Suspeito de assalto em que menina de 6 anos morreu baleada, em Teresina, é indiciado por ter baleado

22/11/2022 14h20


Fonte G1 PI

Imagem: ReproduçãoDébora Vitória, de 6 anos(Imagem:Reprodução)Débora Vitória, de 6 anos

Clemilson da Conceição Rodrigues, de 29 anos, suspeito do assalto em que a menina Débora Vitória, de 6 anos, morreu baleada, em 11 de novembro, na Zona Sul de Teresina, foi indiciado por tentativa de latrocínio. Em entrevista ao g1, nesta terça-feira (22), a delegada Nathalia Figueiredo afirmou que Clemilson efetuou o disparo que atingiu a manicure Dayane Gomes, mãe da garota, durante a ação criminosa.

A delegada informou que o indiciamento é o resultado de apenas um dos dois inquéritos abertos pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) para investigar o caso e que o segundo procedimento, que apura a morte da menina, ainda está em andamento devido à espera de um exame para determinar a autoria do tiro que matou a vítima.

"Clemilson foi autuado em flagrante no dia 11 de novembro e, como se trata de um réu preso, o código de processo penal estabelece que são dez dias para conclusão do inquérito", explicou Nathalia Figueiredo.

"O que de fato tínhamos certeza era sobre a lesão sofrida pela mãe da menina, Dayane. Ela foi alvejada na coxa e o projétil transfixou saindo na região do cóccix. Nas declarações dela, ela é categórica em dizer que o disparo partiu de Clemilson", completou a delegada.

Imagem: Lucas MarreirosDelegada Nathalia Figueiredo, do DHPP(Imagem:Lucas Marreiros)Delegada Nathalia Figueiredo, do DHPP

A mãe da menina relatou que foi baleada pelo assaltante assim que um policial militar que bebia próximo ao local reagiu à ação criminosa e atirou. Dayane disse ainda que o tiro que atingiu sua filha disparado pelo policial. Ela prestou depoimento no DHPP no dia 14 de novembro.

Autoria da morte indefinida

A delegada afirmou que aguarda laudos periciais para ter a certeza de qual arma partiu o disparo que atingiu Débora Vitória, como o resultado da microcomparação balística.

"O prazo da perícia é de 10 dias, ainda está no prazo, mas é um exame técnico que demanda um cuidado, é muito delicado. A perícia está dando prioridade ao caso e quando recebermos esse laudo termos um posicionamento em relação ao que aconteceu", explicou.
Nathalia Figueiredo afirmou que caso seja comprovado que o tiro que atingiu a menina tenha partido da arma utilizada por Clemilson, ele poderá responder por latrocínio, além da tentativa pela qual ele já foi indiciado.

No caso da segunda pessoa, um policial militar, a delegada afirmou que ele pode ser indiciado por homicídio. "Vamos analisar se foi culposo ou doloso através das provas que constam nos autos", disse a delegada.

O policial militar foi ouvido pelo DHPP. "O que ele relatou, por fazer parte do inquérito, é sigiloso, mas ele já foi ouvido, apresentou a arma que teria utilizado e está colaborando com a investigação", afirmou Nathalia Figueiredo.

Sobre a conclusão do inquérito, a delegada afirmou que tem 30 dias para conclusão, mas que pode acontecer antes desse prazo ou, caso sejam necessárias mais diligências, pode haver pedido de prorrogação do prazo, que será determinado pela Justiça.

Mãe chora e relata momento em que filha foi baleada

Imagem: ReproduçãoMãe chora e pede Justiça ao relatar morte da filha de 6 anos quando policial reagiu a assalto (Imagem:Reprodução)Mãe chora e pede Justiça ao relatar morte da filha de 6 anos quando policial reagiu a assalto 

Muito emocionada e abraçada à boneca preferida da filha, a mãe pediu Justiça pela morte de Débora Vitória. Dayane contou que estava com a menina na porta de casa quando o criminoso chegou anunciando o assalto.

A manicure disse que o assaltante não tinha sacado a arma até que um policial que bebia em um bar reagiu ao assalto anunciado contra ela. Segundo ela, o disparo do policial acabou atingindo a garota.

"Por que ele reagiu, por causa de um celular? Podia não ter reagido, eu dava moto, celular, eu dava tudo pra ter minha filha aqui comigo agora, eu dava minha vida", disse, chorando muito, a mãe da menina.

Dayane disse que o policial estava bebendo, viu o assalto e saiu correndo com a arma na mão. "O assaltante falou: Vai atirar? Vai atirar?. Quando ele [policial] deu o primeiro tiro eu já senti que pegou na minha filha, ela caiu assim [de lado]. O bandido nem tinha tirado a arma", contou a mãe.

No momento em que o policial atirou, o assaltante tirou a arma e disparou, atingido Dayane. "Na hora que ele [assaltante] puxou, estava muito perto de mim, nervoso, ele atirou. Pegou aqui [na coxa direita], pegou e saiu no meu cóccix", contou a mãe.

As duas foram levadas para o Hospital de Urgência de Teresina e a menina morreu no hospital. A mãe recebeu atendimento médico e foi liberada horas depois.

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