'Vou fazer vencer a justiça', diz mãe de Eduardo durante enterro

07/04/2015 09h02


Fonte G1 PI

Imagem: Alessandro Guerra/ Rádio Cerrado FMChocados, familiares choram sobre o caixão do menino Eduardo de Jesus (Foto: Alessandro Guerra/ Rádio Cerrado FM)(Imagem:Alessandro Guerra/ Rádio Cerrado FM)Chocados, familiares choram sobre o caixão do menino Eduardo de Jesus (Foto: Alessandro Guerra/ Rádio Cerrado FM)

O corpo Eduardo de Jesus Ferreira, 10 anos, foi enterrado por volta das 16h40 desta segunda-feira (6) no cemitério municipal de Corrente, a 874 km de Teresina. Centenas de pessoas acompanharam o sepultamento e os pais de menino, José Maria e Terezinha de Jesus Ferreira, choraram bastante durante todo o tempo.

"Eu vou fazer vencer a justiça. Aquele maldito que tirou sua vida vai pagar. Eu tenho muita fé em Deus que ele vai pagar o que ele fez com você. Se eu pudesse, eu mesmo acabaria com a vida",
disse aos prantos Terezinha de Jesus, momentos antes de o caixão ser baixado na cova.

O garoto foi morto com um tiro na cabeça no conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (2).

Após o velório, realizado na casa de uma tia de Eduardo, o corpo foi levado para uma capela no bairro Vermelhão, onde foi celebrada uma missa de corpo presente.

Além dos pais, duas irmãs de Eduardo de Jesus e um sobrinho também vieram ao Piauí. Leonardo de Jesus França, 23 anos, irmão mais velho do garoto, ficou bastante emocionado ao reencontrar a mãe. Os dois chegaram a ficar um bom tempo abraçados. O rapaz mora em Cristalândia e só esteve com o irmão caçula uma única vez.

O caixão com o corpo da criança chegou na madrugada e foi levado para uma funerária. Após uma hora, retornou ao aeroporto. A família pernoitou em um hotel de Teresina e ao chegar para o embarque não quis falar com a imprensa. As despesas com hospedagem e traslado de Teresina até Corrente estão sendo pagas pelo governo do Piauí.

Desabafo
No domingo (5) os pais de Eduardo voltaram a falar em justiça e, em tom de desabafo, criticaram a ação policial que ocorreu no Complexo do Alemão.

“A polícia foi truculenta, sempre agiu de forma truculenta no Alemão. Nunca fomos ameaçados por bandidos, mas sempre pela polícia. São soldados destreinados, saem atirando em quem estiver pela frente, sem perguntar. Tanto tempo na vida vivendo em um lugar perigoso assim, nos conforta chegar em nossa terra”, falou José Maria, pai de Eduardo.

A família pretende passar alguns dias em Corrente e só voltará ao Rio para resolver algumas pendências. A mãe do garoto disse que quer voltar a morar no Piauí.

O crime

Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foi baleado na porta de sua casa e morreu na hora no fim da tarde da quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. Os policiais que participaram da operação que culminou com a morte do menino foram afastados das ruas. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.

Neste domingo, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a região do Alemão será reocupada pela Polícia Militar. O anúncio ocorreu na semana em que ao menos seis pessoas foram baleadas no complexo. O caso que ganhou mais repercussão foi o do menino Eduardo de Jesus.

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Tópicos: polícia, corpo, garoto