Quase um ano após estupro coletivo no PI, exame com DNA de suspeitos será refeito

03/05/2017 09h20


Fonte G1 PI

Imagem: João Vitor/Portal B1Delegado Aldely Fontineli, responsável pelo inquérito.(Imagem:João Vitor/Portal B1)Delegado Aldely Fontineli, responsável pelo inquérito.

Depois de quase um ano, quatro adolescentes suspeitos de embriagar e estuprar uma garota de 17 anos em Bom Jesus, no Sul do Piauí, deverão refazer exames de DNA porque a forma como o material foi coletado não era adequada. A informação é do delegado Aldely Fontineli, responsável pelo caso. O caso já foi julgado pela Justiça, mas segue sem sentença por conta da falta do exame.

Segundo denúncia do Ministério Público, no dia 21 de maio do ano passado, uma jovem de 17 anos foi encontrada em uma obra abandonada em Bom Jesus, amarrada e amordaçada com a própria calcinha. Ela relatou que teria sido conduzida ao local e violentada por cinco rapazes. Quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos preso por suspeita de participação no crime. No entanto, após decisão judicial os menores foram liberados.

O delegado explicou ao G1 que o laboratório responsável pelas análises, no estado da Paraíba, não utiliza sangue dos suspeitos durante sua investigação, procedimento este que foi realizado pelos peritos de Bom Jesus.

“Quando mandamos as amostras, eles se recusaram a fazer o procedimento porque eles usam a mucosa bucal. Desta forma, nesta semana um perito se deslocará ao Instituto Médico Legal em Teresina para pegar o material usado nesta nova coleta”,
informou o delegado.

Aldely Fontineli comentou ainda que todo este vai e vem de amostras não seria necessário se no Piauí houvesse um laboratório que realizasse exames de DNA.

“Como não sabíamos a forma que o exame era feito na Paraíba, fizemos da maneira que acreditamos ser correta, mas o laboratório utiliza outro método. É difícil trabalhar assim, já que numa investigação temos a materialidade do crime, mas necessitados da comprovação da autoria para elucidar uma investigação. Tudo isso seria evitado se em nosso estado houvesse um laboratório que fizesse exames de DNA”,
reclamou.

Os suspeitos do estupro coletivo em Bom Jesus já foram ouvidos pelo delegado e pelo promotor de justiça. Também já ouve a audiência de representação e o caso depende exclusivamente do resultado deste exame de DNA para que a sentença seja dada.

No entanto, com este novo fato o processo levará mais tempo para ser concluído. “Toda esta demora prejudica não só a conclusão do inquérito, mas traz prejuízos à vida dos envolvidos porque ainda são apontados na rua como autores de um crime que não cometeram”, relatou o advogado Osório Barros, que faz a defesa dos adolescentes.

Sobre a jovem envolvida no caso, o delegado informou que a menina abandonou a cidade e foi morar com mãe em Brasília. Ainda segundo ele, em conversa com familiares da moça, ela está fazendo acompanhando psicológico e tentar levar uma vida normal, mesmo com todo trauma.


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Tópicos: crime, delegado, exame