Até Aécio quer PSDB fora do governo, destaca Fenelon Rocha

13/11/2017 10h30


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarSenador Aécio Neves (PSDB)(Imagem:Divulgação)Senador Aécio Neves (PSDB)

A frase soou estranha, sobretudo por quem a pronunciava. Mas o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, foi claro: "Vamos sair do governo pela porta da frente, da mesma forma que entramos", disse. E praticamente apresentou a carta de debandada ao dizer há no PSDB "um convencimento de todos" de que está chegando a hora de deixar o governo.

É bem provável que Aécio tenha percebido que passou da conta no governismo e também nas ações internas do partido, culminando com o afastamento do senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB. Ou simplesmente enfim se deu conta que não dá mais para ficar atrelado ao governo. Nem mesmo ele, o mais governista dos tucanos.

Ao reconhecer que o partido tem que pular fora, Aécio diz que não houve dos tucanos nenhum gesto de fisiologismo em entrar e permanecer no governo. Bom, se há o tal “convencimento de todos” e ainda não deixou o governo, qual seria a razão então? O senador não quer usar o nome, mas é assim que se chama: fisiologismo.

De todo modo, o partido sai aos frangalhos das indecisões pós-delação da JBS. E pode sair pior da convenção do início de dezembro que elegerá o novo presidente da sigla. Os dois candidatos são de correntes que pensam completamente: Tasso pelos que há muito pedem a saída do governo; e o governador Marconi Perillo (GO) pelo time capitaneado por Aécio. Somente uma terceira via conciliadora pode atenuar a divisão.

Alckmin já admite ser presidente

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, bem que tentou se ver longe da disputa pela presidência do PSDB. Aspirante ao Planalto, não queria comprar briga com nenhum lado. E gostaria de ficar livre para cuidar da candidatura à presidência, que atualmente parece ter superado a ameaça do ex-pupilo João Doria Jr, o prefeito da cidade de São Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu o nome de Alckmin como uma forma de contornar a disputa interna. Apesar da resistência inicial, Alckmin já admite abraçar o fardo. Ou é isso ou coisa pior: sem um nome de conciliação, o PSDB pode sair muito dividido do congresso de dezembro. E isso pode ser uma catástrofe para o candidato Alckmin.

Sem a conciliação, uma boa fatia do partido pode simplesmente mudar de sigla. Seria terrível para as pretensões de um candidato tucano. Se o PSDB unido hoje enfrenta sérias dificuldades para fazer um nome deslanchar, imagine dividido.

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Tópicos: governo, partido, senador