorme, é uma coisa muito forte aquilo ali. Ele não é um homem que tem a saúde normal de jeito, nunca vai ter depois da facada", disse o senador.
Quem será o candidato da direita?
Mesmo com a prisão e o quadro de saúde frágil, Nogueira garantiu que a escolha do candidato da direita passará por Jair Bolsonaro. Apesar de pontuar sua preferência pelo nome do próprio presidente para a disputa, admitiu que outros nomes são os mais viáveis no momento. “Eu gostaria muito que fosse o próprio presidente Bolsonaro o nosso candidato, mas hoje os nomes que podem unificar todo esse campo é o governador Tarcísio ou o governador Ratinho. Essa é minha opinião e quem diz isso não sou só eu, é só as pesquisas”, disse.
Vice descartada
Nogueira também voltou a descartar a possibilidade de compor uma chapa presidencial como vice. “É verdade, muita gente achava que eu dava essa opinião porque eu queria ser o vice. Não é isso, eu quero é ganhar a eleição, eu quero é mudar a realidade do país que é o mais importante. Eu já fui ao presidente Bolsonaro, ainda quando ele estava na sua casa, para comunicar que ele que sempre falava nessa possibilidade de eu disputar aqui, meu nome não estaria mais disponível para essa questão de vice. Eu vou ser candidato ao Senado pelo meu amado estado do Piauí”.
União da oposição
Durante a entrevista, o senador piauiense defende união imediata da oposição, sob o risco de perder a eleição no próximo ano. “Acho que tá faltando bom senso na oposição de unificação o mais rápido possível. Você vê as pesquisas de opinião, nós teremos toda a chance de ganhar essa eleição, mas se não houver união do centro e da direita, fatalmente nós iremos para uma derrota que é injustificável. Os partidos de centro-direita precisam se reorganizar”, defendeu.
Indicação de Jorge Messias ao STF
Nogueira ainda comentou a indicação de Jorge Messias para uma vaga no STF. O parlamentar pontuou que processo deve seguir o rito constitucional e que o nome deve ser aprovado no Senado. “Gostaria muito que quem tivesse indicando fosse o presidente Bolsonaro, se ele tivesse ganho a eleição. Mas é um direito do presidente Lula fazer essa indicação. Acho o nome doutor Messias correto, tem uma origem que nos alegra muito aqui no estado do Piauí, passou a vida inteira até seus pais, sua família moram aqui. Eu acho que é um homem que tem uma reputação elevada, tem um notório saber, acho que tem tudo pra ser aprovado”, comentou.












