Sem acordo, policiais militares iniciam 'operação tartaruga' em Teresina

18/05/2015 16h06


Fonte G1 PI

A falta de acordo entre os policiais militares e o governo do estado em relação ao reajuste salarial, levou a categoria a iniciar uma 'operação tartaruga' nesta segunda-feira (18). Segundo Aguinaldo Oliveira, presidente da Associação Beneficente dos Cabos e Soldados, com o movimento, a população não deixará de ser atendida, contudo, os atendimentos irão demorar.

"Não estamos parados. A partir de agora, viaturas demoram mais tempo para atender aos chamados. Além disso, quando prendemos uma pessoa só vamos deixar a Central de Flagrantes depois que o delegado lavrar o delito. É importante ressaltar que vamos seguir o trâmite legal e isso resultará numa demora em atender a população. Ou seja, se chegarmos na delegacia e o delegado não estiver para receber a ocorrência, vamos esperar até ele chegar", explicou o presidente.

Imagem: Gustavo Almeida/G1Clique para ampliarReunião marca início de operação tartaruga no Piauí.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Reunião marca início de operação tartaruga no Piauí.

O ato é um protesto contra a proposta do governador Wellington Dias que afirmou na semana passada que vai parcelar o reajuste dos servidores. De acordo com o gestor, o aumento de R$ 649 para soldados e R$ 1.868,00 para os coronéis será pago em duas parcelas.

Aguinaldo Oliveira contou que a operação tartaruga iniciou em Teresina, mas em breve também afetará as cidades do interior.

"Os militares do interior do estado estão sendo chamados a aderir ao movimento",
declarou.

Além dos militares, também aguardam aumento salarial os policiais civis, homens do Corpo de Bombeiros e agentes penitenciários. Eles estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira para formar uma comissaão que irá tratar de forma conjunta do aumento dos servidores.

Em entrevista ao PI TV 1ª Edição o secretário de fazenda Rafael Fonteles explicou os motivos pelos quais o governo do estado está com dificuldades para cumprir o reajuste das categorias.

"Já mostramos para aos representantes da categoria que, se o governo conceder o reajuste, ele vai ultrapassar o limite prudencial da lei de responsabilidade fiscal. Somente no mês de maio, o impacto será de R$ 17 milhões na folha. Ainda tem o do mês de agosto, novembro e dezembro. Isso totaliza um impacto de R$ 27 milhões há mais na folha do estado",
contou.

Segundo ele, há uma preocupação do ponto de vista na lei de responsabilidade fiscal que pode gerar diversas sanções ao estado. "O governador já me autorizou a pagar 50% do reajuste no contracheqe de maio e os outros 50% em janeiro. Se tiver condições, esta segunda parcela pode ser antecipada", afirmou.

Tópicos: governo, militares, aumento