Bolsonaro quer abrir caixa-preta do PSL para "honrar bandeira"

13/10/2019 10h51


Fonte Folha Press

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou no sábado (12) que defende a abertura da caixa-preta de seu partido, o PSL, para analisar os gastos da verba do fundo partidário destinada à sigla.
"A gente quer transparência. Eu não quero que estoure um problema e depois a imprensa me culpe, ah, você não sabia?", disse. "A gente quer abrir a caixa-preta para que o partido honre a bandeira que a gente tinha lá atrás. Não pode pegar uma verba de R$ 8 milhões, dinheiro público, e uma minoria decidir o que fazer."

O titular do Planalto, que usou em sua campanha eleitoral uma retórica de defesa da transparência no uso de recursos públicos, tem dito que o PSL deve informar como é distribuído e aplicado o montante que recebe dos fundos partidário e eleitoral.

Bolsonaro fez a afirmação no estádio do Pacaembu, aonde chegou à noite para acompanhar a partida entre Palmeiras e Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro. Ao longo da semana, cresceu a tensão entre bolsonaristas e a ala ligada ao presidente nacional da sigla, Luciano Bivar.

O presidente se esquivou ao ser questionado sobre o que poderia encontrar na caixa-preta da legenda. "Aí eu não vou falar. É o que pode encontrar em qualquer lugar. Espero que não tenha nada de ilegal", afirmou.

Filiado ao PSL desde março de 2018, Bolsonaro não descartou deixar o partido e disse considerar seu papel importante nas eleições municipais de 2020.

"Se eu estiver bem como estou agora, eu tenho o poder de influenciar nas eleições municipais. Então eu não abro mão de indicar nomes",
disse. "A gente quer começar as eleições de 2020 com o pé direito." Na sexta-feira (11), Bolsonaro pediu ao presidente do PSL a realização de uma auditoria externa nas contas do PSL. O requerimento enviado ao Diretório Nacional da sigla foi assinado por Karina Kufa, Admar Gonzaga e Marcello Dias de Paula, advogados do presidente da República.

Além de Bolsonaro, defendem a auditoria externa 21 deputados federais. Eles querem a prestação de contas do PSL dos últimos cinco anos. O pedido foi feito como consequência da crise que se instalou na relação entre o presidente e seu partido. Na terça-feira (8), Bolsonaro afirmou a um apoiador que Bivar está "queimado pra caramba". Depois disso, ele disse a aliados que pretende deixar o PSL.

Bolsonaro busca, porém, uma saída jurídica para evitar que parlamentares que o acompanharem percam seus mandatos. Outro objetivo é preservar os fundos partidários e eleitorais. Em 2020, o PSL pode receber até R$ 500 milhões de dinheiro público, caso o fundo eleitoral seja turbinado. O valor da verba será definido pelo Congresso até o fim deste ano. Há pressão para que a cifra chegue a R$ 3,7 bilhões para todos os partidos -em 2018 foi de R$ 1,7 bilhão.

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Tópicos: presidente, eleitoral, caixa