Presos psiquiátricos de alta médica há anos continuam em hospital do PI
31/01/2015 09h25Fonte G1 PI
Imagem: Catarina Costa/G1Presos continuam internados no Areolino de Abreu mesmo depois de receberem alta.
No hospital de referência em tratamento psiquiátrico Areolino de Abreu, localizado na Zona Norte de Teresina, presos que fazem tratamento compulsório na unidade de saúde há anos, algunas com mais de uma década, continuam no hospital mesmo depois de terem recebido alta médica. De acordo com a direção do Hospital, os presos aguardam ordem de justiça para desinternação.
A direção da unidade de terapia confirmou que o hospital está funcionando acima da capacidade. Disse ainda que no Areolino de Abreu, mais de 200 pacientes fazem tratamento enquanto que a capacidade de leitos é para 190 pacientes.
Imagem: Fernando Brito/G1Clique para ampliar'Meu filho precisa se internar e aqui só quem tem vez é os presos', disse Lúcia.
A realidade atrapalha quem precisa internar algum familiar no Areolino de Abreu, como é o caso da aposentada Lúcia Maria de Sousa Silva, moradora do bairro São João, Zona Sudeste da capital. Há três dias ela tenta internar o filho de 37 anos na unidade de terapia psiquiátrica, mas não consegue porque o local não dispõe de vagas.
De acordo com Lúcia, o filho sofre de transtornos mentais desde os 18 anos. “Meu filho precisa se internar, e aqui não tem vaga, só tem para os presos que chegam a mando da Justiça e tomam a vaga de quem precisa. Já estou na porta do hospital há 4, 5 dias e ainda não fui contemplada”, disse Lúcia.
Imagem: Fernando Brito/G1Clique para ampliar'O cidadão que poderia estar fazendo tratamento não pode', disse Rogério.
O casal, morador do bairro Pedra Mole, Zona Sul de Teresina, Gilmara Frazão e Rogério Dias também passam pelo mesmo problema. Desde a manhã dessa quinta-feira (29) que Rogério tenta pela segunda vez internar o irmão Marcelo Dias de Sousa, de 42 anos, que tem crises de alucinação e transtornos mentais há três anos, depois que sofreu de um acidente vascular cerebral (AVC) enquanto trabalhava.
Segundo Rogério, a última crise agressiva do irmão foi nessa quarta-feira (28) quando, alterado, ameaçava a família de agressão. “Tem quatro presidiários de alta aqui no hospital ocupando as vagas de um cidadão que poderia estar fazendo tratamento, e não tem direito a nada. O cidadão que precisa do serviço público chega no hospital e se depara com as portas fechadas. Ele adoeceu foi trabalhando”, disse.
Quanto aos presos que receberam alta e ainda continuam no hospital internados, a direção do hospital informou que a Justiça já foi informada sobre a alta dos presos e que só podem sair da internação com a ordem judicial.
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